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ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA AO PACIENTE CRÍTICO COM SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA

Autores: Thaise Sanches de Almeida, Mônica Rodrigues da Cruz
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  • Introdução

A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDAsíndrome da imunodeficiência adquirida, do inglês Acquired Immunodeficiency Syndrome — Aids) possui como agente etiológico o vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês Human Immunodeficiency Virus). A SIDAsíndrome da imunodeficiência adquirida é a fase mais grave da infecção pelo HIV, caracterizada por depressão profunda da atividade do sistema imune, que tem como consequência maior risco de infecções oportunistas, doenças neoplásicas e outras comorbidades.1

De 1980 a junho de 2018, foram notificados 926.742 casos de SIDAsíndrome da imunodeficiência adquirida no Brasil. Apesar do avanço terapêutico nas últimas décadas, ainda não há cura para a infecção pelo HIV. Entretanto, com o advento da terapia antirretroviral de alta eficácia (TARV, do inglês Highly Active Antiretroviral Therapy — HAART) nos anos 1990, foi possível a supressão duradoura da replicação viral, a prevenção da progressão da doença, a redução da mortalidade, o aumento da sobrevida e sua transformação em doença crônica.1

O Brasil busca, como parte das ações de enfrentamento à epidemia de HIV, atingir a meta 90–90–90, a qual estabelece que, até 2020, 90% das pessoas com HIV sejam diagnosticadas (ampliando o acesso ao diagnóstico do HIV); destas, 90% estejam em tratamento antirretroviral (ARVantirretroviral) (ampliando o acesso à TARV) e que, entre estas, 90% tenham carga viral indetectável, indicando boa adesão ao tratamento e à qualidade da assistência às pessoas vivendo com HIV (PVHIVpessoa vivendo com HIVs).2, 3

As PVHIVpessoa vivendo com HIVs também possuem maior risco de desenvolver distúrbios não relacionados à SIDAsíndrome da imunodeficiência adquirida, incluindo doença cardiovascular, doença renal, doença hepática, certas neoplasias e algumas doenças neurológicas.1 Desta forma, essa população, muitas vezes, pode necessitar de tratamento em unidade de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensiva).4 No entanto, as infecções oportunistas ainda representam uma parcela significativa das hospitalizações, em virtude do desconhecimento da infecção pelo HIV, da resistência viral ou da falta adesão à TARV.4,5

As causas mais comuns de admissão na UTIunidade de terapia intensiva são alterações respiratórias e neurológicas. Além disso, as alterações metabólicas e musculares, decorrentes da infecção pelo HIV, podem ser potencializadas durante o período de internação.

Há poucos estudos a respeito da intervenção fisioterapêutica nos pacientes com infecção por HIV na UTIunidade de terapia intensiva, mas sabe-se que a funcionalidade é fator independente associado à mortalidade nesses pacientes (dados não publicados). Por isso, é importante que o fisioterapeuta compreenda as fases de infecção do vírus, sua sintomatologia, além dos efeitos adversos ou associados ao uso da TARV em longo prazo, para que ofereça o tratamento adequado a cada fase.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:

 

  • compreender o processo de infecção pelo HIV e suas fases;
  • descrever o tratamento com os medicamentos ARVantirretrovirals;
  • identificar as principais causas de admissão na UTIunidade de terapia intensiva;
  • avaliar as principais alterações respiratórias na SIDAsíndrome da imunodeficiência adquirida;
  • reconhecer as principais alterações neuromusculares na SIDAsíndrome da imunodeficiência adquirida;
  • aplicar medidas de prevenção a acidentes ocupacionais com material biológico;
  • indicar e acompanhar o tratamento fisioterapêutico em pacientes com SIDAsíndrome da imunodeficiência adquirida.
  • Esquema conceitual
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