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ACESSO À VIA AÉREA PEDIÁTRICA NA EMERGÊNCIA

Autor: Guilherme Di Camillo Orfali
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  • Introdução

O acesso à via aérea é uma competência médica fundamental para qualquer profissional que lide com urgências e emergências, uma vez que qualquer ameaça à integridade das vias aéreas pode levar um indivíduo a óbito em segundos ou minutos. Na Pediatria, essa habilidade torna-se ainda mais importante, uma vez que crianças apresentam menor tolerância à apneia, evoluindo mais rapidamente para insuficiência cardiopulmonar em comparação aos adultos.1

Ademais, sabe-se que a principal etiologia da parada cardiorrespiratória (PCRparada cardiorrespiratória) na infância é a hipóxico-asfíxica.1 Dessa forma, é fundamental que o médico atuante em cenários de pronto-atendimento seja capaz de identificar os diversos sinais de comprometimento respiratório, classificá-lo de acordo com sua gravidade e atuar de forma rápida, segura e eficaz no controle das vias aéreas de um paciente pediátrico.

Sabe-se que o setor de emergência é aquele que dá o primeiro atendimento a pacientes graves com as mais diversas demandas e, paradoxalmente, nem sempre dispõe dos equipamentos mais adequados ou dos profissionais mais bem preparados. Em contrapartida, é de conhecimento geral que o insucesso durante o manejo das vias aéreas está associado a diversas situações de grande morbidade, tais como lesões dentárias, refluxo gastresofágico, broncoaspiração de conteúdo gástrico, pneumonia aspirativa, encefalopatia hipóxico-isquêmica e até PCRparada cardiorrespiratória.2,3

Desta forma, o comprometimento com a educação continuada e o treinamento constante na abordagem às vias aéreas é de responsabilidade integral dos profissionais que atuam em tal cenário, bem como das associações que os representam.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:

 

  • discorrer sobre a anatomia das vias aéreas e suas peculiaridades na infância;
  • individualizar a abordagem às vias aéreas do paciente pediátrico em PCRparada cardiorrespiratória de acordo com sua etiologia, idade do paciente e número de socorristas presentes na cena;
  • reconhecer uma criança com sinais de comprometimento respiratório;
  • diferenciar desconforto de insuficiência respiratória;
  • indicar o tratamento mais adequado de acordo com o grau de comprometimento respiratório;
  • selecionar, medir ou calcular o tamanho adequado dos dispositivos adjuntos da via aérea, dominar suas técnicas de introdução e saber indicar seu uso correto;
  • realizar corretamente a intubação orotraqueal em sequência rápida;
  • escolher as drogas analgésicas, hipnóticas e bloqueadoras neuromusculares mais apropriadas para os diversos tipos de pacientes de acordo com suas características farmacocinéticas e farmacodinâmicas;
  • descrever técnicas alternativas de manejo avançado das vias aéreas, tais como os dispositivos supraglóticos e a cricotireoidostomia;
  • atuar de forma eficaz mediante um paciente intubado que sofre uma deterioração súbita.

 

  • Esquema conceitual
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