ANALGESIA MULTIMODAL PERIOPERATÓRIA

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

• identificar as diferenças entre dor e nocicepção;
• reconhecer os princípios da analgesia multimodal;
• descrever os mecanismos da dor perioperatória;
• estabelecer estratégias para o controle da dor perioperatória;
• caracterizar as peculiaridades de cada cenário clínico–cirúrgico;
• propor as melhores opções terapêuticas de acordo com o paciente.

Esquema conceitual

Introdução

O termo analgesia multimodal perioperatória é utilizado para definir o alívio da dor e/ou da nocicepção, de forma multimodal, do paciente cirúrgico, durante todos os períodos inerentes à cirurgia, tendo em vista que o estímulo cirúrgico é a fonte mais comum e previsível da dor aguda.

O estímulo nociceptivo, quando não adequadamente controlado no período perioperatório, predispõe a ocorrência de alterações nociceptivas (hiperalgesia e alodinia), exacerbação de respostas neuroendócrinas, sofrimento e aumento do risco de cronificação da dor.^1–3 Assim, é importante que o anestesiologista veterinário contemporâneo entenda que o ato cirúrgico em si pode ser responsável pela quebra da homeostase e que o inadequado manejo da dor pode culminar em grandes implicações para o paciente.

Talvez o termo perioperatório não tenha sido discutido de modo apropriado nos últimos anos em medicina veterinária e, por conseguinte, deixou o anestesiologista focado no manejo da dor intraoperatória. Contudo, é preciso relatar que, nesse segmento, o avanço foi muito significativo. Cabe agora, ao médico veterinário, entender que a anestesiologia contemporânea deve enquadrar-se como um pilar da medicina veterinária perioperatória.

Os avanços nos conhecimentos farmacológicos, o desenvolvimento da anestesia regional e dos sistemas de infusão e a inserção de fármacos com melhores perfis farmacocinéticos permitiram o total controle da nocicepção intraoperatória e, assim, uma recuperação mais confortável a tranquila da cirurgia.⁴