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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE OLHO VERMELHO

Elisabeth Nogueira Martins

Rubens Belfort Neto

epub-BR-PROURGEM-C15V1_Artigo4

Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

  • diferenciar as principais causas de olho vermelho;
  • propor o tratamento das causas mais comuns de olho vermelho;
  • descrever os sinais e sintomas das doenças que devem ser encaminhadas ao oftalmologista.

Introdução

O olho vermelho é, junto à baixa de acuidade visual, a principal queixa oftalmológica no atendimento ambulatorial e de urgência. Um grande número de doenças e condições pode causar olho vermelho, desde inflamações e infecções até aumento súbito da pressão intraocular.

Este artigo busca abordar as causas mais comuns de olho vermelho e como tratá-las, sem a necessidade do exame na lâmpada de fenda, além de indicar os sinais e sintomas característicos das doenças que devem ser encaminhadas ao oftalmologista. Algumas doenças requerem avaliação oftalmológica de urgência, não sendo, portanto, de competência do médico não oftalmologista. São exemplos: alteração aguda da transparência da córnea; trauma ocular; baixa de visão aguda e recente; dor intensa no olho; defeito pupilar; anisocoria.

Além disso, como regra, o médico não oftalmologista nunca deve prescrever corticosteroides ou anestésicos tópicos devido ao risco de causar dano irreversível, podendo causar cegueira.

Esquema conceitual

Paciente, sexo feminino, 28 anos, vai ao pronto-socorro queixando-se de prurido, vermelhidão nos olhos e presença de secreção em ambos os olhos há 4 dias. Refere que há 4 dias acordou com o olho direito grudado por presença de crostas e secreção em cílios, olho vermelho e sensação de corpo estranho.

A paciente fez compressas com chá caseiro, sem melhora. O quadro permaneceu inalterado por 2 dias e então passou a apresentar o mesmo quadro no olho esquerdo. Iniciou uso de colírio antibiótico (tobramicina) que possuía em casa, sem melhora. Não apresentou febre durante o período. Refere dor à mastigação. Ao exame físico, foram observados:

  • temperatura axilar (TA): 36,5ºC;
  • frequência cardíaca (FC): 80bpm;
  • pressão arterial (PA): 130 x 76mmHg;
  • frequência respiratória (FR): 20mpm;
  • edema em pálpebras superiores direita e esquerda (maior em pálpebra direita);
  • hiperemia;
  • presença de secreção em pequena-moderada quantidade em ambos os olhos.

À palpação, observou-se a presença de linfonodos palpáveis em região pré-auricular bilateral, móveis, de consistência elástica e dor leve à pressão. A acuidade visual aferida com a tabela de Snellen foi de 0,8p em olho direito e 1,0 em olho esquerdo. A abordagem clínica foi a seguinte:

  • hipótese diagnóstica de conjuntivite viral;
  • orientação de higiene e compressas frias com soro fisiológico ou água;
  • suspensão do colírio antibiótico;
  • prescrição de anti-inflamatório não hormonal por via oral (VO) durante 3 dias;
  • observação do quadro e retorno se necessário;
  • orientação de cuidados com uso de objetos pessoais (não compartilhar toalhas, maquiagem, entre outros).

A paciente trabalha como auxiliar em berçário, sendo fornecido atestado de afastamento de suas atividades por um período de 5 dias. Após 4 dias, a paciente retorna referindo melhora importante dos sintomas, com remissão do edema palpebral, secreção bilateral e apenas leve hiperemia em olho esquerdo.

A paciente retorna ao serviço trazendo sua filha, apresentando edema em pálpebra superior e inferior de olho esquerdo, hiperemia, sensação de corpo estranho e presença de secreção discreta. Após a avaliação, foram observados apenas hiperemia conjuntival e edema palpebral. A hipótese diagnóstica foi de conjuntivite viral, sendo orientadas higiene, compressas frias e reavaliação, se necessário.

2

Paciente, sexo feminino, 40 anos, procura atendimento no pronto-socorro referindo dor em hemifronte esquerda, baixa de acuidade visual em olho esquerdo e vômitos há 1 dia.

A paciente refere que iniciou quadro de dor importante em fronte esquerda, impossibilitando a realização de suas atividades rotineiras, acompanhada por embaçamento visual progressivo em olho esquerdo, náuseas e, após algumas horas, vômitos. Ao exame físico, encontrava-se:

  • afebril;
  • taquicárdica;
  • FC: 102bpm;
  • PA: 130 x 76mmHg;
  • FR: 22mpm;
  • média midríase pupilar não responsiva em olho esquerdo;
  • córnea de coloração azulada em olho esquerdo;
  • leve hiperemia conjuntival.

À palpação bidigital, foi observado tônus normal em olho direito e aumentado (sensação de globo pétreo) em olho esquerdo. A acuidade visual aferida com tabela de Snellen foi de 1,0 em olho direito e 0,5 em olho esquerdo.

Na abordagem clínica, foi realizada fundoscopia com oftalmoscópio direto para avaliação do disco do nervo óptico, com dificuldade de avaliação por edema da córnea. O disco aparentemente tinha bordos nítidos, sem edema ou hemorragia. A hipótese diagnóstica foi de glaucoma agudo, sendo orientada avaliação imediata com equipe de oftalmologia para confirmação diagnóstica e início do tratamento.

A paciente foi avaliada, sendo confirmada a hipótese de fechamento angular agudo. Iniciou uso de colírios hipotensores, corticosteroide, inibidor de anidrase carbônica VO e agente hiperosmótico (manitol) intravenoso (IV). Após o controle da crise, com diminuição da pressão intraocular, a paciente foi encaminhada para acompanhamento com equipe da oftalmologia para dar prosseguimento ao tratamento.

Terapêutica

Objetivos do tratamento

No caso 1 (conjuntivite viral), os objetivos do tratamento são aliviar os sintomas do paciente e orientar medidas para evitar sua transmissão. No caso de conjuntivites adenovirais, verificou-se que 95% dos pacientes ainda transmitem o vírus no 10º dia de infecção, mas somente 5% continuam transmitindo o vírus até o 16º dia. Dessa maneira, devem ser tomadas medidas para evitar a transmissão a outras pessoas por aproximadamente duas semanas. Tais medidas incluem cuidados gerais como:

  • orientar lavagem das mãos;
  • não partilhar objetos pessoais ou roupas de cama;
  • evitar piscina já que a cloração da água ou o sal marinho não impedem a disseminação.

O afastamento do trabalho está indicado nos casos graves ou nas seguintes atividades, pelo risco de transmissão a outras pessoas, como professores, profissionais de saúde e crianças pequenas.

No caso 2 (fechamento angular agudo), os objetivos do tratamento são remover o bloqueio pupilar (união da íris ao cristalino) e reduzir a pressão intraocular, prevenindo, assim, as alterações permanentes no ângulo camerular e os danos ao nervo óptico e à função visual.

Condutas

Como já mencionado, o tratamento inicial da conjuntivite viral é sintomático. As compressas frias com água potável sobre as pálpebras fechadas são indicadas para diminuir a ardência e o desconforto. Deve-se evitar água boricada, pois o ácido bórico pode induzir reações alérgicas graves, piorando a irritação ocular. Não é necessário utilizar soro fisiológico. O paciente deve ser encaminhado a um oftalmologista se não houver melhora em uma semana.

O anti-inflamatório não hormonal por VO pode ser prescrito nos casos de conjuntivite viral em que ocorra edema palpebral importante e linfadenomegalia.

No caso de fechamento angular agudo, assim que formulada a hipótese diagnóstica, o paciente deve ser encaminhado para avaliação oftalmológica imediatamente para tratamento específico. A medicação para dor pode ser utilizada.

Acertos e erros nos casos

No caso 1, a conjuntivite viral pode cursar com presença de secreção purulenta em quantidade moderada e quadro febril, levando, por vezes, à confusão diagnóstica com as conjuntivites bacterianas, sendo prescritos colírios antibióticos sem indicação.

A prescrição de colírios de corticosteroides também não é recomendada, salvo em situações específicas (presença de infiltrados subepiteliais em córnea ou presença de pseudomembrana). A prescrição dessas medicações deve ser reservada ao médico oftalmologista.

No caso 2, muitas vezes, no atendimento inicial em unidade de pronto-socorro, há casos que são impropriamente diagnosticados, como hipertensão intracraniana, gerando atrasos importantes para o início da conduta específica, enquanto o paciente aguarda a realização de exames de imagem ou mesmo punção liquórica.

Evolução das pacientes

Com relação ao caso 1, as conjuntivites virais geralmente são autolimitadas, com persistência dos sintomas por 5 a 10 dias, na maioria dos casos. É importante solicitar avaliação oftalmológica quando o quadro se prolonga por mais de 10 a 14 dias, pois pode ocorrer acometimento da córnea, inicialmente com lesões punctiformes superficiais que podem coalescer, formando infiltrados esbranquiçados (infiltrados subepiteliais).

Dependendo de sua quantidade e localização (central, no eixo visual), os infiltrados podem causar diminuição da acuidade visual. Em alguns casos de conjuntivite viral, pode-se observar a formação de pseudomembranas aderidas à conjuntiva palpebral (superior e/ou inferior), causando aumento do edema palpebral, dor, lacrimejamento e presença de lágrima sanguinolenta. Essas duas condições (presença de infiltrados e/ou pseudomembrana) requerem avaliação, conduta e acompanhamento pelo oftalmologista.

No caso 2, a paciente com fechamento angular agudo deve ter o quadro conduzido por médico oftalmologista imediatamente e, após controle clínico adequado e estabilização do segmento anterior (córnea transparente e câmara anterior formada), ser submetida à iridectomia (criação de orifício na íris) com laser. O tratamento do olho contralateral é eficaz na prevenção de crises.

ATIVIDADES

1. Descreva as orientações e a conduta frente à paciente com quadro sugestivo de conjuntivite viral.

Confira aqui a resposta

Em caso de paciente com quadro sugestivo de conjuntivite viral, o tratamento inicial é sintomático. Devem ser usadas compressas frias com água limpa/potável sobre as pálpebras fechadas para diminuir a ardência e o desconforto. Deve-se fazer uso de analgésicos VO (se necessário). Deve-se evitar água boricada, pois o ácido bórico pode induzir reação alérgica grave, piorando a irritação ocular. Não é necessário utilizar soro fisiológico. O paciente deve ser encaminhado a um oftalmologista se não houver melhora em uma semana. O anti-inflamatório não hormonal VO pode ser prescrito nos casos em que ocorra edema palpebral importante e linfadenomegalia. Devem ser dadas orientações quanto à higiene e aos cuidados para diminuir o risco de transmissão da doença (lavar as mãos, não partilhar objetos pessoais ou roupas de cama e evitar piscina, já que a cloração da água de piscinas ou o sal marinho não impedem a disseminação). O afastamento do trabalho está indicado nos casos graves ou em atividades, como professores, profissionais de saúde e crianças pequenas pelo risco de transmitir a outras pessoas. Não é necessário o uso de colírio de corticoide ou antibiótico na imensa maioria dos casos.

Resposta correta.


Em caso de paciente com quadro sugestivo de conjuntivite viral, o tratamento inicial é sintomático. Devem ser usadas compressas frias com água limpa/potável sobre as pálpebras fechadas para diminuir a ardência e o desconforto. Deve-se fazer uso de analgésicos VO (se necessário). Deve-se evitar água boricada, pois o ácido bórico pode induzir reação alérgica grave, piorando a irritação ocular. Não é necessário utilizar soro fisiológico. O paciente deve ser encaminhado a um oftalmologista se não houver melhora em uma semana. O anti-inflamatório não hormonal VO pode ser prescrito nos casos em que ocorra edema palpebral importante e linfadenomegalia. Devem ser dadas orientações quanto à higiene e aos cuidados para diminuir o risco de transmissão da doença (lavar as mãos, não partilhar objetos pessoais ou roupas de cama e evitar piscina, já que a cloração da água de piscinas ou o sal marinho não impedem a disseminação). O afastamento do trabalho está indicado nos casos graves ou em atividades, como professores, profissionais de saúde e crianças pequenas pelo risco de transmitir a outras pessoas. Não é necessário o uso de colírio de corticoide ou antibiótico na imensa maioria dos casos.

Em caso de paciente com quadro sugestivo de conjuntivite viral, o tratamento inicial é sintomático. Devem ser usadas compressas frias com água limpa/potável sobre as pálpebras fechadas para diminuir a ardência e o desconforto. Deve-se fazer uso de analgésicos VO (se necessário). Deve-se evitar água boricada, pois o ácido bórico pode induzir reação alérgica grave, piorando a irritação ocular. Não é necessário utilizar soro fisiológico. O paciente deve ser encaminhado a um oftalmologista se não houver melhora em uma semana. O anti-inflamatório não hormonal VO pode ser prescrito nos casos em que ocorra edema palpebral importante e linfadenomegalia. Devem ser dadas orientações quanto à higiene e aos cuidados para diminuir o risco de transmissão da doença (lavar as mãos, não partilhar objetos pessoais ou roupas de cama e evitar piscina, já que a cloração da água de piscinas ou o sal marinho não impedem a disseminação). O afastamento do trabalho está indicado nos casos graves ou em atividades, como professores, profissionais de saúde e crianças pequenas pelo risco de transmitir a outras pessoas. Não é necessário o uso de colírio de corticoide ou antibiótico na imensa maioria dos casos.

2. Em relação aos objetivos do tratamento do fechamento angular agudo, assinale a alternativa correta.

A) Diminuir a ardência e o desconforto.

B) Remover o bloqueio pupilar (união da íris ao cristalino).

C) Orientar medidas para evitar sua transmissão.

D) Evitar novas crises no futuro.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


Os objetivos do tratamento do fechamento angular agudo são remover o bloqueio pupilar (união da íris ao cristalino) e reduzir a pressão intraocular, prevenindo, assim, as alterações permanentes no ângulo camerular e os danos ao nervo óptico e à função visual.

Resposta correta.


Os objetivos do tratamento do fechamento angular agudo são remover o bloqueio pupilar (união da íris ao cristalino) e reduzir a pressão intraocular, prevenindo, assim, as alterações permanentes no ângulo camerular e os danos ao nervo óptico e à função visual.

A alternativa correta e a "B".


Os objetivos do tratamento do fechamento angular agudo são remover o bloqueio pupilar (união da íris ao cristalino) e reduzir a pressão intraocular, prevenindo, assim, as alterações permanentes no ângulo camerular e os danos ao nervo óptico e à função visual.

Informação complementar

A avaliação completa (anamnese e exame clínico) é indispensável na formulação de hipóteses diagnósticas e no estabelecimento de conduta em caso de pacientes com olhos vermelhos (Quadro 1).

Quadro 1

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO OLHO VERMELHO

Conjuntivite

Glaucoma agudo

Ceratite

Uveíte

Hiperemia

Difusa

Pericerática

Pericerática

Pericerática

Dor

Ausente

Sim, intensa

Sim, leve a intensa

Sim, moderada

Secreção

++

--

+

--

Visão

Normal

↓↓↓

Normal/↓

↓ a ↓↓↓

Pressão intraocular

Normal

↑↑↑

Normal

↓ / ↑

Pupila

Normal

Média midríase

Normal

Normal ou miose

Pericerática: também conhecida como injeção ciliar, hiperemia mais localizada em forma de anel ao redor da córnea. // Fonte: Elaborado pelo autor.

A seguir, serão apresentadas as doenças mais frequentes relacionadas ao olho vermelho.

Alterações conjuntivais

A conjuntivite é a causa mais frequente de olho vermelho, caracterizada pela dilatação dos vasos superficiais da conjuntiva e por secreção. Pode ser aguda ou crônica, de causa irritativa, infecciosa (bacteriana ou viral principalmente) ou secundária à alteração do filme lacrimal. O tipo de secreção e as características clínicas e epidemiológicas podem sugerir o agente causador da conjuntivite.

Conjuntivite viral

A conjuntivite viral é a causa mais comum de conjuntivite aguda em pacientes saudáveis. Pode apresentar-se acompanhada de uma infecção das vias aéreas superiores ou febre, após exposição a alguém com conjuntivites ou resfriados.

Etiologia

O agente etiológico mais comum é o adenovírus. O picornavírus e herpes simples também podem causar conjuntivite viral.

Diagnóstico

O diagnóstico da conjuntivite viral é essencialmente clínico, mas já existem testes de diagnóstico rápido (ainda pouco disponíveis no Brasil).

Quadro clínico

A conjuntivite viral caracteriza-se por:

  • olho vermelho;
  • edema de conjuntiva (quemose);
  • secreção mucosa (muitas vezes, o paciente refere que acordou com o olho grudado);
  • lacrimejamento;
  • fotofobia.

Na conjuntivite viral, também pode haver hemorragia subconjuntival e edema palpebral. A conjuntivite viral dura de 7 a 14 dias, quando é possível que surjam discretas opacidades subepiteliais, podendo causar diminuição da acuidade visual.

A conjuntivite membranosa, com edema palpebral e posterior formação de cicatrizes conjuntivais, pode também ocorrer em casos de infecção adenoviral grave. É geralmente unilateral de início, podendo acometer o segundo olho em 50% dos casos. Os linfonodos pré-auriculares palpáveis corroboram com o diagnóstico.

Coronavírus e conjuntivite

Em fevereiro de 2020, Wu e colaboradores1 avaliaram 38 pacientes hospitalizados com COVID-19, observando quadro de conjuntivite em 32% dos casos (mais pronunciado nos pacientes com quadro mais grave). Sinais de infecção viral foram detectados em amostras conjuntivais. Esses resultados confirmaram a ocorrência de invasão conjuntival viral e corroboram a importância do uso de equipamentos de proteção e cuidados para os profissionais de saúde que têm contato com lágrimas e secreções oculares dos pacientes suspeitos de COVID-19 e quadro de olho vermelho. As alterações mais comumente observadas nesses pacientes foram hiperemia, lacrimejamento, quemose e secreção mucóide. Chen e colaboradores2 relatam quadro de conjuntivite folicular típica em pacientes com COVID-19, com duração média de 5 dias (2-10 dias).

Ressaltamos a importância de orientar e pesquisar COVID-19 em pacientes com quadro de conjuntivite associado a febre, sintomas respiratórios, alteração do olfato, dor ou pressão torácica e/ou fadiga, bem como dos cuidados e equipamentos para os profissionais de saúde ao avaliarem esses pacientes.

Conjuntivite bacteriana

A conjuntivite bacteriana é relativamente rara e, em geral, afeta olhos doentes ou pacientes com alguma alteração imunológica ou fator de risco.

Etiologia

Os patógenos mais comuns em conjuntivites bacterianas são:

  • Streptococcus pneumoniae;
  • Haemophilus influenzae;
  • Staphylococcus aureus.

A infecção por S. pneumoniae e H. influenzae são mais comuns em crianças, enquanto o S. aureus afeta mais adultos.

Quadro clínico

O paciente com conjuntivite bacteriana aguda refere que está apresentando cílios grudados ao acordar, o que pode ocorrer na conjuntivite viral, entretanto, o quadro pode estar associado à secreção mucopurulenta e a edema palpebral uni ou bilateral.

Tratamento

O tratamento da conjuntivite bacteriana consiste no uso de colírios antibióticos de amplo espectro (tobramicina ou quinolonas) a cada 2 horas por 2 dias, a cada 4 horas por mais 2 dias e cada 6 horas por 3 dias, devendo apresentar melhora já no segundo dia de tratamento e resolução completa em uma semana.

A conjuntivite bacteriana é crônica somente quando secundária a infecções da pálpebra ou das vias lacrimais.

Prognóstico

A conjuntivite bacteriana aguda é autolimitada na grande maioria das vezes, mas costuma-se tratá-la para reduzir a morbidade, a transmissão e as complicações oculares, como a ulceração da córnea.

Conjuntivite bacteriana hiperaguda

A conjuntivite bacteriana hiperaguda é extremamente rara, perigosa e causada por Neisseria gonorrhoeae. Nos bebês, é transmitida no canal de parto e geralmente se manifesta 3 a 5 dias após o nascimento. Em adultos, ocorre por transmissão sexual.

Quadro clínico

A conjuntivite bacteriana hiperaguda apresenta-se clinicamente de forma semelhante à conjuntivite bacteriana por outra etiologia, porém com maior severidade:

  • edema palpebral importante;
  • apresentação abrupta;
  • grande quantidade de secreção purulenta que volta a acumular logo após a limpeza.

Se não tratada, a conjuntivite bacteriana hiperaguda pode evoluir com acometimento da córnea e perfuração do globo ocular.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da conjuntivite bacteriana hiperaguda consiste na coleta de material para identificação da bactéria (diplococo Gram-negativo).

O tratamento sistêmico da conjuntivite bacteriana hiperaguda consiste no uso de penicilina G cristalina IV. Os casos resistentes devem ser tratados com ceftriaxona intramuscular (IM) ou IV por 5 dias. A irrigação copiosa da secreção purulenta é fundamental.

Conjuntivite alérgica

A conjuntivite alérgica pode ser aguda ou crônica. Sob essa denominação, há uma série de formas clínicas diferentes, cada uma com suas peculiaridades no quadro clínico, epidemiologia, tratamento e prognóstico. Está fora do escopo deste artigo detalhar cada uma, mas o médico não especialista deve ter em mente que, independentemente da forma clínica, o paciente com conjuntivite alérgica precisa, de forma obrigatória, apresentar prurido.

Quadro clínico

A conjuntivite alérgica é caracterizada por lacrimejamento, fotofobia e principalmente prurido. Com frequência, está associada a fenômenos extraoculares.

Tratamento

As compressas frias e o afastamento do agente causador costumam ser o suficiente nos casos mais leves de conjuntivite alérgica. Pode-se utilizar colírio anti-histamínico associado a medicamento estabilizador de membrana dos mastócitos, como a olopatadina.

As crianças devem ser encaminhadas para um oftalmologista para acompanhamento do quadro. Os casos mais graves também necessitam de acompanhamento oftalmológico, pois geralmente necessitam de tratamento com corticosteroide tópico ou sistêmico ou imunossupressores nos casos refratários.

Hemorragia subconjuntival

Na hemorragia subconjuntival (hiposfagma), ocorre sangramento subconjuntival de causa indefinida na grande maioria dos casos (pode estar associado à tosse, a Valsalva, pequenos traumas, elevação da pressão arterial sistêmica, vômitos, entre outros). É muito comum e, às vezes, recidivante.

Quadro clínico

O olho muito vermelho pode ser acompanhado por um leve desconforto, mas sem baixa de acuidade visual ou dor. Muitas vezes, a hemorragia subconjuntival é localizada, não envolvendo toda a conjuntiva. Em geral, o paciente percebe o olho vermelho ao se olhar no espelho ou é avisado por outra pessoa, já que, muitas vezes, é assintomático.

Tratamento

Durante a avaliação da hemorragia subconjuntival, é importante aferir a PA do paciente, a fim de descartar etiologia hipertensiva. A conduta é expectante. Podem ser utilizadas lágrimas artificiais, mas não há comprovação de benefício. A hemorragia é reabsorvida em uma a três semanas. Em casos de repetição, devem ser pesquisadas alterações de coagulação sanguínea (como púrpuras trombocitopênicas).

Doenças que afetam a córnea

A seguir, serão apresentadas as doenças que afetam a córnea.

Ceratite

A ceratite envolve a lesão das camadas mais superficiais da córnea (epitélio e estroma anterior). Pode ser causada por:

  • trauma;
  • olho seco;
  • infecções (herpéticas, bacterianas ou fúngicas);
  • alergia;
  • doenças autoimunes.

Quadro clínico

Os quadros de ceratite são caracterizados por:

  • dor;
  • fotofobia;
  • diminuição da visão;
  • injeção ciliar (hiperemia da conjuntiva ao redor do limbo).

Tratamento

A ceratite deve ser tratada de acordo com a causa, por isso, requer avaliação de um oftalmologista.

Queimadura fotoelétrica

A queimadura fotoelétrica (ceratoconjuntivite fotoelétrica) é comum nos pacientes usuários de solda sem equipamento de proteção ocular. Em geral, apresenta-se 6 horas após o uso da solda elétrica. Os sinais e sintomas de ceratoconjuntivite fotoelétrica incluem:

  • olho vermelho;
  • blefaroespasmo;
  • sensação de corpo estranho;
  • presença de ceratite superficial ponteada.

Quadro clínico

A queimadura fotoelétrica é caracterizada por dor intensa e fotofobia horas após o uso de solda sem proteção ocular adequada.

Tratamento

O paciente com queimadura fotoelétrica deve ser encaminhado para avaliação oftalmológica para garantir que não há corpo estranho na córnea.

O tratamento da queimadura fotoelétrica consiste em oclusão com pomada de antibiótico por 8 a 12 horas. Apesar de o uso de colírio anestésico proporcionar grande alívio, seu uso frequente pode causar perfuração ocular.

ATIVIDADES

3. Com relação às causas de hemorragia subconjuntival, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas alternativas a seguir.

Distúrbios da coagulação.

Valsalva.

Glaucoma agudo.

Crise de hipertensão arterial.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — V — F — F

B) V — F — V — V

C) V — V — F — V

D) F — F — V — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


O glaucoma agudo causa baixa de visão, dor ocular e olho vermelho, mas não causa hemorragia subconjuntival. Em muitos casos de hemorragia subconjuntival ou hiposfagma, não é possível identificar a causa. Pequenos traumas, elevação da pressão arterial sistêmica, crises de tosse ou vômitos podem ser relatados. Os distúrbios da coagulação devem ser investigados apenas se a hemorragia se tornar recorrente.

Resposta correta.


O glaucoma agudo causa baixa de visão, dor ocular e olho vermelho, mas não causa hemorragia subconjuntival. Em muitos casos de hemorragia subconjuntival ou hiposfagma, não é possível identificar a causa. Pequenos traumas, elevação da pressão arterial sistêmica, crises de tosse ou vômitos podem ser relatados. Os distúrbios da coagulação devem ser investigados apenas se a hemorragia se tornar recorrente.

A alternativa correta e a "C".


O glaucoma agudo causa baixa de visão, dor ocular e olho vermelho, mas não causa hemorragia subconjuntival. Em muitos casos de hemorragia subconjuntival ou hiposfagma, não é possível identificar a causa. Pequenos traumas, elevação da pressão arterial sistêmica, crises de tosse ou vômitos podem ser relatados. Os distúrbios da coagulação devem ser investigados apenas se a hemorragia se tornar recorrente.

4. Em relação às conjuntivites bacterianas, assinale a alternativa correta.

A) A conjuntivite causada por N. gonorrhoeae costuma ter evolução crônica, com riscos à função visual.

B) A conjuntivite bacteriana possui quadro clínico muito diferente da conjuntivite viral, principalmente pela presença de febre já logo no início do quadro.

C) A conjuntivite bacteriana tem como patógenos mais comuns S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus.

D) A conjuntivite bacteriana deve ser tratada sempre sistemicamente, pelo risco de disseminação.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


Estes são os agentes mais frequentes nas conjuntivites bacterianas: S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus.

Resposta correta.


Estes são os agentes mais frequentes nas conjuntivites bacterianas: S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus.

A alternativa correta e a "C".


Estes são os agentes mais frequentes nas conjuntivites bacterianas: S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus.

5. Sobre os diferentes tipos de conjuntivite, correlacione a primeira e a segunda colunas.

Conjuntivite viral

Conjuntivite bacteriana

Conjuntivite bacteriana hiperaguda

Conjuntivite alérgica

É relativamente rara e, em geral, afeta olhos doentes ou pacientes com alguma alteração imunológica ou fator de risco.

Pode ser aguda ou crônica.

É a causa mais comum de conjuntivite aguda em pacientes saudáveis.

É extremamente rara, perigosa e causada por N. gonorrhoeae.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 2 — 4 — 1 — 3

B) 4 — 2 — 3 — 1

C) 1 — 2 — 3 — 4

D) 4 — 1 — 3 — 2

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


A conjuntivite viral é a causa mais comum de conjuntivite aguda em pacientes saudáveis. Pode apresentar-se acompanhada de uma infecção das vias aéreas superiores ou febre, após exposição a alguém com conjuntivites ou resfriados. A conjuntivite bacteriana é relativamente rara e, em geral, afeta olhos doentes ou pacientes com alguma alteração imunológica ou fator de risco. A conjuntivite bacteriana hiperaguda é extremamente rara, perigosa e causada por N. gonorrhoeae. Nos bebês, é transmitida no canal de parto e geralmente se manifesta 3 a 5 dias após o nascimento. Em adultos, ocorre por transmissão sexual. A conjuntivite alérgica pode ser aguda ou crônica. Sob essa denominação, há uma série de formas clínicas diferentes, cada uma com suas peculiaridades no quadro clínico, epidemiologia, tratamento e prognóstico. O paciente com conjuntivite alérgica precisa, de forma obrigatória, apresentar prurido.

Resposta correta.


A conjuntivite viral é a causa mais comum de conjuntivite aguda em pacientes saudáveis. Pode apresentar-se acompanhada de uma infecção das vias aéreas superiores ou febre, após exposição a alguém com conjuntivites ou resfriados. A conjuntivite bacteriana é relativamente rara e, em geral, afeta olhos doentes ou pacientes com alguma alteração imunológica ou fator de risco. A conjuntivite bacteriana hiperaguda é extremamente rara, perigosa e causada por N. gonorrhoeae. Nos bebês, é transmitida no canal de parto e geralmente se manifesta 3 a 5 dias após o nascimento. Em adultos, ocorre por transmissão sexual. A conjuntivite alérgica pode ser aguda ou crônica. Sob essa denominação, há uma série de formas clínicas diferentes, cada uma com suas peculiaridades no quadro clínico, epidemiologia, tratamento e prognóstico. O paciente com conjuntivite alérgica precisa, de forma obrigatória, apresentar prurido.

A alternativa correta e a "A".


A conjuntivite viral é a causa mais comum de conjuntivite aguda em pacientes saudáveis. Pode apresentar-se acompanhada de uma infecção das vias aéreas superiores ou febre, após exposição a alguém com conjuntivites ou resfriados. A conjuntivite bacteriana é relativamente rara e, em geral, afeta olhos doentes ou pacientes com alguma alteração imunológica ou fator de risco. A conjuntivite bacteriana hiperaguda é extremamente rara, perigosa e causada por N. gonorrhoeae. Nos bebês, é transmitida no canal de parto e geralmente se manifesta 3 a 5 dias após o nascimento. Em adultos, ocorre por transmissão sexual. A conjuntivite alérgica pode ser aguda ou crônica. Sob essa denominação, há uma série de formas clínicas diferentes, cada uma com suas peculiaridades no quadro clínico, epidemiologia, tratamento e prognóstico. O paciente com conjuntivite alérgica precisa, de forma obrigatória, apresentar prurido.

Doenças intraoculares que causam olho vermelho

A seguir, serão apresentadas as doenças intraoculares que causam olho vermelho.

Glaucoma agudo

O glaucoma agudo (fechamento angular agudo) é caracterizado pelo aumento brusco da pressão intraocular pelo bloqueio do fluxo do humor aquoso da câmara posterior para a anterior, através da pupila. Isso causa o abaulamento da íris anteriormente, obstruindo a drenagem pelo trabeculado.

O glaucoma agudo é mais comum em pacientes do sexo feminino, após a quarta e quinta décadas de vida, e em pacientes hipermetropes.

Quadro clínico

O paciente com glaucoma agudo apresenta olho vermelho com dor intensa, diminuição da transparência corneana (edema de córnea), aumento da pressão intraocular, midríase paralítica e baixa de acuidade visual, podendo apresentar vômitos. Pode haver edema do disco óptico durante a crise, mas a avaliação do polo posterior costuma ser difícil pelo edema de córnea.

O exame bidigital (checagem da pressão intraocular com os indicadores, sobre a pálpebra superior com o paciente olhando para baixo), apesar de grosseiro, pode auxiliar a estimar a pressão intraocular, sendo descrita a sensação de pedra ao toque do globo ocular acometido nesses pacientes.

Tratamento

O paciente com glaucoma agudo deve ser encaminhado para oftalmologista imediatamente. A redução da pressão intraocular em caso de glaucoma agudo normalmente ocorre por meio da administração de agentes hiperosmóticos (manitol a 20%, IV, 250mL, 80 gotas/minuto) e inibidores da anidrase carbônica (acetazolamida 500mg por VO, seguidos de 250mg a cada 6 horas).

O tratamento do glaucoma agudo ocorre com medicação tópica hipotensora (pilocarpina e betabloqueadores) e corticosteroide tópico. É indicado realizar iridotomia a laser para evitar novas crises no futuro.

Uveíte

A uveíte é uma inflamação intraocular de etiologia diversa. Pode ser dividida em anterior (acometendo a câmara anterior), intermediária e posterior. O tipo mais comum de uveíte anterior é chamada de uveíte anterior aguda idiopática. Em relação à uveíte posterior, a toxoplasmose é a principal causa.

Quadro clínico

O quadro clínico da uveíte é muito variado, podendo ser uni ou bilateral. Os pacientes que procuram o pronto-socorro geralmente têm dor, olho vermelho e queda aguda de visão. Dessa maneira, torna-se indispensável o exame biomicroscópico e de fundo de olho. O clínico — frente a um paciente com dor, congestão ciliar (olho vermelho ao redor da córnea) e pupila pequena (miose) — deve encaminhá-lo para o oftalmologista.

Tratamento

O tratamento da uveíte é com corticosteroide tópico e midriático para aliviar a dor e diminuir a chance de sinequias (aderência da íris à cápsula anterior do cristalino) nos casos mais graves.

Deve haver investigação etiológica em caso de recidiva de uveíte anterior e nos casos de acometimento posterior (retina ou corpo ciliar). Deve-se incluir o tratamento específico para as doenças infecciosas, como toxoplasmose, herpes, sífilis, tuberculose, entre outras.

Endoftalmite

A endoftalmite é uma inflamação intraocular grave causada por uma infecção.3

A endoftalmite é classificada em exógena (quando resulta de inoculação direta do agente por uma úlcera de córnea ou cirurgia) ou endógena (quando as bactérias chegam ao olho por via hematogênica). A causa mais frequente é relacionada à cirurgia de catarata. No caso das endoftalmites endógenas, os pacientes costumam apresentar doença de base, como:3

  • diabetes;
  • aids;
  • endocardite;
  • uso de medicamentos injetáveis;
  • imunossupressão;
  • hemodiálise.

A metade dos pacientes com endoftalmites endógenas não apresenta sintomas sistêmicos no momento do diagnóstico, sendo importante investigar a fonte da infecção primária.3

Quadro clínico

O quadro clínico da endoftalmite envolve:

  • baixa progressiva de visão;
  • olho vermelho;
  • dor ocular;
  • hipópio (acúmulo de leucócitos na câmara anterior).

No quadro clínico da endoftalmite, pode haver edema de córnea. A avaliação do fundo de olho costuma ser impossível pelas opacidades vítreas.

Tratamento

O início do tratamento da endoftalmite deve ser o mais rápido possível. O tratamento depende da etiologia e da visão do paciente.3

Os pacientes com endoftalmite pós-operatória com visão de percepção luminosa ou pior devem ser submetidos à cirurgia de vitrectomia imediatamente, com realização de cultura, antibiograma do material retirado e injeção intraocular de antibióticos. Os pacientes com melhor visão podem ser submetidos à punção vítrea (para colheita de material) e administração de antibióticos intraocular.3

Nos pacientes com endoftalmite que apresentem melhor visão, geralmente são injetadas vancomicina 1,0mg/0,1mL e ceftazidima 2,25mg/0,1mL.

Não existe evidência de benefício na antibioticoterapia sistêmica no caso de endoftalmite pós-operatória.3 No caso de endoftalmite endógena, além da punção vítrea para cultura e administração de antibióticos, a cultura de sangue, urina e liquor identifica o agente causador em até 70% dos casos. A antibioticoterapia sistêmica empírica de amplo espectro e em seguida baseada no resultado das culturas deve ser instituída, e o foco primário de infecção deve ser investigado.

Os antifúngicos sistêmicos devem ser utilizados apenas após confirmação etiológica pelos riscos de efeitos colaterais e mortalidade. Não há consenso sobre o uso de corticosteroides no tratamento das endoftalmites.

Queimaduras químicas

O prognóstico visual do paciente que sofreu queimadura química é determinado pelo tipo e quantidade do produto que atingiu os olhos e pela demora até ser instituído o primeiro atendimento, com lavagem copiosa de olhos, conjuntivas e pálpebras.

Além da lesão na superfície dos olhos, a queimadura pode causar lesões graves intraoculares. Os produtos alcalinos tendem a causar queimaduras mais sérias porque penetram mais facilmente no globo ocular, enquanto os ácidos costumam causar danos mais superficiais.

O tratamento da queimadura química deve ser imediato e intenso, com lavagem copiosa com água limpa. Pode ser utilizada qualquer água limpa, de torneira ou soro fisiológico.

Teoricamente a irrigação da queimadura química deve ser realizada até que o pH da superfície ocular esteja restabelecido (pH normal da lágrima é de 7,4), mas, devido às dificuldades de ter fitas para aferição do pH, irriga-se copiosamente por 10 minutos, com as pálpebras abertas e o paciente olhando para cima e para baixo, tentando retirar qualquer vestígio do agente químico da córnea e da conjuntiva.

Apenas após a lavagem copiosa dos olhos, o paciente deve ser encaminhado ao oftalmologista para avaliação e tratamento específico das lesões.

Trauma ocular fechado e aberto

Todo caso de trauma ocular deve ser avaliado por oftalmologista em busca de:

  • perfurações;
  • lacerações;
  • uveíte;
  • hemorragias no vítreo ou na câmara anterior (hifema);
  • aumento da pressão intraocular;
  • descolamentos de retina.

No caso de politrauma, devem ser realizados o exame oftalmológico, a avaliação completa do paciente por meio do suporte avançado de vida ao trauma (ATLS, de advanced trauma life support) e o afastamento do risco de vida.

Quadro clínico

No quadro clínico, deve ser pesquisada a história de trauma ocular. O trauma pode ser acompanhado de olho vermelho ou baixa de acuidade visual.

Tratamento

Durante o primeiro atendimento de trauma, deve-se aferir a visão do paciente e verificar a presença de defeito pupilar, visto que estes são os principais indicadores de prognóstico.

O exame deve ser sempre realizado de maneira cuidadosa, com uma luz difusa macroscopicamente, sem força ou pressão, pois, caso exista uma perfuração ocular, a força que o paciente faz para manter os olhos fechados e que o examinador faz na tentativa de abri-los pode provocar a extrusão de tecidos intraoculares. Se houver pouca colaboração, o exame sob sedação deve ser indicado.

Se o paciente não puder ser encaminhado a um oftalmologista em decorrência de seu estado clínico, o olho deve ser ocluído com cuidado, sem realizar pressão, o que aumenta a chance de extrusão do conteúdo ocular. Não devem ser instilados colírios nem tracionada qualquer estrutura que se encontre exposta. Às vezes, a íris ou a úvea podem ser confundidas com um corpo estranho preso à superfície do olho.

ATIVIDADES

6. Em relação à ceratoconjuntivite fotoelétrica, assinale a alternativa correta.

A) Uma das causas mais comuns de ceratoconjuntivite fotoelétrica é a ação de agentes químicos presentes na solda dos soldadores.

B) A sensação de corpo estranho normalmente ocorre imediatamente após a exposição à radiação.

C) O olho queimado no caso de ceratoconjuntivite fotoelétrica não pode ser ocluído.

D) Os sinais e sintomas de ceratoconjuntivite fotoelétrica incluem olho vermelho, blefaroespasmo, sensação de corpo estranho e presença de ceratite superficial ponteada.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


Os sintomas clássicos da queimadura fotoelétrica são: olho vermelho, blefaroespasmo, sensação de corpo estranho e presença de ceratite superficial ponteada. Os sintomas geralmente aparecem 6 horas depois do uso da solda.

Resposta correta.


Os sintomas clássicos da queimadura fotoelétrica são: olho vermelho, blefaroespasmo, sensação de corpo estranho e presença de ceratite superficial ponteada. Os sintomas geralmente aparecem 6 horas depois do uso da solda.

A alternativa correta e a "D".


Os sintomas clássicos da queimadura fotoelétrica são: olho vermelho, blefaroespasmo, sensação de corpo estranho e presença de ceratite superficial ponteada. Os sintomas geralmente aparecem 6 horas depois do uso da solda.

7. Paciente de meia-idade apresenta quadro de dor aguda e forte em um dos olhos, acompanhada de vermelhidão, embaçamento, náuseas e vômito. Qual a hipótese diagnóstica?

A) Crise de astenopia.

B) Crise de conjuntivite.

C) Crise de enxaqueca.

D) Crise de glaucoma agudo.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


O paciente com quadro de glaucoma primário de ângulo fechado apresenta dor aguda de forte intensidade hemicraniana e periocular, acompanhada de diminuição da acuidade visual, hiperemia ocular, náuseas e vômitos. A dor costuma ser muito intensa, impossibilitando que o paciente continue realizando suas atividades ou mesmo impossibilitando o sono. Ao exame físico inicial, a midríase paralítica no olho acometido pode ser observada.

Resposta correta.


O paciente com quadro de glaucoma primário de ângulo fechado apresenta dor aguda de forte intensidade hemicraniana e periocular, acompanhada de diminuição da acuidade visual, hiperemia ocular, náuseas e vômitos. A dor costuma ser muito intensa, impossibilitando que o paciente continue realizando suas atividades ou mesmo impossibilitando o sono. Ao exame físico inicial, a midríase paralítica no olho acometido pode ser observada.

A alternativa correta e a "D".


O paciente com quadro de glaucoma primário de ângulo fechado apresenta dor aguda de forte intensidade hemicraniana e periocular, acompanhada de diminuição da acuidade visual, hiperemia ocular, náuseas e vômitos. A dor costuma ser muito intensa, impossibilitando que o paciente continue realizando suas atividades ou mesmo impossibilitando o sono. Ao exame físico inicial, a midríase paralítica no olho acometido pode ser observada.

8. Em relação às queimaduras oculares, assinale a alternativa correta.

A) As queimaduras oculares não levam à cegueira.

B) A lavagem deve ser feita apenas com solução estéril.

C) O tempo de exposição ao agente não interfere no prognóstico, apenas a natureza do agente.

D) As queimaduras causadas por álcalis, de modo geral, são mais graves.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


Os produtos alcalinos tendem a causar queimaduras mais sérias porque penetram mais facilmente no globo ocular, enquanto os ácidos costumam causar danos mais superficiais.

Resposta correta.


Os produtos alcalinos tendem a causar queimaduras mais sérias porque penetram mais facilmente no globo ocular, enquanto os ácidos costumam causar danos mais superficiais.

A alternativa correta e a "D".


Os produtos alcalinos tendem a causar queimaduras mais sérias porque penetram mais facilmente no globo ocular, enquanto os ácidos costumam causar danos mais superficiais.

9. Com relação às doenças intraoculares que causam olho vermelho, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmativas a seguir.

O fechamento angular agudo é caracterizado pelo aumento brusco da pressão intraocular pelo bloqueio do fluxo do humor aquoso da câmara posterior para a anterior, através da pupila.

A conjuntivite é uma inflamação intraocular de etiologia diversa. Pode ser dividida em anterior (acometendo a câmara anterior), intermediária e posterior.

A endoftalmite é uma inflamação intraocular grave causada por uma infecção.

O tratamento da queimadura química deve ser imediato e intenso, com lavagem copiosa com água limpa. Pode ser utilizada qualquer água limpa, de torneira ou soro fisiológico.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — V — F — F

B) V — F — V — V

C) F — V — F — V

D) F — F — V — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


A uveíte é uma inflamaç ão intraocular de etiologia diversa. Pode ser dividida em anterior (acometendo a câmara anterior), intermediária e posterior. O tipo mais comum de uveíte anterior é chamada de uveíte anterior aguda idiopática. Em relação à uveíte posterior, a toxoplasmose é a principal causa.

Resposta correta.


A uveíte é uma inflamaç ão intraocular de etiologia diversa. Pode ser dividida em anterior (acometendo a câmara anterior), intermediária e posterior. O tipo mais comum de uveíte anterior é chamada de uveíte anterior aguda idiopática. Em relação à uveíte posterior, a toxoplasmose é a principal causa.

A alternativa correta e a "B".


A uveíte é uma inflamaç ão intraocular de etiologia diversa. Pode ser dividida em anterior (acometendo a câmara anterior), intermediária e posterior. O tipo mais comum de uveíte anterior é chamada de uveíte anterior aguda idiopática. Em relação à uveíte posterior, a toxoplasmose é a principal causa.

Conclusão

O quadro de olho vermelho é motivo frequente de consulta em unidade de emergência. Sua ocorrência indica as mais variadas doenças, desde causas de evolução benigna até afecções graves, com possibilidade de perda da função visual permanente.

Atividades: respostas

Atividade 1

RESPOSTA: Em caso de paciente com quadro sugestivo de conjuntivite viral, o tratamento inicial é sintomático. Devem ser usadas compressas frias com água limpa/potável sobre as pálpebras fechadas para diminuir a ardência e o desconforto. Deve-se fazer uso de analgésicos VO (se necessário). Deve-se evitar água boricada, pois o ácido bórico pode induzir reação alérgica grave, piorando a irritação ocular. Não é necessário utilizar soro fisiológico. O paciente deve ser encaminhado a um oftalmologista se não houver melhora em uma semana. O anti-inflamatório não hormonal VO pode ser prescrito nos casos em que ocorra edema palpebral importante e linfadenomegalia. Devem ser dadas orientações quanto à higiene e aos cuidados para diminuir o risco de transmissão da doença (lavar as mãos, não partilhar objetos pessoais ou roupas de cama e evitar piscina, já que a cloração da água de piscinas ou o sal marinho não impedem a disseminação). O afastamento do trabalho está indicado nos casos graves ou em atividades, como professores, profissionais de saúde e crianças pequenas pelo risco de transmitir a outras pessoas. Não é necessário o uso de colírio de corticoide ou antibiótico na imensa maioria dos casos.

Atividade 2 // Resposta: B

Comentário: Os objetivos do tratamento do fechamento angular agudo são remover o bloqueio pupilar (união da íris ao cristalino) e reduzir a pressão intraocular, prevenindo, assim, as alterações permanentes no ângulo camerular e os danos ao nervo óptico e à função visual.

Atividade 3 // Resposta: C

Comentário: O glaucoma agudo causa baixa de visão, dor ocular e olho vermelho, mas não causa hemorragia subconjuntival. Em muitos casos de hemorragia subconjuntival ou hiposfagma, não é possível identificar a causa. Pequenos traumas, elevação da pressão arterial sistêmica, crises de tosse ou vômitos podem ser relatados. Os distúrbios da coagulação devem ser investigados apenas se a hemorragia se tornar recorrente.

Atividade 4 // Resposta: C

Comentário: Estes são os agentes mais frequentes nas conjuntivites bacterianas: S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus.

Atividade 5 // Resposta: A

Comentário: A conjuntivite viral é a causa mais comum de conjuntivite aguda em pacientes saudáveis. Pode apresentar-se acompanhada de uma infecção das vias aéreas superiores ou febre, após exposição a alguém com conjuntivites ou resfriados. A conjuntivite bacteriana é relativamente rara e, em geral, afeta olhos doentes ou pacientes com alguma alteração imunológica ou fator de risco. A conjuntivite bacteriana hiperaguda é extremamente rara, perigosa e causada por N. gonorrhoeae. Nos bebês, é transmitida no canal de parto e geralmente se manifesta 3 a 5 dias após o nascimento. Em adultos, ocorre por transmissão sexual. A conjuntivite alérgica pode ser aguda ou crônica. Sob essa denominação, há uma série de formas clínicas diferentes, cada uma com suas peculiaridades no quadro clínico, epidemiologia, tratamento e prognóstico. O paciente com conjuntivite alérgica precisa, de forma obrigatória, apresentar prurido.

Atividade 6 // Resposta: D

Comentário: Os sintomas clássicos da queimadura fotoelétrica são: olho vermelho, blefaroespasmo, sensação de corpo estranho e presença de ceratite superficial ponteada. Os sintomas geralmente aparecem 6 horas depois do uso da solda.

Atividade 7 // Resposta: D

Comentário: O paciente com quadro de glaucoma primário de ângulo fechado apresenta dor aguda de forte intensidade hemicraniana e periocular, acompanhada de diminuição da acuidade visual, hiperemia ocular, náuseas e vômitos. A dor costuma ser muito intensa, impossibilitando que o paciente continue realizando suas atividades ou mesmo impossibilitando o sono. Ao exame físico inicial, a midríase paralítica no olho acometido pode ser observada.

Atividade 8 // Resposta: D

Comentário: Os produtos alcalinos tendem a causar queimaduras mais sérias porque penetram mais facilmente no globo ocular, enquanto os ácidos costumam causar danos mais superficiais.

Atividade 9 // Resposta: B

Comentário: A uveíte é uma inflamaç ão intraocular de etiologia diversa. Pode ser dividida em anterior (acometendo a câmara anterior), intermediária e posterior. O tipo mais comum de uveíte anterior é chamada de uveíte anterior aguda idiopática. Em relação à uveíte posterior, a toxoplasmose é a principal causa.

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Como citar a versão impressa deste documento

Martins EN, Belfort Neto R. Diagnóstico diferencial de olho vermelho. In: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência; Lopes AC, Tallo FS, Lopes RD, Vendrame LS, organizadores. PROURGEM Programa de Atualização em Medicina de Urgência e Emergência: Ciclo 15. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2021. p. 143–66. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1). https://doi.org/10.5935/978-65-5848-369-4.C0002

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