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AMPUTAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR E REABILITAÇÃO

Autores: Marisa de Cássia Registro Fonseca, Milena Zavatini Secco, Ana Regina de Souza Bavaresco Barros, Robson Devanir Aldaves, Larissa Lavoura Balbi
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  • Introdução

As amputações do membro inferior (MImembro inferior) envolvem a retirada parcial ou total do segmento visando à preservação da vida e da funcionalidade. É o procedimento cirúrgico mais antigo de que se tem notícia, cuja indicação está relacionada a várias causas, como disfunções vasculares, sejam venosas, sejam arteriais, metabólicas, traumáticas, tumorais, infecciosas ou decorrentes de deformidades congênitas ou adquiridas.

As amputações do MImembro inferior podem ser realizadas em diversos níveis, desde as parciais de pé, como Lisfranc e Chopart, desarticulação do tornozelo tipo Syme ou a Pirogoff, as abaixo do joelho, ou transtibiais, ou acima, ou transfemorais, a desarticulação do joelho ou até as mais proximais, como as desarticulações do quadril e as hemipelvectomias.

Os níveis mais prevalentes de amputação do MImembro inferior são os transtibiais e os transfemorais. A indicação do nível ideal deve ser definida com base nas condições vasculares e na viabilidade dos tecidos, além da futura indicação protética para o retorno funcional da marcha. O segmento mais distal preservado no MImembro inferior é denominado coto de amputação.

Pode haver complicações após as cirurgias de amputação do MImembro inferior, como dor ou sensação fantasma, dor no coto de amputação, neuromas, deiscências na cicatriz, atrofia muscular e/ou deformidades articulares.

As próteses são dispositivos cuja função é substituir funcionalmente o segmento amputado, para permitir a marcha das pessoas com essa deficiência. Podem ter vários componentes mecânicos e/ou eletrônicos, sendo o encaixe que faz contato com o coto parte fundamental e de moldagem individualizada, além dos componentes articulares, que podem oferecer uma marcha estável, na dependência da idade e de comorbidades.

A reabilitação é dividida em fase pré-protetização, na qual os exercícios terapêuticos e o enfaixamento do coto são fundamentais, e a fase pós-protetização, com o treino das diferentes fases da marcha, buscando ganho de autonomia e funcionalidade.

A avaliação criteriosa baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIFClassificação Internacional de Funcionalidade), que envolve os domínios sobre estrutura e função, atividade e participação, incluindo inspeção, palpação de pontos dolorosos, condições da cicatriz, amplitude articular, força e flexibilidade muscular, limiar sensitivo, presença de edema no coto, além de avaliação das condições musculoesqueléticas do MImembro inferior contralateral à amputação, os membros superiores (MMSSmembros superiores) e os questionários de autorrelato são fundamentais para definir um plano de tratamento.

As condições neuromusculares com comprometimento cognitivo, visual e de equilíbrio também podem interferir na evolução, assim como na prescrição de um dispositivo protético que pode ser oferecido ao paciente amputado, dependendo da tecnologia e dos recursos financeiros disponíveis. A equipe multiprofissional é fundamental para que os objetivos de restabelecimento de uma marcha funcional e autônoma possam ser atingidos.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • definir amputação do MImembro inferior, seus diferentes níveis e as possibilidades de protetização;
  • identificar os componentes da avaliação físico-funcional do paciente amputado;
  • listar as etapas da reabilitação, definidas como fases pré e pós-protetização.

 

  • Esquema conceitual

 

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