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CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO NA EMERGÊNCIA

Tiago Bruno Carneiro de Farias

André Loureiro Fernandes

epub-BR-PROURGEM-C15V1_Artigo2

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • definir a anatomia coronariana;
  • descrever como é realizada a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) e os principais enxertos disponíveis;
  • indicar a CRM no cenário da emergência;
  • classificar as principais complicações mecânicas após o infarto agudo do miocárdio (IAM);
  • identificar e conduzir as principais complicações pós-operatórias da CRM que podem aparecer para o médico na emergência.

Esquema conceitual

Introdução

A dor torácica aguda é uma das queixas mais frequentes nos atendimentos dos serviços de urgência, e a síndrome coronariana aguda (SCA) deve estar sempre presente nos diagnósticos diferenciais do médico.1 Devido à sua gravidade, é fundamental que se tenha o conhecimento não só do manejo clínico desse paciente, mas também saber indicar a modalidade correta de revascularização e qual o melhor momento de realizar essa intervenção.

Nas últimas décadas, foi possível observar uma redução no número de cirurgias de revascularização do miocárdio no contexto da emergência, em boa parte devido ao desenvolvimento das técnicas percutâneas. No entanto, a cirurgia ainda tem um papel importante no tratamento desses pacientes, especialmente nos casos de síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST e naqueles com síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento ST (SCACSST) na presença de complicações mecânicas ou nos casos de anatomia desfavorável para a angioplastia.2

Além disso, o médico da emergência também deve saber identificar as principais complicações pós-operatórias da CRM, uma vez que, caso elas surjam tardiamente, após a alta hospitalar, ele pode ser o responsável pelo primeiro atendimento desses pacientes.3

Anatomia coronariana

Antes de se entender as indicações da CRM no cenário da emergência, faz-se necessário uma breve revisão da anatomia coronariana. O coração é irrigado por duas artérias coronárias: a direita e a esquerda. Elas são os primeiros ramos da aorta e têm origem nos seios de Valsava próximos à valva aórtica.4

O tronco da coronária esquerda (TCE) vai se bifurcar em artéria descendente anterior (DA) e artéria circunflexa (Cx). A DA percorre o sulco interventricular anterior, de maneira a irrigar a parede anterior do coração. Ela emite os ramos septais, responsáveis pela vascularização do septo interventricular, e os ramos diagonais (Dg), que vão se dirigir para a parede lateral do coração.5

A artéria circunflexa percorre o sulco atrioventricular em direção à região posterior do coração e vai emitir os ramos marginais esquerdos (MgEs), que vão irrigar parte da parede lateral e a parede posterior do coração. Nos pacientes com dominância coronariana esquerda (menos comum), ela ainda será responsável por dar origem à artéria descendente posterior (DP).5 (Figuras 1 e 2).

TCE: tronco de coronária esquerda; DA: artéria descendente anterior; Cx: artéria circunflexa; MgE: ramo marginal esquerdo.

FIGURA 1: Cineangiocoronariografia de coronária esquerda em incidência oblíqua anterior direita (OAD) caudal. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

TCE: tronco de coronária esquerda; DA: artéria descendente anterior; Dg: ramo diagonal.

FIGURA 2: Cineangiocoronariografia de coronária esquerda em incidência oblíqua anterior esquerda (OAE) cranial. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A artéria coronária direita (CD) também percorre o sulco atrioventricular, dessa vez, para o lado direito, emitindo, durante seu trajeto, os ramos marginais direitos responsáveis por vascularizar o ventrículo direito (VD). Ao final, nos pacientes com dominância direita (mais comum), ela costuma se bifurcar, dando origem à DP, que percorre o sulco atrioventricular posterior, irrigando a parede inferior do coração, e à artéria ventricular posterior (VP)4 (Figura 3).

CD: artéria coronária direita; DP: artéria descendente posterior; VP: artéria ventricular posterior.

FIGURA 3: Cineangiocoronariografia de coronária direita em incidência oblíqua anterior esquerda (OAE) cranial. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

As artérias que normalmente são abordadas na CRM são:

  • DA;
  • artérias diagonais;
  • artérias marginais esquerdas;
  • CD;
  • DP;
  • VP.

Cirurgia de revascularização do miocárdio

A CRM é um procedimento realizado sob anestesia geral, e a via de acesso comumente utilizada é a esternotomia mediana. Após dissecção dos enxertos e exposição do coração, o paciente é heparinizado, e, nas cirurgias com circulação extracorpórea (CEC), é introduzida uma cânula arterial na aorta ascendente e uma cânula venosa no átrio direito.

O paciente é, então, conectado à máquina de circulação extracorpórea, que irá drenar o sangue venoso do paciente, oxigená-lo e devolvê-lo através da cânula arterial, de forma a excluir temporariamente o coração e o pulmão da circulação sanguínea. Nesse momento, é realizado o pinçamento da aorta e infundida a solução de cardioplegia, que irá realizar a parada eletromecânica do coração.

Dá-se início à confecção das anastomoses nas artérias coronárias, procurando-se locais com pouca aterosclerose e com leito distal adequado, a fim de garantir melhores resultados pós-operatórios.6

É importante que o cirurgião realize, sempre que possível, uma revascularização completa, ou seja, realizar pontes de todos os vasos com calibre maior do que 1,5mm com estenoses maiores do que 50%.6

Finalizadas as anastomoses, é retirado o pinçamento da aorta, as artérias coronárias voltam a ser perfundidas e o coração volta a bater. Quando o coração estiver em condições de assumir a circulação, a CEC é desligada, as cânulas são retiradas e é feita a reversão da heparinização com protamina. Após a revisão da hemostasia, o esterno é fixado com fios de aço, a cirurgia é finalizada com fechamento por planos e o paciente é encaminhado para a UTI.

É possível, ainda, a realização da CRM sem o uso de circulação extracorpórea. Ela é feita com o coração batendo, e as anastomoses são realizadas com o auxílio de estabilizadores. Estudos não mostraram evidência de diferenças significativas nos desfechos da cirurgia com CEC ou sem CEC, incluindo os pacientes que foram submetidos à CRM após síndromes coronarianas agudas.7 Dá-se preferência à cirurgia sem CEC em pacientes com aorta em porcelana e naqueles mais frágeis.

Enxertos arteriais e venosos

Para que a CRM seja realizada, é necessário a dissecção de enxertos autólogos. Os enxertos autólogos são:8

  • artéria torácica interna;
  • veia safena magna;
  • artéria radial.

Outros enxertos menos comuns ainda incluem a artéria gastroepiploica direita e a artéria epigástrica inferior.

Artéria torácica interna

Popularmente conhecida como artéria mamária, ela é o principal enxerto em uma CRM. Normalmente, se utiliza a artéria torácica interna esquerda para ser anastomosada na artéria descendente anterior, com perviedade de cerca de 90% em 10 anos. Ela é um ramo da artéria subclávia e vai percorrer um trajeto no interior da cavidade torácica, emitindo ramos que vão irrigar o esterno e os espaços intercostais.9

É possível o uso bilateral das artérias torácicas para a confecção das anastomoses, no entanto, isso está relacionado à maior chance de infecção de ferida operatória profunda. Dessa forma, seu uso costuma ser evitado em pacientes com alto risco para essa complicação, como obesos, diabéticos e portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).9

Artéria radial

Costuma ser utilizada como segunda ou terceira alternativa para enxertos arteriais. A artéria radial é um dos ramos da artéria braquial e localiza-se no antebraço. Graças ao arco palmar, na maioria dos pacientes existe uma circulação colateral eficiente entre a artéria radial e a artéria ulnar, permitindo seu uso como enxerto. No entanto, é necessário a realização do teste de Allen antes da cirurgia para confirmar a capacidade de a artéria ulnar suprir toda a circulação.8

Um dos pontos negativos da artéria radial é sua facilidade para ocorrência de vasoespasmo e baixa tolerância à competição de fluxo, de forma que sua perviedade a longo prazo está relacionada com o grau de obstrução do leito nativo.8

Veia safena magna

A veia safena magna é a principal veia utilizada como enxerto na CRM. Seu uso é bastante difundido, devido ao seu calibre, sua fácil dissecção e seu longo comprimento, permitindo a realização de diversas pontes com ela. No entanto, sua perviedade a longo prazo é menor quando comparada aos enxertos arteriais. Em 10 anos, cerca de 50 a 60% dos enxertos encontram-se pérvios.10

Quando possível, especialmente em pacientes mais jovens, costuma-se dar preferência para os enxertos arteriais, devido à maior perviedade a longo prazo do que os enxertos venosos.9 No entanto, em pacientes instáveis que serão submetidos à cirurgia de emergência, a utilização de enxertos venosos pode ser a melhor opção, visto que nos pacientes em choque cardiogênico e em uso de doses altas de drogas vasoativas, há maior risco de vasoespasmo dos enxertos arteriais.11

Indicações da cirurgia de revascularização do miocárdio

As indicações da CRM serão apresentadas a seguir.

SCA sem supradesnivelamento do segmento ST

Cerca de 5 a 10% dos pacientes com SCA sem supradesnivelamento do segmento ST (SCASSST) vão ser submetidos à CRM. Em pacientes que apresentam condições favoráveis a ambas alternativas, a escolha da modalidade de revascularização vai ser guiada pela cineangiocoronariografia, e, na ausência de ensaios clínicos randomizados que avaliaram pacientes exclusivamente no contexto agudo, os critérios para a indicação do tratamento cirúrgico são os mesmos utilizados para os pacientes com doença coronariana estável.11

Quanto maior for a gravidade anatômica das lesões coronarianas, maior o benefício do paciente com a CRM, em comparação com a angioplastia. Essa complexidade pode ser avaliada pelo Escore Syntax (Quadro 1).

Quadro 1

VARIÁVEIS ESCORE SYNTAX

  • Dominância arterial
  • Segmento coronariano acometido
  • Diâmetro da estenose
  • Lesões em bifurcações ou trifurcações
  • Lesão aorto-ostial
  • Tortuosidade proximal à lesão
  • Extensão da lesão
  • Calcificação
  • Presença de trombo
  • Doença com acometimento difuso e vasos de diâmetro pequeno

// Fonte: Elaborado pelos autores.

De maneira geral, pacientes não diabéticos com lesões triarteriais (Figuras 4 e 5) ou acometimento de tronco de coronária esquerda (Figura 6) com Escore Syntax intermediário ou alto (>22) e pacientes diabéticos com lesões triarteriais, independentemente do Escore Syntax, apresentam maior benefício a longo prazo com a cirurgia (Figura 7).12,13

FIGURA 4: Cineangiocoronariografia de coronária esquerda em incidência OAD caudal evidenciando presença de múltiplas estenoses (setas) em território de DA e Cx. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

FIGURA 5: Cineangiocoronariografia de coronária direita em incidência OAE cranial evidenciando presença de múltiplas estenoses (setas). // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

TCE: tronco de coronária esquerda.

FIGURA 6: Cineangiocoronariografia de coronária esquerda em incidência OAD caudal evidenciando presença de estenose (seta) em terço distal do TCE. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

DA: artéria descendente anterior; TCE: tronco de coronária esquerda.

FIGURA 7: Escolha da modalidade de revascularização em pacientes com síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST. // Fonte: Arquivo de imagem dos autores.

O tempo ideal entre o evento agudo e a realização da CRM nos pacientes com SCA sem supradesnivelamento do segmento ST ainda não foi bem definido, e a conduta deve ser individualizada caso a caso. Um dos entraves para a CRM precoce nesses pacientes com SCA é o uso da dupla antiagregação plaquetária antes do conhecimento da anatomia coronariana do paciente.

Nos pacientes estáveis, se possível, deve-se aguardar para que seja revertido o efeito dos inibidores P2Y12, sendo esse tempo de cinco dias para o clopidogrel, três a cinco dias para o ticagrelor e de sete dias para o prasugrel.14

Nos pacientes que persistem com sintomas de isquemia ou que estão instáveis hemodinamicamente, deve-se realizar a cirurgia o quanto antes, não aguardando o período de suspensão dos antiagregantes. O AAS deve ser mantido até a cirurgia e deve ser retornado 6 a 24h após a cirurgia. O segundo antiagregante pode ser retornado quando o paciente estiver estável e sem sangramentos.14

SCA com supradesnivelamento do segmento ST

A CRM nos casos de SCACSST apresenta indicações bem mais restritas nos dias de hoje. Pela sua capacidade de recuperar rapidamente a perviedade da artéria coronária, de maneira a reduzir o tempo de isquemia do miocárdio, a angioplastia passou a ser a opção inicial para a revascularização desses pacientes, e a cirurgia ficou reservada para casos específicos.

Como estratégia de revascularização primária, ela deve ser indicada apenas para pacientes com contraindicação para a angioplastia ou que tenham apresentado falha com esse método, que tenham anatomia coronariana favorável ao procedimento e deve ser realizada com pouco tempo após o início dos sintomas, preferencialmente entre duas e três horas. Após esse período, pacientes não passíveis de angioplastia que apresentam isquemia recorrente, refratária à terapia farmacológica, ou instabilidade hemodinâmica também possuem indicação de CRM.15

Nos pacientes que evoluem com complicações mecânicas (descritas a seguir) após um IAM, é recomendada a realização da CRM no mesmo tempo cirúrgico.16

ATIVIDADES

1. O TCE se bifurca em quais artérias?

A) Artéria aorta e Cx.

B) Artéria aorta e DA.

C) DA e Cx.

D) Artérias direita e esquerda.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


O TCE vai se bifurcar em DA e Cx. A DA percorre o sulco interventricular anterior, de maneira a irrigar a parede anterior do coração. Ela emite os ramos septais, responsáveis pela vascularização do septo interventricular, e os Dg, que vão se dirigir para a parede lateral do coração.

Resposta correta.


O TCE vai se bifurcar em DA e Cx. A DA percorre o sulco interventricular anterior, de maneira a irrigar a parede anterior do coração. Ela emite os ramos septais, responsáveis pela vascularização do septo interventricular, e os Dg, que vão se dirigir para a parede lateral do coração.

A alternativa correta e a "C".


O TCE vai se bifurcar em DA e Cx. A DA percorre o sulco interventricular anterior, de maneira a irrigar a parede anterior do coração. Ela emite os ramos septais, responsáveis pela vascularização do septo interventricular, e os Dg, que vão se dirigir para a parede lateral do coração.

2. Quais são as artérias normalmente abordadas na CRM?

Confira aqui a resposta

As artérias normalmente abordadas na CRM são DA, artérias diagonais, artérias marginais esquerdas, CD, DP e VP.

Resposta correta.


As artérias normalmente abordadas na CRM são DA, artérias diagonais, artérias marginais esquerdas, CD, DP e VP.

As artérias normalmente abordadas na CRM são DA, artérias diagonais, artérias marginais esquerdas, CD, DP e VP.

3. “A CRM é um procedimento realizado sob __________, e a __________ comumente utilizada é a _________.” Assinale a alternativa que apresenta os termos que completam a sentença.

A) anestesia geral — via de acesso — esternotomia mediana.

B) anestesia local — via de acesso — esternotomia lateral.

C) anestesia geral — via de anestesia — esternotomia lateral.

D) anestesia local — via de anestesia — esternotomia mediana.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


A CRM é um procedimento realizado sob anestesia geral, e a via de acesso comumente utilizada é a esternotomia mediana. Após dissecção dos enxertos e exposição do coração, o paciente é heparinizado, e, nas cirurgias com CEC, é introduzida uma cânula arterial na aorta ascendente e uma cânula venosa no átrio direito.

Resposta correta.


A CRM é um procedimento realizado sob anestesia geral, e a via de acesso comumente utilizada é a esternotomia mediana. Após dissecção dos enxertos e exposição do coração, o paciente é heparinizado, e, nas cirurgias com CEC, é introduzida uma cânula arterial na aorta ascendente e uma cânula venosa no átrio direito.

A alternativa correta e a "A".


A CRM é um procedimento realizado sob anestesia geral, e a via de acesso comumente utilizada é a esternotomia mediana. Após dissecção dos enxertos e exposição do coração, o paciente é heparinizado, e, nas cirurgias com CEC, é introduzida uma cânula arterial na aorta ascendente e uma cânula venosa no átrio direito.

4. Qual dos enxertos a seguir costuma apresentar menor durabilidade?

A) Artéria torácica interna esquerda.

B) Artéria torácica interna direita.

C) Artéria radial esquerda.

D) Veia safena magna.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


Os enxertos venosos tendem a ter uma durabilidade menor quando comparados com os enxertos arteriais. Dessa forma, entre as alternativas, a veia safena magna é aquela que apresenta menor perviedade a longo prazo.

Resposta correta.


Os enxertos venosos tendem a ter uma durabilidade menor quando comparados com os enxertos arteriais. Dessa forma, entre as alternativas, a veia safena magna é aquela que apresenta menor perviedade a longo prazo.

A alternativa correta e a "D".


Os enxertos venosos tendem a ter uma durabilidade menor quando comparados com os enxertos arteriais. Dessa forma, entre as alternativas, a veia safena magna é aquela que apresenta menor perviedade a longo prazo.

5. Em pacientes não diabéticos com SCASSST que apresentam lesões triarteriais, a partir de qual valor de Escore Syntax o benefício é maior com CRM em comparação com a angioplastia?

A) 23

B) 29

C) 33

D) 12

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


Pacientes não diabéticos com SCASSST e lesões triarteriais têm maior benefício com a CRM a partir de um Escore Syntax intermediário, ou seja, maior ou igual a 23.

Resposta correta.


Pacientes não diabéticos com SCASSST e lesões triarteriais têm maior benefício com a CRM a partir de um Escore Syntax intermediário, ou seja, maior ou igual a 23.

A alternativa correta e a "A".


Pacientes não diabéticos com SCASSST e lesões triarteriais têm maior benefício com a CRM a partir de um Escore Syntax intermediário, ou seja, maior ou igual a 23.

6. Sobre o antiagregante plaquetário e seu tempo de suspensão antes da CRM em pacientes estáveis, correlacione as colunas.

AAS

Ticagrelor

Prasurgel

Clopidogrel

Três a cinco dias

Não deve ser suspenso

Cinco dias

Sete dias

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 1 — 2 — 3 — 4

B) 3 — 2 — 1 — 4

C) 2 — 1 — 4 — 3

D) 4 — 1 — 2 — 3

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


Cada antiagregante plaquetário tem um tempo ideal de suspensão antes da CRM. Deve-se lembrar que o AAS deve ser mantido até a cirurgia, pois está relacionado com uma menor incidência de eventos isquêmicos após o procedimento. O prasugrel é o que apresenta maior tempo e, por isso, não deve ser utilizado nos pacientes com IAM sem supradesnivelamento do segmento ST antes do conhecimento da anatomia coronariana.

Resposta correta.


Cada antiagregante plaquetário tem um tempo ideal de suspensão antes da CRM. Deve-se lembrar que o AAS deve ser mantido até a cirurgia, pois está relacionado com uma menor incidência de eventos isquêmicos após o procedimento. O prasugrel é o que apresenta maior tempo e, por isso, não deve ser utilizado nos pacientes com IAM sem supradesnivelamento do segmento ST antes do conhecimento da anatomia coronariana.

A alternativa correta e a "C".


Cada antiagregante plaquetário tem um tempo ideal de suspensão antes da CRM. Deve-se lembrar que o AAS deve ser mantido até a cirurgia, pois está relacionado com uma menor incidência de eventos isquêmicos após o procedimento. O prasugrel é o que apresenta maior tempo e, por isso, não deve ser utilizado nos pacientes com IAM sem supradesnivelamento do segmento ST antes do conhecimento da anatomia coronariana.

Complicações mecânicas do infarto agudo do miocárdio

A presença de complicações mecânicas na vigência de IAM pode levar a uma rápida deterioração do quadro hemodinâmico. O reconhecimento rápido dessas recomendações e a indicação de uma cirurgia de emergência pode fazer a diferença no prognóstico desses pacientes.17

As principais complicações mecânicas do IAM são (Quadro 2):

  • ruptura do septo ventricular;
  • ruptura de parede livre ventricular;
  • insuficiência mitral (IMi) aguda.

Quadro 2

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES MECÂNICAS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Ruptura do septo ventricular

Ruptura de parede livre ventricular

IMi aguda

Pico de incidência pós-IAM

Três a sete dias

Três a cinco dias

Dois a sete dias

Sintomas

Dor torácica recorrente, dispneia, hipotensão

Morte súbita, dor torácica recorrente, agitação

Dispneia, edema agudo de pulmão e hipotensão

Exame físico

Hipotensão, sopro sistólico áspero com frêmito

Dissociação eletromecânica, turgência jugular, hipotensão, abafamento de bulhas, pulso paradoxal

Hipotensão, sopro sistólico suave, sem frêmito, congestão pulmonar

Exame diagnóstico

Ecocardiograma transtorácico

Ecocardiograma transtorácico

Ecocardiograma transtorácico

IAM: infarto agudo do miocárdio; IMi: insuficiência mitral. // Fonte: Elaborado pelos autores.

Ruptura do septo ventricular pós-infarto agudo do miocárdio

A ruptura do septo ventricular é uma complicação grave, com elevada mortalidade, que costuma ocorrer entre o terceiro e o sétimo dia após um IAM. Felizmente, sua incidência vem diminuindo após o desenvolvimento das terapias de reperfusão, como a trombólise e a angioplastia. A mortalidade pode chegar a 90% nos pacientes que não são tratados cirurgicamente e cai a valores próximos de 40% naqueles com correção cirúrgica.17

Normalmente, surge em pacientes com infarto transmural extenso de parede anterior. Em virtude da maior pressão existente no ventrículo esquerdo (VE), o defeito no septo vai gerar um shunt esquerda–direita, causando sobrecarga de volume no VD, hiperfluxo pulmonar e baixo débito cardíaco.18

Fatores de risco

Os principais fatores de risco de ruptura do septo ventricular pós-IAM são:18

  • hipertensão;
  • índice de massa corporal (IMC) elevado;
  • infarto de parede anterior;
  • idade avançada;
  • sexo feminino;
  • primeiro IAM.

Apresentação clínica

A ruptura do septo ventricular deve ser suspeitada nos pacientes que apresentam um quadro de insuficiência cardíaca de início agudo que pode estar associado a dor torácica, dispneia e hipotensão. Ao exame físico, o paciente pode apresentar um sopro holossistólico, com frêmito, mais audível na borda paraesternal esquerda, terceira bulha e desdobramento fixo de B2.17

Em pacientes com choque cardiogênico, é possível que o sopro não seja audível.17

Diagnóstico

O exame que costuma dar o diagnóstico é o ecocardiograma transtorácico. Ele vai evidenciar o defeito no septo interventricular e pode dar mais informações, como seu tamanho e presença de disfunção ventricular associada, colaborando para programação cirúrgica.18

Um ecocardiograma transesofágico é uma alternativa para quando o exame transtorácico for inconclusivo.18

O cateter de Swan-Ganz pode ajudar também no diagnóstico por meio da dosagem da saturação de oxigênio do sangue no átrio direito (AD) e na artéria pulmonar. Em virtude do shunt esquerda–direita, haverá presença de um salto oximétrico, e a saturação será maior na artéria pulmonar.15

Tratamento

A terapia clínica isolada está relacionada a piores desfechos e deve ser utilizada como ponte para o tratamento cirúrgico. Ela é composta de suporte ventilatório e uso de vasodilatadores, quando tolerado, a fim de reduzir a pós-carga do VE e diminuir o shunt esquerda–direita. O uso de balão intra-aórtico ou de outros dispositivos de assistência circulatória também pode ser considerado para maior compensação clínica pré-operatória.18

O momento ideal para a realização da cirurgia ainda é controverso, mas a tendência é a indicação mais precoce. A correção costuma ser realizada com o implante de um patch ocluindo o defeito. No momento da correção do defeito do septo, pode ser realizada a revascularização do miocárdio de maneira associada. Nos últimos anos, vem crescendo ainda a experiência com o fechamento percutâneo do defeito do septo ventricular pós-IAM.18

Ruptura de parede livre ventricular

A ruptura de parede livre ventricular é outra complicação mecânica de elevada gravidade, com taxas de mortalidade que podem chegar a 80%. Com o desenvolvimento das estratégias de reperfusão, sua incidência caiu de cerca de 5% dos pacientes com IAM para 0,2%. Seu pico de incidência costuma ocorrer entre três a cinco dias, mas pode ocorrer em até duas semanas após o IAM.17

É possível diferenciar dois tipos de ruptura: a completa, ou aguda, normalmente mais grave e com quadro clínico mais exuberante; e a incompleta, ou subaguda, em que um trombo ou aderências pericárdicas tamponam o sangramento, levando ao surgimento de um pseudoaneurisma.15

Fatores de risco

Os principais fatores de risco de ruptura de parede livre ventricular são:18

  • idade maior do que 55 anos;
  • sexo feminino;
  • pacientes sem história prévia de angina;
  • infarto transmural;
  • oclusão total da artéria descendente anterior;
  • elevação persistente do segmento ST;
  • hipertensão;
  • pacientes com Killip maior do que 2;
  • uso de corticosteroides ou anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).

Apresentação clínica

A clínica do paciente pode variar desde um quadro mais insidioso, com episódios prolongados de angina e piora de dispneia, ou evoluir rapidamente para tamponamento cardíaco com choque cardiogênico e dissociação eletromecânica.18

Uma elevada suspeição clínica é fundamental para o rápido diagnóstico e tratamento.18

Ao exame físico, o paciente pode se apresentar com sinais de tamponamento, como:18

  • abafamento de bulhas;
  • turgência jugular;
  • hipotensão;
  • pulso paradoxal.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por meio do ecocardiograma transtorácico, evidenciando a ruptura ventricular, presença de derrame pericárdico e sinais de tamponamento cardíaco, como:17

  • colabamento diastólico do VD;
  • colabamento sistólico atrial;
  • veia cava inferior com diâmetros elevados;
  • variação respiratória reduzida.

Tratamento

O manejo vai consistir na ressuscitação hemodinâmica do paciente com o uso de vasopressores e inotrópicos conforme necessário, seguido de rápida intervenção cirúrgica.18

A pericardiocentese pode ser realizada na tentativa de melhorar a hemodinâmica do paciente, porém, seu uso ainda é controverso, uma vez que a hipertensão reflexa pode levar a uma piora da laceração ventricular.18

A pericardiocentese deve ser reservada para pacientes instáveis, refratários ao suporte clínico enquanto se aguarda transferência do paciente para o centro cirúrgico. A técnica cirúrgica escolhida vai depender do grau de complexidade e de extensão da lesão, e consiste no reparo da ruptura com o uso de um patch.18

A revascularização pode ser realizada no mesmo tempo cirúrgico.

Insuficiência mitral aguda

A IMi aguda representa cerca de 8,3% dos choques cardiogênicos após IAM e normalmente ocorre em dois a sete dias após o início do quadro. Enquanto os casos leves a moderados não costumam trazer repercussão clínica e ocorrem em até 45% dos pacientes que infartaram, as insuficiências agudas importantes podem ser uma condição de alta mortalidade.18

A IMi pode ser dividida em:

  • funcional: a falha na coaptação é causada por dilatação ventricular ou por alterações segmentares na motilidade ventricular, que levam ao tracionamento das cúspides da valva mitral;
  • estrutural: ocorre por ruptura de corda tendínea, disfunção ou ruptura do músculo papilar. Normalmente, os pacientes apresentam IAM de parede inferior, e o defeito ocorre no músculo papilar posteromedial, devido ao seu suprimento arterial único, vindo da artéria coronária direita nos pacientes com dominância direita ou da artéria circunflexa naqueles com dominância esquerda.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco de IMi aguda são:17

  • infarto de parede inferior;
  • doença arterial coronariana preexistente;
  • sexo feminino;
  • diabetes melito.

Apresentação clínica

A clínica do paciente vai variar de acordo com a intensidade da insuficiência e com a velocidade de instalação do quadro. Pacientes com IMi fulminante podem se apresentar com edema agudo de pulmão, hipotensão e choque cardiogênico.17

O exame físico não é tão específico, mas o achado de um sopro holossistólico mais audível no ápice cardíaco, com irradiação para a axila, é sugestivo dessa condição. O sopro pode estar ausente em pacientes hipotensos ou com pressão de átrio esquerdo elevada.18

Diagnóstico

O principal exame para o diagnóstico de Imi aguda é o ecocardiograma transtorácico, ele costuma ser capaz de quantificar o grau da insuficiência e conseguir definir a etiologia, se funcional ou estrutural, além de ajudar na diferenciação entre ruptura do septo interventricular ou Imi.17

O ecocardiograma transesofágico pode ser utilizado nos casos que permaneçam duvidosos.17

Pacientes com cateter de Swan-Ganz também podem ter o diagnóstico sugerido pela presença de onda V aumentada na curva de pressão após a oclusão da artéria pulmonar e ausência de salto oximétrico entre o átrio direito e a artéria pulmonar.15

Tratamento

O manejo clínico da Imi aguda vai envolver o tratamento do edema agudo de pulmão e compensação hemodinâmica. Pode-se fazer uso de ventilação não invasiva ou, caso necessário, ventilação invasiva com intubação traqueal. Pacientes que tolerarem, devem fazer uso de vasodilatadores, na tentativa de reduzir a pós-carga do VE, diminuindo o refluxo mitral.18

Pacientes hipotensos e em choque cardiogênico necessitam de inotrópicos e vasopressores. Aqueles refratários podem se beneficiar com o uso de dispositivos de assistência circulatória, como:17

  • balão intra-aórtico;
  • Impella™;
  • membrana de oxigenação extracorpórea (ECMO).

O tratamento cirúrgico de emergência está indicado para os pacientes com Imi aguda decorrente de ruptura de músculo papilar, e a CRM deve ser realizada no mesmo tempo cirúrgico. No entanto, ainda não há consenso ou ensaios clínicos randomizados que indiquem o melhor tratamento para os pacientes com Imi aguda funcional, se clínico ou cirúrgico.19

Os pacientes com Imi importante de etiologia isquêmica que serão submetidos a uma cirurgia de revascularização do miocárdio devem passar por uma abordagem valvar (plastia ou troca) durante o procedimento.19

Complicações pós-operatórias

Além de conhecer as indicações para a CRM, o médico da emergência também deve estar familiarizado com suas possíveis complicações, uma vez que algumas delas surgem apenas após a alta hospitalar, e o pronto-socorro pode ser o local de atendimento inicial desses pacientes.

Infecção de ferida operatória

A infecção de ferida operatória (IFO) é uma complicação frequente no pós-operatório da CRM, acometendo cerca de 10% das incisões para esternotomia e 20% das safenectomias. A elevada incidência decorre, em parte, dos fatores de risco em comum entre a doença arterial coronariana e a infecção de ferida operatória, como obesidade, vasculopatia e diabetes. Outros fatores de risco para a IFO incluem:3

  • o uso bilateral da artéria torácica interna;
  • tempo prolongado de circulação extracorpórea;
  • transfusões de hemoconcentrados;
  • disfunção renal;
  • insuficiência cardíaca.

A infecção da ferida da esternotomia costuma ser classificada em infecção superficial quando se localiza acima da fascia peitoral, e infecção profunda, localizada abaixo da fáscia, e está relacionada com a ocorrência de mediastinite. Essa diferenciação vai ajudar a guiar não só o tratamento, mas também o prognóstico do paciente.20

Apresentação clínica

Infecções mais superficiais costumam se apresentar como dor local, eritema, drenagem de secreção pela ferida e o esterno encontra-se estável. Já as infecções mais profundas podem apresentar, além dos achados já descritos, descarga purulenta significativa e instabilidade esternal. Sintomas sistêmicos, como febre, letargia e calafrios, também são mais comuns nesse segundo tipo.21

A presença de um esterno instável, na ausência de outras alterações clínicas significativas, pode indicar uma deiscência estéril de esterno.21

Avaliação

A verificação da estabilidade esternal é fundamental, pois se o esterno estiver instável, a exploração cirúrgica está indicada. Se ele estiver estável, outros testes são necessários para a identificação de infecção profunda. Devem ser realizadas coletas de hemoculturas e cultura da secreção da ferida operatória. A tomografia de tórax pode ajudar na avaliação se o esterno estiver estável, de forma a definir melhor a extensão da infecção e apresentar achados sugestivos de osteomielite.21

O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) define infecção esternal profunda como o achado de:

  • isolamento de um organismo em cultura de fluido ou tecido mediastinal; ou
  • evidência de mediastinite visualizada durante uma cirurgia ou exame histopatológico; ou
  • presença de dor torácica ou febre (T >38ºC) ou instabilidade esternal + descarga purulenta do mediastino ou isolamento de microrganismo em hemocultura ou imagem sugestiva na tomografia.

Tratamento

A infecção de esternotomia superficial não complicada ou de safenectomia normalmente pode ser manejada apenas com antibioticoterapia por via oral por sete a 14 dias e desbridamento químico/mecânico. Caso haja presença de abscesso, a drenagem pode ser realizada a fim de retirar a coleção no interior da ferida e facilitar a ação do antibiótico.20

Quadros com deiscências mais extensas podem necessitar de internação para antibioticoterapia EV e desbridamentos mais extensos. Há evidências que suportam o uso de curativos a vácuo nesses pacientes.20

A infecção profunda requer abordagem cirúrgica para realização de desbridamento dos tecidos desvitalizados e limpeza da cavidade mediastinal. A técnica utilizada irá variar de acordo com a complexidade da infecção e profundidade dos planos acometidos. O tratamento com antibiótico costuma ser mantido por pelo menos seis semanas.3

A deiscência esternal, mesmo na ausência de infecção, também deve ser corrigida cirurgicamente.21

Tromboembolismo venoso

O tromboembolismo venoso é responsável por cerca de 6,3% dos casos de readmissão após a CRM, uma vez que esses pacientes submetidos a esse procedimento costumam possuir fatores de risco para essa complicação, como idade mais avançada, trauma cirúrgico recente, cirurgia abaixo do quadril (safenectomia), obesidade, entre outros.3

Um ponto que o médico da emergência deve levar em consideração durante a avaliação dos pacientes no pós-operatório de CRM é o fato de dor e edema assimétrico de membros inferiores serem comuns no membro que foi safenectomizado. No entanto, o aparecimento desses sintomas vários dias a semanas após a cirurgia deve desencadear uma investigação mais aprofundada.21

O D-dímero, apesar de possuir elevada sensibilidade, apresenta apenas moderada especificidade nesses pacientes devido à cirurgia recente e não é um bom exame laboratorial para abordagem diagnóstica. A avaliação com exames de imagem não é diferente daquela de pacientes que não se encontram em pós-operatório, e a angiotomografia é o exame de escolha para avaliação daqueles com suspeita de tromboembolismo pulmonar (TEP).3

Tratamento

O tratamento é feito com o uso de anticoagulantes de maneira semelhante ao tromboembolismo venoso por outras etiologias. O manejo inicial costuma ser realizado com heparina não fracionada ou heparina de baixo peso molecular e pode ser utilizada tanto a varfarina quanto os novos anticoagulantes orais para a terapia a longo prazo.3

Um filtro de veia cava é uma opção para os pacientes com contraindicação à anticoagulação. O uso de trombolíticos nesses pacientes é controverso. Naqueles pacientes instáveis, sem contraindicação à trombólise, deve-se pesar o risco-benefício.3

Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco

A presença de derrame pericárdico pode ser encontrada em cerca de 60 a 75% dos pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca e normalmente se resolvem espontaneamente. No entanto, 1 a 2% dos pacientes podem desenvolver derrames que gradualmente aumentam, levando a um estado de tamponamento e baixo débito cardíaco. Esse quadro tanto pode surgir nos primeiros dias quanto levar semanas para aparecer.21

Apresentação clínica

Os pacientes com derrames pericárdicos mais tardios podem se apresentar com um quadro inicialmente inespecífico, que vai aos poucos evoluindo para sintomas de baixo débito, como mal-estar, náuseas e dor abdominal associados à dispneia e desconforto torácico. Achados clássicos de tamponamento como turgência jugular, hipotensão, abafamento de bulhas e pulso paradoxal também podem estar presentes.3

Diagnóstico

O exame diagnóstico de escolha é o ecocardiograma transtorácico, que consegue visualizar e quantificar o derrame, além de identificar sinais de tamponamento. Se a suspeita é elevada e o ecocardiograma transtorácico não foi elucidativo, um ecocardiograma transesofágico está indicado.3

Tratamento

Os pacientes com derrames pericárdicos que aumentam progressivamente ou com sinais de tamponamento devem ser submetidos à drenagem. Uma pericardiocentese é menos invasiva e costuma ser efetiva em cerca de 50% dos casos, principalmente nos derrames mais anteriores ou circunferenciais. Nos derrames loculados ou que não podem ser submetidos à pericardiocentese, está indicada a drenagem cirúrgica através de uma incisão subxifoidea.21

Oclusão de enxerto

Uma das complicações que pode acontecer após a CRM é a falência de um enxerto. Sua incidência varia de acordo com o critério utilizado para o seu diagnóstico, e a incidência aumenta com o passar do tempo após a cirurgia. Os enxertos venosos são mais propensos à oclusão e apresentam menor patência a longo prazo quando comparados aos enxertos arteriais.3

A recorrência de angina com menos de 30 dias de pós-operatório deve levantar a suspeita de trombose aguda do enxerto, visto que essa é a principal causa, seguida de revascularização incompleta.22

Apresentação clínica

O quadro clínico do paciente vai variar de acordo com o enxerto que foi ocluído, grau de estenose do leito nativo e velocidade na oclusão (trombose aguda versus hiperplasia neointimal). Os enxertos que irrigam o território da artéria descendente anterior são mais propensos a trazer consequências clínicas. A clínica dos pacientes pode ser bastante variável e alguns deles encontram-se assintomáticos apesar da falência do enxerto. Naqueles sintomáticos,o quadro clínico pode variar desde a angina estável até a síndrome coronariana aguda.22

Diagnóstico

O diagnóstico de pacientes com falência de enxerto e consequente IAM é semelhante ao de pacientes com síndrome coronariana aguda, e a cineangiocoronariografia é o exame padrão-ouro para a avaliação da patência dos enxertos.22

Tratamento

A conduta irá variar de acordo com o quadro do paciente. Pacientes com clínica de síndrome coronariana aguda e que a cineangiocoronariografia apresenta uma oclusão aguda de enxerto podem ser submetidos à angioplastia desses vasos.

Pacientes que voltam a apresentar angina crônica anos após o procedimento em que sejam observadas oclusões de enxerto podem ser submetidos tanto a uma nova angioplastia como a uma nova CRM. Essa escolha, idealmente deve ser realizada em conjunto com um Heart Team.

Os fatores que favorecem a indicação de uma nova cirurgia são:

  • estenoses tardias (>5 anos);
  • múltiplos enxertos venosos com estenoses difusas;
  • enxerto de artéria torácica interna para artéria descendente anterior ocluído;
  • disfunção ventricular.

ATIVIDADES

7. Quais são as principais complicações mecânicas do IAM?

Confira aqui a resposta

As principais complicações mecânicas do IAM são ruptura do septo ventricular, ruptura de parede livre ventricular e IMi aguda.

Resposta correta.


As principais complicações mecânicas do IAM são ruptura do septo ventricular, ruptura de parede livre ventricular e IMi aguda.

As principais complicações mecânicas do IAM são ruptura do septo ventricular, ruptura de parede livre ventricular e IMi aguda.

8. Nos pacientes com dominância coronariana direita, qual artéria costuma irrigar o músculo papilar posteromedial?

A) CD.

B) DA.

C) Cx.

D) Artéria diagonal.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


Nos casos de ruptura de músculo papilar pós-IAM, o posteromedial é o mais acometido, por possuir irrigação de uma única artéria. Nos pacientes com dominância direita (mais comum), a artéria coronária direita é a responsável por emitir o ramo que irá vascularizar este músculo.

Resposta correta.


Nos casos de ruptura de músculo papilar pós-IAM, o posteromedial é o mais acometido, por possuir irrigação de uma única artéria. Nos pacientes com dominância direita (mais comum), a artéria coronária direita é a responsável por emitir o ramo que irá vascularizar este músculo.

A alternativa correta e a "A".


Nos casos de ruptura de músculo papilar pós-IAM, o posteromedial é o mais acometido, por possuir irrigação de uma única artéria. Nos pacientes com dominância direita (mais comum), a artéria coronária direita é a responsável por emitir o ramo que irá vascularizar este músculo.

9. Dentre as complicações a seguir, qual deve ser lembrada na presença de derrame pericárdico e rápida deterioração clínica em um paciente pós-IAM?

A) IMi aguda.

B) Ruptura do septo ventricular.

C) Insuficiência aórtica aguda.

D) Ruptura de parede livre ventricular.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


A presença de derrame pericárdico em um paciente pós-IAM com instabilidade hemodinâmica de início agudo deve levantar a suspeita de ruptura de parede livre ventricular. Com a ruptura da parede, ocorre o extravasamento de sangue para o pericárdio, dando origem ao derrame que pode ser visualizado pelo ecocardiograma. As demais alternativas não costumam cursar com derrame pericárdico.

Resposta correta.


A presença de derrame pericárdico em um paciente pós-IAM com instabilidade hemodinâmica de início agudo deve levantar a suspeita de ruptura de parede livre ventricular. Com a ruptura da parede, ocorre o extravasamento de sangue para o pericárdio, dando origem ao derrame que pode ser visualizado pelo ecocardiograma. As demais alternativas não costumam cursar com derrame pericárdico.

A alternativa correta e a "D".


A presença de derrame pericárdico em um paciente pós-IAM com instabilidade hemodinâmica de início agudo deve levantar a suspeita de ruptura de parede livre ventricular. Com a ruptura da parede, ocorre o extravasamento de sangue para o pericárdio, dando origem ao derrame que pode ser visualizado pelo ecocardiograma. As demais alternativas não costumam cursar com derrame pericárdico.

10. Qual a principal causa de recorrência de angina em um paciente que foi submetido a uma CRM há menos de 30 dias?

A) Hiperplasia neointimal.

B) Progressão de doença aterosclerótica no leito nativo.

C) Trombose de enxerto.

D) Revascularização incompleta.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


A trombose aguda de enxerto é a principal causa de recorrência precoce de angina em pacientes após CRM. Seu quadro clínico pode variar de acordo com o enxerto ocluído e a gravidade das estenoses do leito coronariano nativo.

Resposta correta.


A trombose aguda de enxerto é a principal causa de recorrência precoce de angina em pacientes após CRM. Seu quadro clínico pode variar de acordo com o enxerto ocluído e a gravidade das estenoses do leito coronariano nativo.

A alternativa correta e a "C".


A trombose aguda de enxerto é a principal causa de recorrência precoce de angina em pacientes após CRM. Seu quadro clínico pode variar de acordo com o enxerto ocluído e a gravidade das estenoses do leito coronariano nativo.

11. Sobre o TEV no pós-operatório de CRM, assinale a alternativa correta.

A) É incomum sua ocorrência nesses pacientes.

B) Na ausência de TVP, o edema assimétrico de membros inferiores é um achado incomum em pacientes que utilizaram a veia safena magna como enxerto.

C) A angiotomografia é o exame de escolha para o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar nesses pacientes.

D) Os valores do D-Dímero não sofrem interferência pelo estado de pós-operatório e são marcadores confiáveis para diagnóstico de TEV nesses pacientes.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


Os pacientes que são submetidos à CRM apresentam diversos fatores de risco para TEV, de forma que esta é uma complicação comum. A safectomia costuma prejudicar o retorno linfático e venoso do membro em que foi realizada, de modo que o edema assimétrico de membros inferiores é um achado frequente no pós-operatório. A angiotomografia é o exame de escolha para investigação diagnóstica nos pacientes com suspeita de TEP. O D-Dímero não é um exame confiável no pós-operatório pela interferência que ele sofre pelo processo cirúrgico.

Resposta correta.


Os pacientes que são submetidos à CRM apresentam diversos fatores de risco para TEV, de forma que esta é uma complicação comum. A safectomia costuma prejudicar o retorno linfático e venoso do membro em que foi realizada, de modo que o edema assimétrico de membros inferiores é um achado frequente no pós-operatório. A angiotomografia é o exame de escolha para investigação diagnóstica nos pacientes com suspeita de TEP. O D-Dímero não é um exame confiável no pós-operatório pela interferência que ele sofre pelo processo cirúrgico.

A alternativa correta e a "C".


Os pacientes que são submetidos à CRM apresentam diversos fatores de risco para TEV, de forma que esta é uma complicação comum. A safectomia costuma prejudicar o retorno linfático e venoso do membro em que foi realizada, de modo que o edema assimétrico de membros inferiores é um achado frequente no pós-operatório. A angiotomografia é o exame de escolha para investigação diagnóstica nos pacientes com suspeita de TEP. O D-Dímero não é um exame confiável no pós-operatório pela interferência que ele sofre pelo processo cirúrgico.

Paciente, sexo masculino, 67 anos. Possui antecedentes de hipertensão, diabetes e dislipidemia. Ele foi transferido de um serviço externo para o hospital com um quadro de dor torácica aguda há 12 horas.

Relato de ter recebido AAS e clopidogrel no serviço de origem. Eletrocardiograma evidenciou supradesnivelamento do segmento ST em aVR e infradesnivalemento difuso do segmento ST. Exames laboratoriais com curva de troponina positiva. Após medidas iniciais, paciente encontra-se hemodinamicamente estável, confortável do ponto de vista respiratório e sem dor. Ecocardiograma com fração de ejeção preservada, sem alterações valvares.

Realizou cateterismo cardíaco, que apresentou os seguintes achados:

  • tronco de coronária esquerda sem lesões;
  • artéria descendente anterior com lesão segmentar de 90% em terço proximal;
  • artéria circunflexa com lesão de 75% em óstio;
  • artéria coronária direita dominante, com lesão de 90% em terço médio.

ATIVIDADES

12. Qual a melhor estratégia de revascularização para esse paciente, cirúrgica ou percutânea?

Confira aqui a resposta

A melhor estratégia de revascularização do miocárdio para pacientes diabéticos triarteriais é a CRM. O estudo FREEDOM mostrou o benefício da revascularização cirúrgica nesses pacientes.

Resposta correta.


A melhor estratégia de revascularização do miocárdio para pacientes diabéticos triarteriais é a CRM. O estudo FREEDOM mostrou o benefício da revascularização cirúrgica nesses pacientes.

A melhor estratégia de revascularização do miocárdio para pacientes diabéticos triarteriais é a CRM. O estudo FREEDOM mostrou o benefício da revascularização cirúrgica nesses pacientes.

13. Visto que o paciente é diabético e possui lesões triarteriais, o Escore Syntax vai ser decisivo na definição dessa conduta?

Confira aqui a resposta

Não. Pacientes diabéticos com lesões triarteriais apresentam benefício maior com a CRM independentemente do Escore Syntax.

Resposta correta.


Não. Pacientes diabéticos com lesões triarteriais apresentam benefício maior com a CRM independentemente do Escore Syntax.

Não. Pacientes diabéticos com lesões triarteriais apresentam benefício maior com a CRM independentemente do Escore Syntax.

14. Considerando que o paciente permaneça estável e sem episódios recorrentes de angina, quanto tempo devemos esperar para a realização da cirurgia após a suspensão do clopidogrel?

Confira aqui a resposta

Desde que o paciente permaneça estável e sem angina, deve-se aguardar o período de cinco dias, a fim de reduzir o risco de sangramento pós-operatório. Em caso de instabilidade ou angina recorrente, a revascularização deve ser feita de imediato.

Resposta correta.


Desde que o paciente permaneça estável e sem angina, deve-se aguardar o período de cinco dias, a fim de reduzir o risco de sangramento pós-operatório. Em caso de instabilidade ou angina recorrente, a revascularização deve ser feita de imediato.

Desde que o paciente permaneça estável e sem angina, deve-se aguardar o período de cinco dias, a fim de reduzir o risco de sangramento pós-operatório. Em caso de instabilidade ou angina recorrente, a revascularização deve ser feita de imediato.

Conclusão

A CRM ainda atende um percentual significativo de pacientes com síndrome coronariana aguda, além de poder ser a medida salvadora para aqueles que evoluem com complicações mecânicas relacionadas ao IAM. O conhecimento da anatomia coronariana e a habilidade para interpretação do cateterismo cardíaco pelo médico da emergência pode fazer a diferença para a condução clínica do doente.

Pode-se evitar, por exemplo, uma dupla antiagregação plaquetária, que atrasaria a realização do procedimento ou aumentar o risco de sangramento em caso de uma cirurgia de emergência. A rápida identificação de uma complicação mecânica também pode impactar no prognóstico desses pacientes. Além disso, conhecer o manejo inicial das principais complicações pós-operatórias é importante para os médicos que trabalham na linha de frente, pois eles podem ser os responsáveis pelo atendimento inicial delas.

Atividades: respostas

Atividade 1 // Resposta: C

Comentário: O TCE vai se bifurcar em DA e Cx. A DA percorre o sulco interventricular anterior, de maneira a irrigar a parede anterior do coração. Ela emite os ramos septais, responsáveis pela vascularização do septo interventricular, e os Dg, que vão se dirigir para a parede lateral do coração.

Atividade 2

RESPOSTA: As artérias normalmente abordadas na CRM são DA, artérias diagonais, artérias marginais esquerdas, CD, DP e VP.

Atividade 3 // Resposta: A

Comentário: A CRM é um procedimento realizado sob anestesia geral, e a via de acesso comumente utilizada é a esternotomia mediana. Após dissecção dos enxertos e exposição do coração, o paciente é heparinizado, e, nas cirurgias com CEC, é introduzida uma cânula arterial na aorta ascendente e uma cânula venosa no átrio direito.

Atividade 4 // Resposta: D

Comentário: Os enxertos venosos tendem a ter uma durabilidade menor quando comparados com os enxertos arteriais. Dessa forma, entre as alternativas, a veia safena magna é aquela que apresenta menor perviedade a longo prazo.

Atividade 5 // Resposta: A

Comentário: Pacientes não diabéticos com SCASSST e lesões triarteriais têm maior benefício com a CRM a partir de um Escore Syntax intermediário, ou seja, maior ou igual a 23.

Atividade 6 // Resposta: C

Comentário: Cada antiagregante plaquetário tem um tempo ideal de suspensão antes da CRM. Deve-se lembrar que o AAS deve ser mantido até a cirurgia, pois está relacionado com uma menor incidência de eventos isquêmicos após o procedimento. O prasugrel é o que apresenta maior tempo e, por isso, não deve ser utilizado nos pacientes com IAM sem supradesnivelamento do segmento ST antes do conhecimento da anatomia coronariana.

Atividade 7

RESPOSTA: As principais complicações mecânicas do IAM são ruptura do septo ventricular, ruptura de parede livre ventricular e IMi aguda.

Atividade 8 // Resposta: A

Comentário: Nos casos de ruptura de músculo papilar pós-IAM, o posteromedial é o mais acometido, por possuir irrigação de uma única artéria. Nos pacientes com dominância direita (mais comum), a artéria coronária direita é a responsável por emitir o ramo que irá vascularizar este músculo.

Atividade 9 // Resposta: D

Comentário: A presença de derrame pericárdico em um paciente pós-IAM com instabilidade hemodinâmica de início agudo deve levantar a suspeita de ruptura de parede livre ventricular. Com a ruptura da parede, ocorre o extravasamento de sangue para o pericárdio, dando origem ao derrame que pode ser visualizado pelo ecocardiograma. As demais alternativas não costumam cursar com derrame pericárdico.

Atividade 10 // Resposta: C

Comentário: A trombose aguda de enxerto é a principal causa de recorrência precoce de angina em pacientes após CRM. Seu quadro clínico pode variar de acordo com o enxerto ocluído e a gravidade das estenoses do leito coronariano nativo.

Atividade 11 // Resposta: C

Comentário: Os pacientes que são submetidos à CRM apresentam diversos fatores de risco para TEV, de forma que esta é uma complicação comum. A safectomia costuma prejudicar o retorno linfático e venoso do membro em que foi realizada, de modo que o edema assimétrico de membros inferiores é um achado frequente no pós-operatório. A angiotomografia é o exame de escolha para investigação diagnóstica nos pacientes com suspeita de TEP. O D-Dímero não é um exame confiável no pós-operatório pela interferência que ele sofre pelo processo cirúrgico.

Atividade 12

RESPOSTA: A melhor estratégia de revascularização do miocárdio para pacientes diabéticos triarteriais é a CRM. O estudo FREEDOM mostrou o benefício da revascularização cirúrgica nesses pacientes.

Atividade 13

RESPOSTA: Não. Pacientes diabéticos com lesões triarteriais apresentam benefício maior com a CRM independentemente do Escore Syntax.

Atividade 14

RESPOSTA: Desde que o paciente permaneça estável e sem angina, deve-se aguardar o período de cinco dias, a fim de reduzir o risco de sangramento pós-operatório. Em caso de instabilidade ou angina recorrente, a revascularização deve ser feita de imediato.

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Como citar a versão impressa deste documento

Farias TBC, Fernandes AL. Cirurgia de revascularização na emergência. In: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência; Lopes AC, Tallo FS, Lopes RD, Vendrame LS, organizadores. PROURGEM Programa de Atualização em Medicina de Urgência e Emergência: Ciclo 15. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2021. p. 99–124. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1). https://doi.org/10.5935/978-65-5848-369-4.C0001