- Introdução
Nos últimos anos, o número de casos de câncer, incluindo o de laringe, tem aumentado. A escolha do tratamento deve ser ditada principalmente pela eliminação completa do câncer; no entanto, do ponto de vista do paciente, um fator importante é a qualidade da voz resultante do processo terapêutico.1
Apesar das novas técnicas de radioterapia e quimioterapia, a cirurgia ainda apresenta os melhores resultados oncológicos. Para tanto, pode ser utilizado um amplo espectro de operações, que variam desde a ablação mínima até a laringectomia total.2
A radioterapia, a excisão endoscópica a laser e as laringectomias parciais verticais em casos selecionados têm sido usadas com sucesso no tratamento do carcinoma inicial da laringe.3 Embora o câncer de laringe tenha impacto na qualidade de vida dos pacientes, eles raramente relacionam esse impacto com a disfunção vocal.4
Já está bem estabelecido que, após a cordectomia ou a radioterapia para o tratamento de carcinomas iniciais da laringe, ocorrem diversos distúrbios de voz. Esse fato tem levado muitos cirurgiões a considerar a necessidade da reconstrução cirúrgica das pregas vocais.5
Várias técnicas de reconstrução das pregas vocais para correção do defeito glótico oriundo de ressecções cirúrgicas, já foram descritas, incluindo a utilização de implantes exógenos (como o titânio) ou autólogos (como gordura),6 diversos retalhos cirúrgicos locais e até mesmo a utilização de células-tronco para a complementação dessas técnicas cirúrgicas.7
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- avaliar a evolução histórica da laringectomia parcial e vertical, bem como dos métodos de reconstrução glótica;
- descrever por que ocorrem os distúrbios de voz após cirurgias de ressecção de prega vocal;
- identificar as três modalidades de tratamento para tumores glóticos iniciais;
- enumerar as técnicas de reconstrução de pregas vocais com retalhos locais.
- Esquema conceitual