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ASMA AGUDA

Autores: Elenara da Fonseca Andrade Procianoy, Vanessa Valesan, Claudio Druck Ricachinevsky , Paula Teixeira Barbian
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  • Introdução

A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns em crianças e adultos, sendo considerada um problema mundial de saúde. A asma acomete cerca de 300 milhões de indivíduos em todo o mundo. No Brasil, considerando-se uma prevalência global de 10%, estima-se que existam, aproximadamente, 20 milhões de asmáticos. Em 2011, o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) registrou 160 mil hospitalizações por asma, o que a posicionou como a quarta causa de internações no Brasil, mesmo tendo sido identificada uma diminuição de 49% nas taxas de hospitalização por asma em maiores de 20 anos no período de 2000 a 2010.1

A taxa média de mortalidade por asma no Brasil, entre 1998 e 2007, foi de 1,52/100.000 habitantes (variação 0,851,72/100.000 habitantes), com estabilidade na tendência temporal nesse período.2

De acordo com dados estatísticos americanos, a prevalência total de asma em crianças é estimada em 13%, e em torno de 3,5 milhões de crianças têm uma ou mais crises de asma por ano, resultando em 600 mil visitas às emergências.3,4

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores caracterizada por episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã.

Os episódios de asma decorrem da obstrução generalizada e variável do fluxo aéreo pulmonar, reversível espontaneamente ou com tratamento.

A asma aguda, crise de asma ou exacerbação da asma é considerada como uma piora aguda ou subaguda dos sintomas de asma associada à piora do grau de obstrução usual das vias aéreas inferiores do paciente.5

As crises agudas de asma não deveriam ser manifestações comuns na vida do asmático, mas representam o evento mais temido pelo paciente e por seus familiares por ser causa de grande morbidade.2 A crise de asma aguda pode ser a primeira manifestação de doença em alguns pacientes; porém, na maioria das vezes, representa falha no tratamento preventivo de asma seja por indisponibilidade do medicamento, dose baixa, pouca aderência ou erro de técnica inalatória, mesmo que a terapêutica atual da asma seja somente parcialmente efetiva em prevenir as crises de asma.5,6

As crises ou exacerbações da asma diferem ao longo das diferentes faixas etárias pediátricas com relação à sua frequência, aos desencadeantes específicos e à resposta imune adaptativa da infância.6

Em crianças, as exacerbações geralmente são precedidas por sintomas de vias aéreas superiores, indicando o importante papel que as infecções respiratórias virais, especialmente por rinovírus, têm na precipitação da crise de asma nessa faixa etária.5

O rinovírus tem sido o agente viral mais frequentemente detectado (até 90%) nas exacerbações de asma em crianças.6 Exposição aos alérgenos ambientais, pólen ou irritantes (cigarro, fumaça, odores fortes, poluição) são outros desencadeantes associados às crises de asma.

A frequência das crises agudas de asma é maior em crianças menores de 5 anos e diminui com a idade. É maior em meninos do que em meninas até a puberdade. A puberdade parece ser um ponto de transição, uma vez que o risco de crise de asma é duas vezes maior em meninas maiores de 14 anos do que em meninos. Influências sazonais também são diferentes, visto que as crises de asma ocorrem mais no outono em crianças, enquanto, nos adultos, ocorrem mais no inverno.6

As crises da asma podem ser leves, moderadas ou graves.

Crises de asma frequentes, mesmo que leves, podem levar à perda progressiva da função pulmonar.6 As crises graves são eventos que requerem uma ação urgente do médico e do paciente para prevenir um desfecho grave, como, por exemplo, hospitalização ou morte por asma.

Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 

  • identificar os sintomas e os sinais associados à crise de asma aguda;
  • reconhecer os sinais de gravidade da crise de asma;
  • identificar os fatores de risco para crises de asma, internação hospitalar e internação em UTIunidade de terapia intensiva por asma;
  • indicar as opções terapêuticas adequadas a cada caso, os medicamentos e as doses utilizadas no manejo da crise de asma.
  • Esquema conceitual
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