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CAPACITAÇÃO PARENTAL DE MÃES ADOLESCENTES COM FILHOS PREMATUROS NA UTIN

Autores: Margarida Isabel Silva Carvalho, Margarida Lourenço, Elisabete Nunes, Filipa Andrade
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar características e particularidades da gravidez na adolescência;
  • praticar o acolhimento de mães adolescentes na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN);
  • reconhecer a importância do enfermeiro na vivência do papel da maternidade na adolescência.

Esquema conceitual

Introdução

Em uma UTIN, todos os recém-nascidos (RNs) têm necessidades especiais, e são essas necessidades que tornam seu cuidado específico e diferente. Nesse contexto, o período neonatal é compartilhado com uma equipe multidisciplinar que se encontra disponível para os RNs e para os pais.1

Após o nascimento de um RN que necessita de cuidados neonatais, a equipe de enfermagem também fica exposta a uma complexidade psicológica, física e emocional diante da família que enfrenta um momento de insegurança em relação à vida do bebê. Desse modo, surge a necessidade de um acolhimento humanizado, que vise à satisfação das necessidades do binômio criança–pais.1 Há uma necessidade inerente de cuidar não apenas do neonato como também da família a que ele pertence.

A adolescência pode ser definida como uma etapa de desenvolvimento e de maturação que ocorre entre a infância e a idade adulta, sendo, por isso, marcada por alterações fisiológicas e psicossociais significativas, influenciadas pela interação entre o adolescente e seus diversos contextos.2 O período da adolescência é caracterizado por um processo de consecutivas modificações, como o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, no qual o indivíduo se desenvolve fisicamente e emocionalmente.

Atualmente, observa-se uma constante alteração nos padrões de sexualidade; a vida sexual se inicia cada vez mais precocemente, sobretudo nos países em desenvolvimento. Isso tem contribuído para o aumento da ocorrência de gestações na adolescência, identificado como um fator de risco e um problema de saúde pública.3

Ao engravidar, uma jovem adolescente, ainda em desenvolvimento, experiencia um processo de dupla crise, quer pela etapa do desenvolvimento do ciclo vital em que se encontra, quer pelo papel de mãe que passa a desempenhar. Promover e manter a homeostasia familiar do binômio mãe–filho e de sua família pressupõe a identificação de necessidades e o planejamento de atividades que influenciem e permitam ampliar a saúde dos intervenientes.4

Para que a intervenção tenha sucesso, é imprescindível uma relação de confiança inicial, muitas vezes estabelecida no primeiro contato, isto é, no momento do acolhimento. É a relação estabelecida nessa primeira abordagem que facilita o cuidado ao RN e à mãe adolescente durante a internação, a partir do conhecimento prévio acerca da mãe por parte da equipe e do conhecimento da mãe sobre a unidade.

Ao longo deste capítulo, serão abordados os conceitos de adolescência, gravidez na adolescência, prematuridade e capacitação parental. Por fim, será apresentado um caso clínico sobre uma jovem, mãe de um RN prematuro, que vivencia o período da adolescência simultaneamente à maternidade. Para favorecer a compreensão dos diferentes fenômenos e da relação entre eles, o caso clínico teve por base o modelo de sistemas de Betty Neuman.4 Além disso, serão descritas estratégias de intervenção para capacitação parental direcionadas à faixa etária do desenvolvimento da mãe — adolescência.

Uma mãe adolescente requer uma intervenção cuidadosa, adequada e direcionada à etapa do desenvolvimento em que se encontra. Desse modo, todas as intervenções de enfermagem apresentadas neste capítulo contemplam as necessidades e as especificidades da adolescência.

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