- Introdução
O refluxo gastresofágico (RGErefluxo gastresofágico) é a condição que mais comumente acomete o esôfago e uma das queixas mais frequentes em consultórios de pediatria e de gastrenterologia pediátrica.1
De acordo com as diretrizes da North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition (NASPGHANNorth American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition) e da European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition (ESPGHANEuropean Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition), publicadas em 2009, o RGErefluxo gastresofágico consiste na passagem do conteúdo gástrico para o esôfago, com ou sem regurgitação e/ou vômito.1,2
Os conceitos da NASPGHANNorth American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition e da ESPGHANEuropean Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition foram recentemente reforçados, em abril de 2013, por outro guideline, que enfatiza importantes conceitos para a assistência adequada à criança e ao adolescente.3 O RGErefluxo gastresofágico é um problema digestivo frequente, que pode ocasionar sintomas que variam desde a simples regurgitação do lactente até uma doença grave e incapacitante.2
O RGErefluxo gastresofágico é um processo normal, fisiológico, que ocorre várias vezes ao dia, em lactentes, crianças, adolescentes e adultos.3 Os episódios de RGErefluxo gastresofágico fisiológico em indivíduos saudáveis são, na maioria dos casos, de curta duração (< 3 minutos), ocorrem no período pós-prandial e ocasionam poucos ou nenhum sintoma.
De modo diferente, a doença do refluxo gastresofágico (DRGEdoença do refluxo gastresofágico) associa-se à presença de sintomas ou de complicações advindas do retorno do conteúdo gástrico para o esôfago.3-5 Assim, é muito importante que os termos RGErefluxo gastresofágico fisiológico e DRGEdoença do refluxo gastresofágico sejam corretamente utilizados, definidos e diferenciados.
Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor deve ser capaz de:
- conceituar o RGErefluxo gastresofágico e a DRGEdoença do refluxo gastresofágico;
- identificar os pacientes com RGErefluxo gastresofágico fisiológico;
- distinguir os pacientes portadores de DRGEdoença do refluxo gastresofágico;
- reconhecer que não se deve indicar tratamento farmacológico para recém-nascidos e lactentes portadores de RGErefluxo gastresofágico fisiológico;
- avaliar as diversas manifestações clínicas da DRGEdoença do refluxo gastresofágico e suas complicações;
- instituir a abordagem diagnóstica correta nas diferentes apresentações da DRGEdoença do refluxo gastresofágico;
- definir o melhor tratamento para os pacientes portadores de DRGEdoença do refluxo gastresofágico;
- verificar até quando se deve fazer o tratamento e quando suspendê-lo;
- propor tratamento cirúrgico para os pacientes com indicação adequada.
- Esquema conceitual