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AURICULOTERAPIA EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÃO PARA TRATAMENTO DE ANSIEDADE

Bianca Bacelar de Assis

Luciana Regina Ferreira da Mata

Cissa Azevedo

Tânia Couto Machado Chianca

Caroline de Castro Moura

Hérica Pinheiro Corrêa

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • discutir sobre os aspectos emocionais que afetam a saúde mental dos profissionais de enfermagem;
  • discorrer sobre estratégias de coleta de dados e avaliação da ansiedade entre profissionais de enfermagem, tanto na visão da medicina ocidental como também da Medicina Tradicional Chinesa (MTC);
  • discorrer sobre as principais características definidoras e fatores relacionados do diagnóstico de ansiedade presente em profissionais de enfermagem;
  • apresentar resultados esperados e indicadores que subsidiam a etapa de planejamento de enfermagem considerando a intervenção auriculoterapia;
  • discutir sobre a auriculoterapia como intervenção para resolução do DE ansiedade em profissionais da enfermagem.

Esquema conceitual

Introdução

Videoaula sobre o capítulo

Os transtornos mentais são reconhecidos como um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Dentre eles, destacam-se os transtornos de ansiedade, que atingem cerca de 9,3% da população brasileira e que têm como uma de suas causas fatores relacionados ao enfrentamento de desafios contemporâneos, como carga de trabalho, tempo de descanso, satisfação financeira, qualidade de vida, alimentação e rotina de estresse.1

Os transtornos de ansiedade referem-se a um grupo de transtornos mentais caracterizados por sentimentos de ansiedade e medo, incluindo ansiedade generalizada, síndrome do pânico, fobias, ansiedade social, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Os sintomas de ansiedade podem variar de leves a graves e, quanto à duração, na maioria dos casos tornam-se um acometimento crônico. Sabe-se, ainda, que os transtornos de ansiedade são mais comuns entre mulheres.1

A ansiedade, como um DE, é definida como um “sentimento vago e incômodo de desconforto ou temor, acompanhado por resposta autonômica e sentimento de apreensão causada pela antecipação de perigo. É um sinal de alerta para perigo iminente e permite a adoção de medidas pelo indivíduo para lidar com a ameaça”.2 A ansiedade envolve os componentes psicológico e fisiológico, de acordo com as experiências do indivíduo. Quando vai além de situações reais ou é desproporcional à situação que a originou e tem tempo de duração prolongada, torna-se um transtorno.2

Em profissionais de enfermagem, a ansiedade pode estar relacionada ao estresse, às desordens no ciclo circadiano, às formas de lidar com o sofrimento, à dor emocional, à morte, às jornadas de trabalho excessivas e às responsabilidades sobre os pacientes.2 Trata-se de um sentimento que impacta na qualidade da assistência ao paciente, na redução da produtividade, no absenteísmo, e no aumento de licenças-saúde e de iatrogenias.3

Nesse sentido, faz-se necessária a criação de programas de apoio ao profissional que estimulem o uso de recursos ou estratégias de enfrentamento, subsidiando assim, melhor qualidade de vida.3,4 Dentre as intervenções não farmacológicas para a resolução ou diminuição da ansiedade, pode-se citar a acupuntura, Prática Integrativa e Complementar em Saúde (PICs) pautada na MTC, que consiste na estimulação de pontos anatômicos específicos do corpo, com o objetivo de produzir efeito terapêutico ou analgésico.2,5

Dentre as diversas formas de se estimular um ponto de acupuntura, tem-se a acupressão. É importante destacar que, na acupuntura, os pontos são estimulados por meio da inserção de agulhas, enquanto na acupressão utiliza-se a pressão firme dos dedos das mãos ou de outras estruturas, para pressionar a região desejada.6 De acordo com a Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC, do inglês, Nursing Intervention Classification), a acupressão pode ser definida como aplicação de pressão firme e contínua em pontos especiais do corpo para reduzir a dor, produzir relaxamento e prevenir ou reduzir a náusea.7

A acupressão pode ser realizada na região auricular, uma vez que o pavilhão auricular é um dos vários microssistemas do corpo e está repleto de pontos de acupuntura que correspondem a todos os órgãos e estruturas do organismo. Essa técnica é também denominada como auriculoterapia.6

Há evidências na literatura de que a adoção de algumas PICs, como a auriculoterapia, proporcionam efeitos positivos em casos de estresse, ansiedade e depressão.8,9 Dessa forma, a auriculoterapia, como modalidade da acupressão, pode ser destacada como ferramenta de apoio e suporte emocional. Trata-se de uma técnica de baixo custo de aplicação e alta aceitabilidade e, portanto, constitui-se uma prática com potencial inserção nos programas de apoio ao profissional.

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