Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- caracterizar a composição e as funções da lágrima;
- reconhecer a importância imunológica das glândulas lacrimais e da lágrima;
- reconhecer o mecanismo imunológico envolvido na ceratoconjuntivite seca (CCS);
- identificar os sinais clínicos da CCS;
- indicar o diagnóstico e o tratamento da CCS.
Esquema conceitual
Introdução
A CCS é uma enfermidade comum em pequenos animais, principalmente em cães. A incidência de CCS em cães é de aproximadamente 1%.1
A CCS caracteriza-se por alterações quantitativas do componente aquoso do filme lacrimal, mas pode ser derivada também da deficiência dos componentes lipídicos e mucosos. Estudos recentes têm mostrado que tanto a CCS dos cães como a de indivíduos da espécie humana têm sua gênese a partir de alterações do sistema imune.2
É comum imaginar a lágrima apenas como um mero artifício de lubrificação e nutrição, e, de fato, essas seriam suas funções genéricas. Entretanto, associar a lágrima apenas a essas funções é “dar de ombros” para a complexa composição de todas as frações do filme lacrimal, bem como para todos os mecanismos autócrinos/parácrinos essenciais para a homeostase da superfície ocular. Há de se destacar também o papel imunológico desempenhado pelo filme lacrimal, sendo importante componente da imunidade inata e humoral.3–5 O entendimento com profundidade desses mecanismos auxilia na escolha ou exclusão de certos tratamentos que podem ser ineficazes ou redundantes, além de ser de conhecimento praticamente obrigatório para todo especialista.