- Introdução
O termo choque foi cunhado na medicina há mais de dois séculos devido a muitas condições em que os ferimentos de batalhas pareciam desproporcionais e misteriosamente pequenos quando comparados com o colapso imediato ou gradual dos processos vitais. O enigma foi muito bem colocado por Sir Astley Cooper, em seu Comentário sobre os ferimentos de guerra, quando chamou a atenção para o fato de que muitos soldados haviam morrido sem perda significativa de sangue, dor intensa ou ferimento grave.1
O choque é uma condição com risco importante à vida em razão da hipóxia celular. Os efeitos do choque, se rapidamente reconhecidos e tratados, podem ser reversíveis; no entanto, tornam-se irreversíveis quando ocorre um atraso na terapêutica, resultando em falência múltipla de órgãos (FMOfalência múltipla de órgãos) e morte.2
Quando o paciente apresenta o estado de choque, ainda que não esteja bem definido, inicia-se de imediato uma terapia comum, enquanto se identifica a etiologia, de modo que a terapia definitiva possa ser administrada para reverter e impedir a FMOfalência múltipla de órgãos e a morte.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar os vários tipos de choque;
- analisar as principais variáveis hemodinâmicas dos tipos de choque;
- distinguir as variáveis do metabolismo do oxigênio e seu comportamento nos diversos tipos de choque;
- descrever a reposição volêmica mais adequada no choque hipovolêmico;
- indicar a monitoração mais adequada no choque.
- Esquema conceitual