Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os mecanismos da lesão pulmonar induzida pela ventilação (LPIV) em neonatologia e pediatria;
- reconhecer o algoritmo de funcionamento do modo volume garantido (VG);
- relacionar os ajustes ventilatórios do modo VG nas diversas situações clínicas;
- apontar as principais vantagens sobre os desfechos a curto e longo prazos do modo VG em pediatria e neonatologia.
Esquema conceitual
Introdução
Desde 1967, quando Northway descreveu a displasia broncopulmonar (DBP), o potencial lesivo do suporte ventilatório invasivo na população neonatal já era conhecido.1 Ao longo do tempo, a compreensão dos mecanismos pelos quais esses eventos ocorriam nos recém-nascidos (RNs) foi se tornando mais clara, de modo a permitir entender características que os distinguem da população adulta.
Atualmente, a assistência prestada ao recém-nascido pré-termo (RNPT) deve ir além de simplesmente garantir sua sobrevivência. Assim, mais do que possibilitar ao RN superar o período de internação na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), o fisioterapeuta deve ter como objetivo oferecer todo o cuidado necessário minimizando uma lesão aos órgãos e sistemas ainda imaturos, notadamente aos sistemas nervoso e respiratório, especialmente sensíveis nessa fase da vida.1
Ações de cuidado são imprescindíveis uma vez que muitas dessas lesões têm o potencial de deixar importantes sequelas, comprometendo a função pulmonar, neurocognitiva e comportamental por muitos anos.2 Nesse contexto, com o avanço das tecnologias assistivas, modalidades ventilatórias com características menos agressivas ao tecido pulmonar têm sido implantadas na neonatologia, como as que se baseiam no volume como alvo.