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ATUALIZAÇÕES SOBRE HALITOSE E HIPOSMIA

Autores: Henry Ugadin Koishi, Luis Gustavo Cattai Zamboni , Marco Aurélio Fornazieri
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  • Introdução

Halitose, ou mau hálito, é um sintoma causado pela liberação de odores desagradáveis pela boca ou por outras cavidades da via aérea ou gastrintestinal. Esse sintoma apresenta grande prevalência e, em casos severos, pode acometer até 5% da população.1

O acometimento da halitose em jovens chega a quase 40% dos entrevistados; 10,7% deles afirmam que o sintoma é referido por colegas e 88,5% demonstram preocupação a respeito,2 evidenciando o impacto psicossocial causado pela halitose. Zelmmer3 demonstrou que a halitose chega a ter incidência de mais de 50% dos pacientes na população de casas de repouso, seja em decorrência da falta de cuidados ou de alterações da saliva.

São várias as causas da halitose, como sinusites, amigdalites, alterações gastrintestinais, comprometimento da função hepática, renal, alterações endócrinas e uso de alguns fármacos. Em 80 a 90% dos casos, o mau hálito tem origem na cavidade oral e, na maioria das vezes, está relacionado com a presença de compostos sulfurados voláteis (CSVcomposto sulfurado volátils), provenientes da ação de enzimas proteolíticas de bactérias anaeróbicas presentes nessa cavidade. Os principais CSVcomposto sulfurado volátils envolvidos na halitose são sulfeto de hidrogênio, metil mercaptano e dimetil sulfeto.4

A seguir, será demonstrado como identificar o sintoma, realizar o interrogatório e o exame físico relacionados e, por fim, apresentar a investigação complementar pertinente e os tratamentos adequados.

No caso de hiposmia ou anosmia (pós-viral ou pós-traumática), a questão é ainda mais delicada. Uma pessoa que não sente cheiros está vulnerável a inúmeros riscos, como a ingesta de comidas estragadas e a incapacidade de perceber o vazamento de gases. Além disso, está sujeita ao desconforto e à insegurança quanto à própria higiene pessoal e à impossibilidade de sentir odores agradáveis e o cheiro de pessoas queridas. Entre as causas mais frequentes dos distúrbios olfativos, destacam-se rinossinusite crônica com e sem polipose, perda olfatória pós-viral, perda olfativa pós-traumática e rinites.

Mesmo com os diversos métodos diagnósticos hoje disponíveis, em cerca de metade dos casos, nenhuma etiologia dos distúrbios olfativos é identificada. O tratamento da halitose é mais promissor em pacientes com doenças inflamatórias da cavidade nasal, como as rinossinusites e as rinites, com destaque para a lavagem de alto volume com soro fisiológico e budesonida diluída nos casos de rinossinusite crônica com polipose. A seguir, será explicada a técnica para realizar essa medicação tópica de forma adequada.

Na hiposmia ou anosmia pós-viral e, principalmente, na pós-traumática, o prognóstico é pior. São esses casos que fazem alguns otorrinolaringologistas brincarem que a perda do olfato é o zumbido do nariz. Atualmente, o treinamento olfatório constitui o tratamento preconizado nesses últimos casos, e, a seguir, será explicado como fazê-lo.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • identificar as principais etiologias orais e extraorais da halitose;
  • listar os métodos atuais de diagnóstico da halitose;
  • descrever o que destacam os ensaios clínicos mais recentes no tratamento da halitose;
  • reconhecer a fisiopatologia conhecida das principais doenças que afetam a olfação;
  • identificar os principais métodos diagnósticos para os distúrbios olfativos;
  • dominar os tratamentos com maior evidência de eficácia para os problemas do olfato: treinamento olfatório e lavagem nasal de grande volume de soro fisiológico mais corticoide nasal;
  • relembrar as orientações necessárias e fundamentais para os pacientes que não sentem cheiros.
  • Esquema conceitual
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