- Introdução
Como médicos e profissionais da área da saúde, quer trabalhemos diretamente com pacientes individuais ou com populações, temos sempre que procurar basear nossas decisões e ações na melhor evidência científica possível. A prática médica atual apresenta avanços científicos e tecnológicos inquestionáveis, ocasionando mudanças que muitas vezes se chocam com a visão tradicional da prática médica.
Há exatamente 50 anos, foi publicado o que por muitos é considerado o primeiro ensaio clínico randomizado, no qual foi estudado e demonstrado ser eficaz o efeito da estreptomicina no tratamento da tuberculose.1 Nesse delineamento de pesquisa médica, como em outros, é avaliado o efeito clínico de um tipo de intervenção (tratamento) sobre determinada doença ou algum de seus aspectos. Porém, 2 aspectos diferenciam sobremaneira um ensaio clínico randomizado dos outros delineamentos de pesquisa médica, que eram os únicos anteriormente empregados:
- o primeiro é que sempre há a comparação entre um grupo que recebe a intervenção e outro grupo utilizado como controle que não a recebe;
- o segundo, mais importante e exclusivo desse tipo de delineamento, é que a alocação de pacientes para os grupos ocorre de maneira aleatória ou randômica.
Esses 2 aspectos impedem que alterações biológicas expontâneas ou vícios na seleção de pacientes alterem os resultados da pesquisa.
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1. Qual a grande força dos ensaios clínicos randomizados? Compare sua resposta com o texto a seguir.
2. O que o crescimento dos ensaios clínicos randomizados ocasionou no meio médico e na prática da Medicina? Compare sua resposta com o texto a seguir.
3. Em que consiste a chamada Medicina Baseada em Evidências? Compare sua resposta com o texto a seguir.
A grande força dos ensaios clínicos randomizados é podermos ter confiança que os grupos em estudo são similares não somente nos determinantes de desfechos clínicos que conhecemos, mas também naqueles por nós desconhecidos.2 Assim, o advento e a propagação dos ensaios clínicos randomizados nas mais variadas áreas, conjuntamente com o aumento do rigorismo científico que foi adquirido ao longo dessas décadas, alteraram de forma profunda a história da Medicina. Em verdade, os demais delineamentos de pesquisa médica ainda são bastante úteis e realizados em muitas situações, porém cada vez mais com o devido reconhecimento de suas limitações e das conclusões que deles possam se inferidas.
A ascendência que os ensaios clínicos randomizados adquiriram ao longo dessas poucas décadas ocasionou uma mudança fundamental nos padrões que estabelecem as bases para o diagnóstico, prognóstico e terapêutica na prática médica. A habilidade de lidar, avaliar criticamente (em relação a sua validade e utilidade) e incorporar esse rápido crescimento do corpo de evidências na prática médica diária está propiciando um novo paradigma para a Medicina, que tem sido denominado Medicina Baseada em Evidências.3,4 Entende-se aqui o conceito de paradigma como o de marcos basilares ou as balizas teóricas e operacionais, as quais variam no campo específico de cada ciência ao longo do tempo.5
Ninguém discute a importância de uma alimentação balanceada que forneça quantidades suficientes de vitaminas e de sais minerais para a promoção da saúde e prevenção de doenças, e sabemos que a sua deficiência pode provocar situações de doenças graves como a amaurose (deficiência de vitamina A), osteoporose (deficiência de vitamina D), distúrbios neurológicos (deficiência de vitamina B12) e outros agravos à saúde relevantes do ponto de vista de saúde pública.
Por outro lado, há uma ideia disseminada de que a suplementação das vitaminas e de sais minerais pode trazer benefícios para a saúde, fato esse muitas vezes induzido pela propaganda de produtores desses suplementos, porém sem uma comprovação científica.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor possa:
- realizar uma avaliação crítica sobre s suplementação de vitaminas e de sais minerais;
- compreender os riscos da suplementação indevida de vitaminas;
- compreender os riscos da suplementação indevida de sais minerais.
- Esquema conceitual
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4. A que se deve, na sua opinião, a tendência ao uso suplementar de vitaminas? Compare sua resposta com o texto a seguir.