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MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autor: Ana Claudia Rodrigues da Silva
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os tipos de infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS);
  • discutir estratégias gerais para a redução das IRASs;
  • descrever as medidas de prevenção de IRAS por sítio de infecção;
  • desenvolver um raciocínio crítico, relacionando os fatores de risco para a ocorrência da infecção às medidas preventivas de IRAS;
  • reconhecer a importância do enfermeiro na unidade de terapia intensiva (UTI) para o controle de IRASs.

Esquema conceitual

Introdução

Nos últimos anos, o Ministério da Saúde (MS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vêm substituindo o termo infecção hospitalar (IH) por infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS). Isso porque esse tipo de evento não acontece somente em nível hospitalar, mas em todos os ambientes onde ocorre o cuidado especializado em saúde.1

O conceito estabelecido de IRAS consiste naquela infecção que o paciente adquire após a inserção de um procedimento invasivo ou relativo ao processo de internação em unidades hospitalares. Para configurar IRAS, é necessário que a infecção seja relacionada a um desses eventos e atenda às seguintes situações:2

  • se o período de incubação do patógeno causador da infecção for desconhecido e não houver evidência clínica ou dados laboratoriais de infecção no momento da internação, são classificadas como IRAS as manifestações clínicas de infecção que se apresentam a partir de 48 horas ou do terceiro dia (D3) — D0 é o dia da internação ou procedimento;
  • se o período de incubação do microrganismo for desconhecido e não houver evidência clínica ou laboratorial de infecção no momento do procedimento de assistência à saúde, são classificadas como IRAS as manifestações clínicas de infecção que se apresentam a partir da realização do procedimento invasivo, com o paciente internado ou não.

As IRASs são injúrias que colocam em risco a qualidade e a evolução dos serviços de atenção à saúde, principalmente na UTI. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que tais infecções são um problema de saúde pública. Nesse contexto, é necessária a implementação de ações que visem à redução e à eliminação desse tipo de evento. Tais ações precisam ser desenvolvidas em todas as esferas de governo e de maneira articulada.1

No ambiente hospitalar, especialmente no ambiente assistencial invasivo da UTI, os pacientes estão mais suscetíveis a infecções, em razão de suas condições críticas relativas à doença.1 A grande problemática que permeia a internação na UTI é o alto número de procedimentos invasivos que expõem o paciente a IRASs, culminando em consequências como:3

  • prolongamento da internação;
  • demora na recuperação;
  • agravamento da condição clínica;
  • diminuição da qualidade da assistência;
  • aumento nos custos no setor saúde.

As IRASs na UTI constituem um dos eventos adversos (EAs) mais frequentes associados à qualidade da prestação dos serviços de saúde, consistindo em um problema de saúde pública importante.2 Cabe ao enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem, ter conhecimento para identificar os fatores de risco para a ocorrência desse tipo de infecção e implementar medidas preventivas junto à equipe multiprofissional.

Neste capítulo, serão abordadas as IRASs mais importantes na UTI adulto, sua fisiopatogenia e as principais estratégias para preveni-las. Essas medidas serão apresentadas de acordo com o local de ocorrência da infecção:

  • infecção de corrente sanguínea (ICS);
  • pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV);
  • infecção do trato urinário (ITU);
  • infecção de sítio cirúrgico (ISC).
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