Entrar

Esse conteúdo é exclusivo para assinantes do programa.

BOAS PRÁTICAS DE SEGURANÇA DO PACIENTE E CONTROLE DE INFECÇÃO DURANTE A HEMODIÁLISE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autor: Ana Claudia Rodrigues da Silva
epub-BR-PROENF-TI-C8V1_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • aprimorar as boas práticas em sessões de hemodiálise (HD);
  • promover metas de segurança do paciente em HD em terapia intensiva;
  • discutir os principais incidentes relacionados à HD na unidade de terapia intensiva (UTI);
  • identificar os fatores de risco para infecção de corrente sanguínea (ICS) a partir de cateter de HD;
  • discutir a importância do enfermeiro intensivista no manejo da sessão de HD segura.

Esquema conceitual

Introdução

A doença renal crônica (DRC), caracterizada como a perda progressiva e irreversível da função renal, é classificada por estágios e pode chegar à insuficiência renal crônica. Nesse caso, o paciente precisa ser submetido a uma das modalidades de terapia renal substitutiva (TRS).1

A lesão renal aguda (LRA), decorrente da redução repentina da função renal, da diminuição do débito urinário e dos distúrbios hidreletrolíticos e acidobásicos, também tem como tratamento a TRS. Entre as causas da LRA, podem ser citados:2

  • taxa de filtração glomerular reduzida conforme a idade;
  • sepse;
  • uso de fármacos nefrotóxicos;
  • doença cardiovascular;
  • uremia;
  • hipercalemia;
  • oliguria.

Nesse contexto, a HD é a primeira opção da TRS, sendo realizada em centros de diálise e hospitais. Em âmbito hospitalar, é realizada na UTI ou em setor de nefrologia, com equipe especializada. A UTI, por sua vez, é uma unidade hospitalar com estrutura e tecnologias especializadas destinadas a acolhimento, monitoração e suporte intensivo para a recuperação de pacientes graves que necessitam cuidados ininterruptos e multidisciplinares.3

As origens da HD remontam ao ano de 1827, com a associação de alterações na morfologia renal, na proteinuria e no edema constatado pelo médico britânico Richard Bright. Apenas em 1945 houve sucesso na tentativa de filtrar artificialmente o sangue por meio de uma máquina de HD. Esse feito foi obtido pelo médico holandês Willem Kolff. No Brasil, a primeira sessão de HD foi realizada em 1949.4

Desde então, vários protocolos foram aplicados visando garantir a qualidade do cuidado prestado durante a HD e a implantação de medidas de segurança do paciente submetido à TRS. Nesse sentido, a assistência de enfermagem em HD, aliada aos aspectos que garantem a segurança do indivíduo, é primordial no cuidado ao paciente crítico, no tocante ao treinamento específico que os profissionais recebem e no seu manejo direto no procedimento dialítico.

A resolução mais atualizada acerca de boas práticas de funcionamento dos serviços de diálise é a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 11, de março de 2014, que consiste no guia para a realização das sessões de HD em todos os ambientes de saúde. Ela explicita as principais definições em diálise e os requisitos para o funcionamento de tais serviços.5

Neste capítulo, as condutas discutidas acerca da HD na UTI serão baseadas na RDC nº 11/2014, na RDC nº 36, de julho de 2013,6 que dispõe sobre a segurança do paciente em serviços de saúde, e no Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para o período de 2021 a 2025.7

×