- Introdução
Historicamente, os pacientes em oxigenação por membrana extracorpórea (em inglês, extracorporeal membrane oxygenation — ECMO) costumavam ser mantidos profundamente sedados e restritos ao leito por períodos prolongados. Além disso, o uso frequente de bloqueadores neuromusculares (BNMbloqueadores neuromuscularess) e corticoterapia, nesses pacientes, são fatores de risco associados à disfunção motora.1
Nos últimos anos, a incidência de pacientes acordados em ECMO aumentou significativamente, reduzindo, assim, os efeitos negativos associados à sedação.2 Essa mudança no perfil dos pacientes em ECMO chamou atenção para a necessidade de novos estudos na área da reabilitação motora. Ainda não há diretrizes sobre como a fisioterapia motora deve ser conduzida nesse grupo específico de pacientes, porém alguns centros especializados publicaram rotinas seguras e de boas práticas.1
No Brasil, a fisioterapia motora precoce em ECMO ainda é recente e com grandes desafios na prática clínica; contudo, é possível e seguro realizá-la com formação e treinamento de equipes especializadas.
O programa de reabilitação precisa estar adequado ao momento clínico do paciente, e a equipe multidisciplinar deve ser satisfatoriamente dimensionada ao nível de atendimento.1 Para tanto, é fundamental que o fisioterapeuta responsável tenha conhecimento sobre o funcionamento e a monitorização do sistema de ECMO, bem como das normas para uma prática segura, uma vez que é de sua responsabilidade a realização da lista de conferência referente a esse processo.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- identificar os componentes do circuito da ECMO;
- monitorizar os parâmetros da ECMO;
- reconhecer as indicações, contraindicações e as configurações da ECMO;
- manejar a ventilação mecânica (VMventilação mecânica) durante a ECMO;
- realizar mobilização e fisioterapia motora precoces em ECMO.
- Esquema conceitual