Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever conceitos de crises epilépticas, epilepsias e síndromes epilépticas;
- reconhecer os quatro tipos de crises epilépticas — crises focais, crises generalizadas, crises de início desconhecido e crises não classificadas;
- identificar as regras para classificar as crises epilépticas;
- atualizar-se quanto às classificações das crises epilépticas e das epilepsias.
Esquema conceitual
Introdução
Crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas relacionados à atividade neuronal síncrona ou excessiva no cérebro. Esses sinais ou sintomas incluem fenômenos anormais súbitos e transitórios, como alterações da consciência, ou eventos motores, sensitivos e/ou sensoriais, autonômicos ou psíquicos involuntários percebidos pelo paciente ou por um observador.1
Epilepsia é a predisposição persistente do cérebro para gerar crises epilépticas recorrentes. Tradicionalmente, define-se epilepsia pela ocorrência de duas crises epilépticas não provocadas, separadas por um intervalo de mais de 24 horas.2 Quando essas crises recorrem dentro desse tempo, mesmo que assumam a forma de crises subentrantes ou estado de mal epiléptico, não são suficientes para o diagnóstico de epilepsia.2 A ocorrência de duas crises epilépticas não provocadas autorizaria o médico a propor o início do tratamento da epilepsia.
Síndrome epiléptica é um distúrbio epiléptico caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas que habitualmente ocorrem juntos. Os sinais e sintomas podem ser clínicos (por exemplo, história, tipos de crises, modos de ocorrência das crises e achados neurológicos e psicológicos) ou alterações detectadas por exames complementares (eletroencefalograma [EEG], tomografia computadorizada [TC] e ressonância magnética [RM] do encéfalo).3 A síndrome de West e a epilepsia autolimitada com descargas centrotemporais são exemplos de síndrome epiléptica.