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APLICAÇÃO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA PRÁTICA CLÍNICA PSIQUIÁTRICA

Jaime Eduardo Cecilio Hallak

Tiago Moraes Guimarães

Mara Rocha Crisóstomo Guimarães

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  • Introdução

A neuroimagem é a principal técnica não invasiva disponível para a investigação da estrutura e do funcionamento cerebral, o que torna o seu papel central na pesquisa psiquiátrica e na prática clínica.

São escassos os exames complementares disponíveis para embasar o diagnóstico e o tratamento de transtornos psiquiátricos. Os psiquiatras devem se basear na história clínica extensiva, no exame cuidadoso do estado mental e nas informações de familiares, de amigos ou de cuidadores.

O clínico de saúde mental utiliza sua argúcia e sua experiência para definir a principal hipótese diagnóstica dos transtornos psiquiátricos, sugerir um tratamento e formular um prognóstico. Os testes vastamente empregados em outras áreas da medicina e que auxiliam em todas essas fases não estão disponíveis ou não são úteis na maioria das avaliações psiquiátricas.

Durante o período de transição da quarta para a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação Americana de Psiquiatria (APA), os pesquisadores envolvidos tentaram estabelecer marcadores biológicos para os critérios diagnósticos dos transtornos propostos no DSM, porém, ainda não havia evidências suficientes para a maioria dos transtornos descritos, com exceção dos transtornos cognitivos maiores, que representam um grupo de interface entre a neurologia e a psiquiatria e já têm base biológica definida desde o início do século XX. Os diagnósticos permaneceram descritivos e categoriais. Os fundamentos para a maioria dos tratamentos são empíricos e não são baseados em modelos biológicos.

Um dos maiores desafios da atualidade reside na descoberta dos mecanismos biológicos das alterações do comportamento. É importante salientar que biológico não é sinônimo de genético ou de congênito. Os eventos ambientais que influenciam o comportamento também agem por meio de processos biológicos, tendo em vista que o organismo sempre é o intermediário entre a variável ambiental e o comportamento resultante emitido.1

Pesquisadores e clínicos esperam obter diagnósticos mais válidos, tratamentos fundamentados na etiologia e biomarcadores para o prognóstico e para a monitoração dos transtornos psiquiátricos. Um biomarcador é definido como um achado que é objetivamente medido e é um indicador de processos biológicos normais, de processos patogênicos ou de respostas farmacológicas a intervenções terapêuticas.1

Apesar de o uso da neuroimagem ser, sobretudo, restrito à exclusão de outras causas responsáveis por alterações no comportamento, a neuroimagem se tornou central na maioria dos programas de pesquisa da psiquiatria biológica. Neste artigo, a ressonância magnética (RMressonância magnética), um importante método de neuroimagem, será destacada.

Os psiquiatras e os médicos em formação na área necessitam conhecer não apenas os usos habituais das técnicas de neuroimagem, mas as bases físicas da RMressonância magnética, as indicações mais específicas dos métodos funcionais e o estado atual das pesquisas.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer os princípios básicos da RMressonância magnética;
  • identificar as principais técnicas de RMressonância magnética;
  • utilizar escalas visuais nos transtornos neurocognitivos maiores (TNMtranstorno neurocognitivo maiors);
  • reconhecer as indicações atuais da RMressonância magnética na prática clínica;
  • agregar noções sobre o estado atual das pesquisas em neuroimagem e sobre as possíveis implicações na prática clínica diária.
  • Esquema conceitual
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