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ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE AO DELIRIUM NA TERAPIA INTENSIVA: PREVENÇÃO, DETECÇÃO E MANEJO

Autores: Francine Carpes Ramos, Daniele Delacanal Lazzari, Alex Becker, Nicásio Urinque Mendes
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • avaliar o delirium em terapia intensiva, com foco em prevenção, detecção e manejo;
  • descrever o impacto do delirium para o paciente durante o período de internação e pós-alta;
  • identificar os fatores do ambiente de terapia intensiva que favorecem a ocorrência de delirium;
  • revisar os fatores clínicos associados à presença de delirium;
  • aplicar o Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit (CAM-ICU);
  • realizar a detecção e monitoração do delirium por meio de escalas e características;
  • refletir sobre a atuação da enfermagem e as atribuições multiprofissionais no manejo do delirium.

Esquema conceitual

Introdução

O delirium é uma das síndromes mais frequentes em unidade de terapia intensiva (UTI). Estima-se que as chances de desenvolvimento de delirium aumentem quase 10% a cada dia de permanência na unidade; além disso, após 15 dias, o risco pode alcançar até 50%.1 É uma síndrome caracterizada por alterações no nível de consciência, cognição e atenção, apresentando curso flutuante e início agudo, com variação temporal de dias a meses.2

A fisiopatologia do delirium ainda não está claramente definida. As hipóteses apontam para condições de neurotransmissão, fatores de estresse do cérebro e inflamação. Por causa das múltiplas manifestações clínicas, o delirium é classificado em três tipos: hiperativo, hipoativo e misto.3

Em pacientes críticos, o delirium está associado à dependência funcional maior durante o período de hospitalização, ao prolongamento do tempo de internação e a um importante prejuízo cognitivo e incapacidade funcional durante a alta. Além disso, a presença dessa síndrome resulta em aumento significativo (de até três vezes) do risco de mortalidade hospitalar.4

As estratégias multicomponentes não farmacológicas são indicadas para uma abordagem integrada e multiprofissional na terapia intensiva. Por exemplo, a Society of Critical Care Medicine (SCCM) lançou em 2018 o Intensive Care Unit Liberation Bundle (ABCDEF).5

Neste capítulo, serão abordados os fatores anatômicos, fisiopatológicos, as manifestações clínicas e epidemiologias, além da identificação e da monitoração do delirium, com foco nos instrumentos de avaliação. Também será discutido o papel da enfermagem e da equipe multiprofissional quanto às estratégias de prevenção e manejo do delirium na UTI, considerando a multifatoriedade dessa síndrome.

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