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CIRURGIA ONCOLÓGICA EM CÃES E GATOS

Autor: Josiane Morais Pazzini
epub-PROMEVET-PA-C10V1_Artigo2

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • indicar qual é a modalidade adequada de cirurgia oncológica para o paciente;
  • reconhecer os princípios da cirurgia oncológica;
  • realizar as intervenções cirúrgicas oncológicas;
  • melhorar a qualidade de vida do paciente.

Esquema conceitual

Introdução

Os cuidados com a saúde dos cães e gatos e a estreita relação com os humanos contribuem para que vivam mais tempo, contudo, é visto o crescimento do número de doenças relacionadas à idade, entre elas, o câncer. Todavia, deve-se também considerar que os avanços das técnicas de diagnóstico contribuem para a elevação da prevalência de casos.

O câncer é uma doença que tem como característica principal o crescimento e proliferação desordenada de células, sendo a maior causa de morte em humanos, e de morte ou eutanásia em animais por todo o mundo.1 Diversos fatores estão relacionados com o surgimento do câncer, e entre eles estão a predisposição à doença, fatores imunológicos e ambientais, a alimentação, o estilo de vida, a obesidade e as doenças cardiovasculares prévias.2

Todavia, a cirurgia é o método efetivo da maioria dos neoplasmas sólidos em cães e gatos, e, em muitos casos, oferece possibilidade de cura, e, por isso, faz-se tão necessário o conhecimento da cirurgia oncológica.3

A cirurgia oncológica, durante muitos anos, era realizada apenas com o intuito de promover a ressecção cirúrgica do neoplasma; no entanto, com os avanços tecnológicos e científicos, alguns aspectos importantes foram aprimorados. Atualmente, observam-se avanços importantes no âmbito da cirurgia oncológica, como a busca do cirurgião em se qualificar para realizar os procedimentos oncológicos; o avanço das ferramentas diagnósticas na identificação do câncer tanto nas técnicas de imagem, como a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM), a cintilografia e a elastografia, como no aspecto biomolecular, por meio de estudo genético do câncer.

Além disso, outro progresso promissor tem sido o crescimento das pesquisas, com novos medicamentos no combate do câncer que auxiliem no tratamento neoadjutante, adjuvante e paliativo dos pacientes.

O cirurgião oncológico, para executar os procedimentos oncológicos, deve possuir formação em cirurgia geral e compreender os princípios de Halsted e, além disso, obter os conhecimentos específicos por meio de uma especialização em oncologia, uma vez que o conhecimento do neoplasma é fundamental para o sucesso do tratamento. Ademais, o cirurgião deve avaliar e refletir sobre os seguintes objetivos acerca da cirurgia oncológica: se o procedimento realizado pode melhorar a qualidade de vida do paciente; se é possível aumentar a sobrevida do paciente, promovendo qualidade de vida aceitável; se será possível, com a cirurgia, alcançar a cura; e se, realizada a cirurgia, será possível respeitar os aspectos funcionais e estéticos.

É importante que o cirurgião avalie essas questões, a fim de serem evitados procedimentos cirúrgicos mutiladores que não iram mudar o curso da doença ou tampouco promover qualidade de vida ao paciente. Sendo assim, é fundamental sempre lembrar que a qualidade de vida do paciente vem em primeiro lugar — se ele for avaliado e essas questões não puderem ser atendidas, o procedimento cirúrgico não deve ser indicado como modalidade de tratamento, sendo necessário instituir outra opção terapêutica.

O tratamento do paciente com câncer é complexo — ao se identificar uma lesão, seja ela pequena ou de grandes dimensões, deve-se iniciar primeiramente a investigação da extensão da lesão no corpo do paciente por meio de exames de imagem como a radiografia de tórax, a TC ou a ultrassonografia (USG) abdominal, a fim de avaliar se a lesão encontra-se localizada no sítio primário ou se apresenta metástase.

Após identificar a extensão da lesão por meio de exames de imagem, o conhecimento histopatológico é fundamental, uma vez que o comportamento do neoplasma irá impactar diretamente o planejamento cirúrgico ou mesmo as técnicas terapêuticas neoadjuvante e adjuvante. Sendo assim, é indicado o emprego de exames diagnósticos de triagem, como a citologia, e de cirurgias diagnósticas, como a biópsia, seja incisional ou excisional, para o conhecimento do tipo histológico da lesão.

Além disso, outro ponto importante é o planejamento cirúrgico após ter-se delimitado a extensão, a localização e seu tipo histológico, o procedimento cirúrgico deve ser avaliado se será com objetivo curativo, paliativo ou preventivo. Na sequência, deve-se realizar o planejamento adequado, com o intuito de obter sucesso com o tratamento, promovendo qualidade de vida para o paciente.

Princípios da cirurgia oncológica

A cirurgia oncológica, para ser bem-sucedida, deve seguir alguns pontos importantes. Primeiramente, são essenciais os conhecimentos teórico e prático sobre oncologia, além da destreza cirúrgica.1 Tal aspecto se faz necessário porque, muitas vezes, as cirurgias são extensas, com o intuito de obtenção de margem de segurança, e o fechamento primário por primeira intenção não é alcançado, sendo fundamental o emprego de técnicas de cirurgia reconstrutiva.

Além disso, o cirurgião deve compreender e instituir sempre os princípios de Halsted:

  • realizar técnica cirúrgica asséptica;
  • evitar traumas em excesso;
  • realizar a divulsão cuidadosa, para não provocar contaminação do campo operatório com células neoplásicas;
  • promover hemostasia meticulosa;
  • obter margens amplas e livres de células neoplásicas;
  • obter obliteração do espaço morto;
  • sintetizar o tecido sem tensão;
  • reconstruir o tecido com técnicas de cirurgia plástica.

ATIVIDADES

1. Quais são os avanços importantes observados no âmbito da cirurgia oncológica?

A) A cirurgia oncológica não evoluiu muito nos últimos anos.

B) Os avanços incluem apenas o desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento do câncer.

C) O conhecimento histopatológico não é mais considerado fundamental para o planejamento cirúrgico.

D) Os avanços incluem a qualificação do cirurgião para procedimentos oncológicos, avanços nas ferramentas diagnósticas e a pesquisa de novos medicamentos.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


Os avanços importantes no âmbito da cirurgia oncológica incluem a busca do cirurgião em se qualificar para realizar os procedimentos oncológicos, o avanço das ferramentas diagnósticas na identificação do câncer e o crescimento das pesquisas, com novos medicamentos no combate do câncer.

Resposta correta.


Os avanços importantes no âmbito da cirurgia oncológica incluem a busca do cirurgião em se qualificar para realizar os procedimentos oncológicos, o avanço das ferramentas diagnósticas na identificação do câncer e o crescimento das pesquisas, com novos medicamentos no combate do câncer.

A alternativa correta é a "D".


Os avanços importantes no âmbito da cirurgia oncológica incluem a busca do cirurgião em se qualificar para realizar os procedimentos oncológicos, o avanço das ferramentas diagnósticas na identificação do câncer e o crescimento das pesquisas, com novos medicamentos no combate do câncer.

2. Sobre os fatores relacionados ao surgimento do câncer, marque V (verdadeiro) ou F (falso).

Fatores imunológicos e ambientais.

Alimentação inadequada.

Doenças hematológicas prévias.

Predisposição à doença.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) V — V — F — V

C) F — F — V — V

D) F — V — V — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


O câncer é uma doença que tem como característica principal o crescimento e a proliferação desordenada de células, sendo a maior causa de morte em humanos e de morte ou eutanásia em animais por todo mundo. Diversos fatores estão relacionados com o surgimento do câncer, entre eles, a predisposição à doença, fatores imunológicos e ambientais, a alimentação, o estilo de vida, a obesidade e doenças cardiovasculares prévias.

Resposta correta.


O câncer é uma doença que tem como característica principal o crescimento e a proliferação desordenada de células, sendo a maior causa de morte em humanos e de morte ou eutanásia em animais por todo mundo. Diversos fatores estão relacionados com o surgimento do câncer, entre eles, a predisposição à doença, fatores imunológicos e ambientais, a alimentação, o estilo de vida, a obesidade e doenças cardiovasculares prévias.

A alternativa correta é a "B".


O câncer é uma doença que tem como característica principal o crescimento e a proliferação desordenada de células, sendo a maior causa de morte em humanos e de morte ou eutanásia em animais por todo mundo. Diversos fatores estão relacionados com o surgimento do câncer, entre eles, a predisposição à doença, fatores imunológicos e ambientais, a alimentação, o estilo de vida, a obesidade e doenças cardiovasculares prévias.

3. Discorra sobre os princípios da cirurgia oncológica.

Confira aqui a resposta

Para realizar uma cirurgia oncológica, alguns princípios devem ser obedecidos, como: utilização de técnica cirúrgica asséptica; prevenção de traumas em excesso; divulsão cuidadosa, para não provocar contaminação do campo operatório com células neoplásicas; hemostasia meticulosa; obtenção de margens amplas e livres de células neoplásicas; obliteração do espaço morto; síntese do tecido sem tensão; e reconstrução do tecido com técnicas de cirurgia plástica. A obtenção de margens amplas faz parte do planejamento das cirurgias curativas, a dimensão das margens e a profundidade são mensuradas conforme o tipo histológico (dado obtido após a biópsia) e, para a localização da neoplasma, geralmente utiliza-se uma margem entre 2cm e 5cm. Com relação à profundidade, muitas vezes, são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. A troca de instrumentais e a utilização de luvas e de campo operatório são muito importantes para se evitar a contaminação do leito cirúrgico com células neoplásicas residuais, assim como a hemostasia meticulosa, sendo essa etapa fundamental durante a exérese de neoplasmas. Podem ser obtidos bons resultados com eletrocautério, porém, em alguns locais, faz-se necessária a ligadura de vasos calibrosos. A obliteração do espaço morto deve ser realizada com o intuito de prevenir complicações pós-operatórias como a formação de seroma e deiscência da sutura. Pode-se utilizar sutura de walking para reduzir o espaço morto e aliviar a tensão nos tecidos, favorecendo o fechamento da ferida, e utilizar técnicas de cirurgia plástica reparadora para promover o fechamento da ferida.

Resposta correta.


Para realizar uma cirurgia oncológica, alguns princípios devem ser obedecidos, como: utilização de técnica cirúrgica asséptica; prevenção de traumas em excesso; divulsão cuidadosa, para não provocar contaminação do campo operatório com células neoplásicas; hemostasia meticulosa; obtenção de margens amplas e livres de células neoplásicas; obliteração do espaço morto; síntese do tecido sem tensão; e reconstrução do tecido com técnicas de cirurgia plástica. A obtenção de margens amplas faz parte do planejamento das cirurgias curativas, a dimensão das margens e a profundidade são mensuradas conforme o tipo histológico (dado obtido após a biópsia) e, para a localização da neoplasma, geralmente utiliza-se uma margem entre 2cm e 5cm. Com relação à profundidade, muitas vezes, são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. A troca de instrumentais e a utilização de luvas e de campo operatório são muito importantes para se evitar a contaminação do leito cirúrgico com células neoplásicas residuais, assim como a hemostasia meticulosa, sendo essa etapa fundamental durante a exérese de neoplasmas. Podem ser obtidos bons resultados com eletrocautério, porém, em alguns locais, faz-se necessária a ligadura de vasos calibrosos. A obliteração do espaço morto deve ser realizada com o intuito de prevenir complicações pós-operatórias como a formação de seroma e deiscência da sutura. Pode-se utilizar sutura de walking para reduzir o espaço morto e aliviar a tensão nos tecidos, favorecendo o fechamento da ferida, e utilizar técnicas de cirurgia plástica reparadora para promover o fechamento da ferida.

Para realizar uma cirurgia oncológica, alguns princípios devem ser obedecidos, como: utilização de técnica cirúrgica asséptica; prevenção de traumas em excesso; divulsão cuidadosa, para não provocar contaminação do campo operatório com células neoplásicas; hemostasia meticulosa; obtenção de margens amplas e livres de células neoplásicas; obliteração do espaço morto; síntese do tecido sem tensão; e reconstrução do tecido com técnicas de cirurgia plástica. A obtenção de margens amplas faz parte do planejamento das cirurgias curativas, a dimensão das margens e a profundidade são mensuradas conforme o tipo histológico (dado obtido após a biópsia) e, para a localização da neoplasma, geralmente utiliza-se uma margem entre 2cm e 5cm. Com relação à profundidade, muitas vezes, são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. A troca de instrumentais e a utilização de luvas e de campo operatório são muito importantes para se evitar a contaminação do leito cirúrgico com células neoplásicas residuais, assim como a hemostasia meticulosa, sendo essa etapa fundamental durante a exérese de neoplasmas. Podem ser obtidos bons resultados com eletrocautério, porém, em alguns locais, faz-se necessária a ligadura de vasos calibrosos. A obliteração do espaço morto deve ser realizada com o intuito de prevenir complicações pós-operatórias como a formação de seroma e deiscência da sutura. Pode-se utilizar sutura de walking para reduzir o espaço morto e aliviar a tensão nos tecidos, favorecendo o fechamento da ferida, e utilizar técnicas de cirurgia plástica reparadora para promover o fechamento da ferida.

Margens de segurança

A obtenção de margens amplas faz parte do planejamento das cirurgias oncológicas e curativas. A dimensão das margem e a profundidade são mensuradas conforme o tipo histológico (dado obtido após a biópsia), a localização do neoplasma e o comportamento biológico (Figuras 1A e B). Em geral, utiliza-se uma margem entre 2 e 5cm. Em relação à profundidade e à localização, muitas vezes são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. Algumas exceções existem — no caso dos sarcomas felinos induzidos por aplicações, é recomendada a exérese de dois planos fasciais diferentes.2

FIGURA 1: A) Demarcação das margens de segurança conforme o tipo histológico. B) Margem profunda com a exérese de 1 plano muscular. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

O plano fascial varia conforme a neoplasia e sua localização, mas é necessário ter atenção às pseudocápsulas das massas ou do tecido adiposo, as quais não podem ser identificadas como um plano fascial.

A margem de segurança consiste em um tecido macroscopicamente saudável, que deve ser excisado juntamente com o tecido acometido pelo neoplasma.

Para delimitar a margem de segurança, alguns pontos devem ser avaliados para delimitar as margens laterais e a profundidade. Com relação as margens laterais, deve-se:

  • avaliar o tipo histológico do neoplasmas;
  • verificar a localização — em lesões em topografia de cabeça, a margem lateral varia de 3 a 10mm; em outras partes do corpo, varia 10 a 30mm; e em lesões em trato digestório, as margens preconizadas são de 30 a 50mm;
  • observar o comportamento do neoplasma — quanto mais agressivo, maior a margem.

Caso se trate de recidiva, deve-se obter margens maiores que na primeira intervenção.

Já no tocante às margens profundas, deve-se:

  • analisar seu comportamento biológico e anatômico;
  • avaliar, no caso de acometimento em membros, a possibilidade de amputação;
  • remover, no caso de planos musculares, um plano que esteja livre macroscopicamente do neoplasma.

Após a exérese do neoplasma, é indicado realizar a demarcação das margens com colorações especiais, como, por exemplo, tinta nankin, ou pela utilização de suturas.4 A demarcação das margens permite que o patologista analise corretamente todas as margens e verifique a presença de células neoplásicas nas margens, classificando-as como livres, exíguas ou comprometidas.

Troca de instrumentais

O cirurgião oncológico deve sempre ter duas caixas cirúrgicas — uma caixa básica e outra com instrumentais básicos e delicados —, uma vez que pode ser necessário o uso de cirurgia plástica após a cirurgia oncológica.

A troca de instrumentais, de luvas e de campo operatório é fundamental para evitar a contaminação do leito cirúrgico com células neoplásicas residuais.3

Além disso, ao final da cirurgia oncológica, deve-se realizar a troca da luva cirúrgica, bem como do campo operatório. Para evitar contaminação, pode-se empregar o segundo campo por cima do primeiro — tais medidas são fundamentais para evitar a contaminação do leito cirúrgico.

Uso de eletrocirurgia

Outro ponto fundamental da cirurgia oncológica é o uso da eletrocirurgia. Como já visto, um dos princípios de Halsted é a hemostasia meticulosa, sendo essa etapa fundamental durante a exérese de neoplasmas. Pode-se obter bons resultados com o equipamento, todavia, quando os vasos são calibrosos, a partir de 2 mm de diâmetro, se faz necessário realizar ligaduras com fio de sutura.3

É essencial evitar a colocação de suturas próximas da borda do neoplasma, a fim de evitar a contaminação do leito cirúrgico proveniente de perfurações das massas.3

Ademais, o uso indiscriminado da eletrocirurgia pode provocar comprometimento vascular, e, caso seja necessário o emprego de técnicas de reconstrução, a aderência de retalhos pode ficar prejudicada, em decorrência do dano vascular e da inflamação no leito provocada pela lesão tecidual, predispondo à ocorrência de seroma.5

Uso de dreno e redução de espaço morto

A obliteração do espaço morto deve ser realizada com o intuito de prevenir complicações pós-operatórias como a formação de seroma e a deiscência da sutura.3 Nesse caso, pode-se utilizar sutura de walking para reduzir o espaço morto e aliviar a tensão nos tecidos, favorecendo o fechamento da ferida;5 porém, se houver indicação da colocação de dreno, é necessário que sejam corretamente inseridos, bem fixados, mantidos pelo tempo correto para exercer sua função. Podem-se utilizar drenos passivos, como o de Penrose, e ativos, como o de Portovac.

No modelo passivo, confeccionado em látex e maleável, por meio de gravidade, a drenagem do exsudato é realizada. Esse é o dreno de Penrose, o qual possui aproximadamente 30cm e pode ser cortado conforme a dimensão da ferida. Suas principais características são a fácil aplicação, a adaptabilidade e o fato de ser quase inerte, bem como sua fácil manipulação e remoção.

O modelo ativo é confeccionado em borracha, silicone ou látex. Independentemente do material, são sempre menos flexíveis que o modelo passivo. O comprimento pode variar, mas, em média, são de 30cm, e apresentam vários diâmetros. A drenagem com esse modelo é por meio de sucção a vácuo — quando a válvula é aberta, o exsudato é drenado para dentro da bolsa coletora, e, após, deve ser novamente aplicado o vácuo, bem como o esvaziamento da bolsa. No entanto, por serem menos flexíveis, apresentam maior predisposição a causar lesões no leito da ferida cirúrgica.

O acúmulo de seroma pode favorecer a disseminação de células neoplásicas no leito, em áreas além do campo operatório — por isso, é fundamental a obliteração do espaço morto.

Lavagem do campo operatório

Existe uma discussão sobre a necessidade ou não de se lavar o campo operatório após a exérese do neoplasma. A indicação seria de lavar apenas se houver a presença intensa de coágulos e de tecidos desvitalizados, bem como de corpo estranho — tal medida serve para minimizar a resposta inflamatória pós-cirúrgica, todavia, ela gera muita discussão entre os oncologistas.3

Pesquisa de metástase

A pesquisa de metástase é um dos princípios que deve ser seguido, devendo ser sempre realizada antes de qualquer procedimento cirúrgico. Após sua avaliação, é possível executar um plano de tratamento adequado ao paciente com base na extensão e na localização da lesão. Metástases são frequentemente identificadas em linfonodos regionais, nos pulmões, no fígado e no baço, entre outros órgãos.3

Com o avanço das ferramentas diagnósticas na identificação do câncer, é possível realizar a pesquisa de metástase por meio de técnicas de imagem como a radiografia de tórax e a USG de abdome, além das modalidades mais acuradas, como a TC e uma nova ferramenta, a elastografia.

Além dos exames de imagem, são fundamentais a avaliação hematológica e do perfil bioquímico (deve-se dosar a alanina-aminotranferase; a fosfatase alcalina; a creatinina, a ureia; o cálcio ionizado; a albumina; e a glicose), a urinálise e a relação proteína/creatinina (UPC), afim de identificar alterações que possam interferir no tratamento do paciente.

A radiografia de tórax é um exame acessível e padrão na rotina oncológica e seu custo é acessível. Atualmente, existem diversos centros especializados em diagnóstico por imagem que oferecem esse serviço — esse exame tem como objetivos o diagnóstico de lesões ósseas e a pesquisa de metástase pulmonar (Figuras 2A–C). Alguns tipos histológicos, como a neoplasia mamária e a óssea, apresentam uma ocorrência maior de metástase no tórax.3

FIGURA 2: A–C) Imagem radiográfica de cadela com neoplasia mamária calcificada (seta amarela), com presença de metástase no parênquima pulmonar (seta azul). // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

Indica-se que a radiografia de tórax seja realizada nas projeções ventrodorsal e laterolateral esquerda e direita.3 O objetivo de realizar as três projeções é para evitar a sobreposição dos tecidos, o que pode levar a um laudo inconsistente, bem como a um resultado falso-positivo.

Logo, o exame de USG é utilizado para pesquisa de metástase em cavidade abdominal.3 É um exame de baixo custo e também oferecido em grande escala, sendo realizado em centros de diagnóstico especializado ou como volante. Para a realização desse exame, são fundamentais o preparo e a formação especializada do profissional, visto que, algumas vezes, as lesões metastáticas podem ser pequenas e exigir vasta experiência na área para fornecer um diagnóstico correto. O ideal para realizar esse exame é o preparo do paciente por meio do jejum e de uso de antifisético, a fim de evitar interferências nas imagens que possam comprometer o resultado do exame.

Além da USG, recentemente tem sido utilizada a elastrografia, que está sendo considerada um método muito promissor, que avalia a dureza dos tecidos por meio da elasticidade tecidual, ou seja, lesões mais duras (menos elásticas) apresentam potencial de serem mais agressivas ou de serem microcalcificações (Figura 3).6

FIGURA 3: Imagem da elastografia experimental em ratos com carcinoma espinocelular no dorso da coluna cervical. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

Essa tecnologia é associada à USG, e, desde então, vários métodos para a avaliação da elasticidade tecidual têm sido propostos em elastografia (por compressão, acoustic radiation force impulse [ARFI] e real-time shear velocity [RSV]).6 Na medicina, a elastografia já tem sido utilizada principalmente para a identificação e diferenciação de neoplasmas mamários, para o diagnóstico de neoplasias prostáticas e para o monitoramento de lesões focais e fibróticas e no estudo das propriedades estruturais dos rins.7

Já na veterinária, o uso da elastografia ARFI é recente e experimental, sendo utilizada também na avaliação de neoplasias mamárias em cadelas,8 na padronização de valores de referência para as avaliações hepática, renal e esplênica em caninos adultos,9 de baço de gatos adultos,10 de próstata e de testículos de cães11 e de rim de gatos.12 O acesso ao exame ainda é restrito, em virtude do elevado custo do equipamento, sendo disponível o exame apenas em duas universidade públicas e em um centro diagnóstico privado, porém seu futuro é promissor — espera-se que, em breve, esteja disponível no mercado como ferramenta diagnóstica.

Por fim, a TC é um método diagnóstico avançado, que fornece informações úteis para a definição da área e da extensão da lesão, especialmente em cavidade oral, nasal, faringe caudal e órbita, favorecendo o planejamento cirúrgico adequado (Figura 4).13 A TC complementa a radiografia-padrão e não a substitui, sendo essencial em todos os casos a realização de radiografias, uma vez que esse último método fornece uma informação global da região estudada.

FIGURA 4: Imagem de TC para planejamento cirúrgico utilizando a técnica de cortes helicoidais multislice de 4 canais com espessura de 2,5 x 1,00mm, sem e com a administração de meio de contraste intravenoso. Posicionamento em decúbito ventral. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

A principal desvantagem da TC é o custo oneroso e a acessibilidade ao exame, uma vez que poucos lugares possuem centros especializados com o equipamento. Além disso, outro fator limitante é a necessidade de anestesia geral do paciente para a realização do exame.

Linfadenectomia

O procedimento cirúrgico de linfadenectomia consiste na remoção do linfonodo.

Na cirurgia oncológica, a finalidade da linfadenectomia é a de avaliar o linfonodo quanto a seu envolvimento com células neoplásicas e a sua invasão linfática — tal avaliação possui um papel fundamental no estadiamento clínico.1,2 O planejamento da linfadectomia deve ser avaliado quanto às características do linfonodo, como aumento de volume, comprometimento metastático, consistência firme, ausência de mobilidade e forma irregular, além disso, realizar exames complementares para avaliar o acometimento dos linfonodos é importante.2,3,8

As formas de avaliação podem ser por meio de:2,3,8

  • citologia por aspiração do linfonodo com agulha fina;
  • biópsia do linfonodo ou imaginologia por radiografia — para avaliar linfadenomegalias internas;
  • USG — para aferir o tamanho;
  • ecotextura, fluxo vascular e elastografia — para avaliar a rigidez do tecido e correlacionar com aspectos de malignidade conforme descrito anteriormente.

O procedimento de linfadenectomia pode ser benéfico para reduzir a população de células neoplásicas e eliminar possíveis efeitos compressivos em órgãos ou tecidos adjacentes.3

Os efeitos adversos da linfadenectomia incluem aumento da morbidade e mortalidade pós-operatória e dificuldade na remoção do linfonodo. Sendo assim, é sempre necessário avaliar a indicação da linfadenectomia perante os benefícios e as complicações decorrentes do procedimento.2,3

A remoção do linfonodo macroscopicamente negativo será útil para o estadiamento clínico do paciente, porém deve-se avaliar qual é o benefício perante sua remoção para cada caso. Estudos indicam que pacientes com linfonodos clinicamente positivos para neoplasia podem não se beneficiar com o aumento na chance de cura, em contrapartida, outros estudos demonstram que a morbidade causada pela presença do linfonodo contaminado por células neoplásicas é maior quando comparada à da linfadenectomia terapêutica.3

A decisão da linfadenectomia é desafiadora, porém estudos comprovam que a presença do linfonodo positivo está associada a pior prognóstico.2,3 Sendo assim, cabe ao cirurgião avaliar os benefícios e as complicações para cada caso.

A linfadenectomia pode ser realizada utilizando corante vital, a fim de corar o linfonodo e facilitar sua visualização e remoção. O corante vital azul patente V sódico pode ser utilizado em cães e gatos na concentração de 2,5% na dose de 2mg/kg, aplicado pela via intradérmica peritumoral, e o volume final não pode ultrapassar 1mL por paciente. Após a aplicação, em torno de 10 minutos, o corante percorre toda a circulação, podendo corar todos os linfonodos da cadeia, resultando em falso-positivo (Figura 5).14

FIGURA 5: Imagem fotográfica após a aplicação do corante azul patente V sódico em cão. Notar o linfonodo corado na axila e todo o percurso linfático. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

ATIVIDADES

4. Para a obtenção de margens amplas, a dimensão das margens e da profundidade são mensuradas conforme o tipo histológico (dado obtido após a biópsia) e a localização do neoplasma. Qual é a margem que deve ser utilizada no caso dos sarcomas de aplicação em felinos?

A) 2cm de margem e 1 plano de fáscia.

B) 2cm e 5cm, exérese de 2 planos fasciais diferentes.

C) 3cm e 1 plano de fáscia.

D) 5cm e 1 plano de fáscia.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Quando se fala de margem de segurança, geralmente, utiliza-se de 2cm a 5cm. Em relação à profundidade, muitas vezes são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. Todavia, nos felinos, como apresentam uma tendência a lesões mais agressivas, é recomendada a exérese de dois planos fasciais diferentes, a fim de se alcançar a margem adequada e a margem de 2cm e 5cm marginal.

Resposta correta.


Quando se fala de margem de segurança, geralmente, utiliza-se de 2cm a 5cm. Em relação à profundidade, muitas vezes são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. Todavia, nos felinos, como apresentam uma tendência a lesões mais agressivas, é recomendada a exérese de dois planos fasciais diferentes, a fim de se alcançar a margem adequada e a margem de 2cm e 5cm marginal.

A alternativa correta é a "B".


Quando se fala de margem de segurança, geralmente, utiliza-se de 2cm a 5cm. Em relação à profundidade, muitas vezes são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. Todavia, nos felinos, como apresentam uma tendência a lesões mais agressivas, é recomendada a exérese de dois planos fasciais diferentes, a fim de se alcançar a margem adequada e a margem de 2cm e 5cm marginal.

5. Qual é a principal razão para realizar a obliteração do espaço morto após uma cirurgia?

A) Para aumentar a quantidade de exsudato na ferida cirúrgica.

B) Para promover a formação de seroma e a deiscência da sutura.

C) Para prevenir complicações pós-operatórias, como a formação de seroma e a deiscência da sutura.

D) Para facilitar a drenagem do exsudato para fora da ferida cirúrgica.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A obliteração do espaço morto é realizada para prevenir complicações pós-operatórias, como a formação de seroma e a deiscência da sutura. Isso é importante para promover uma cicatrização adequada e reduzir o risco de infecções.

Resposta correta.


A obliteração do espaço morto é realizada para prevenir complicações pós-operatórias, como a formação de seroma e a deiscência da sutura. Isso é importante para promover uma cicatrização adequada e reduzir o risco de infecções.

A alternativa correta é a "C".


A obliteração do espaço morto é realizada para prevenir complicações pós-operatórias, como a formação de seroma e a deiscência da sutura. Isso é importante para promover uma cicatrização adequada e reduzir o risco de infecções.

6. Assinale a alternativa que apresenta a função da pesquisa de metástase antes de qualquer procedimento cirúrgico.

A) Executar um plano de tratamento adequado com base na extensão e na localização da lesão e evitar a disseminação do câncer para outros órgãos.

B) Identificar as alterações hematológicas que possam interferir no tratamento do paciente.

C) Garantir que o paciente esteja em condições ideais para a cirurgia.

D) Prevenir complicações pós-operatórias, como a formação de seroma e a deiscência da sutura.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Realizar a pesquisa de metástase antes de qualquer procedimento cirúrgico é importante para executar um plano de tratamento adequado com base na extensão e na localização da lesão e para evitar a disseminação do câncer para outros órgãos, contribuindo para uma abordagem mais eficaz e para a melhoria do prognóstico do paciente.

Resposta correta.


Realizar a pesquisa de metástase antes de qualquer procedimento cirúrgico é importante para executar um plano de tratamento adequado com base na extensão e na localização da lesão e para evitar a disseminação do câncer para outros órgãos, contribuindo para uma abordagem mais eficaz e para a melhoria do prognóstico do paciente.

A alternativa correta é a "A".


Realizar a pesquisa de metástase antes de qualquer procedimento cirúrgico é importante para executar um plano de tratamento adequado com base na extensão e na localização da lesão e para evitar a disseminação do câncer para outros órgãos, contribuindo para uma abordagem mais eficaz e para a melhoria do prognóstico do paciente.

7. Observe as afirmativas acerca dos cuidados adotados a fim de promover o sucesso do procedimento durante a realização das cirurgias oncológicas.

I. Recomenda-se proteger as lesões ulceradas, a fim de evitar a contaminação do leito cirúrgico.

II. Deve-se evitar a manipulação do neoplasma, pois, dependendo de sua característica, pode resultar em complicações pré e transcirúrgicas, decorrentes de uma reação anafilática.

III. Técnicas de cirurgia plástica reparadora devem ser avaliadas antes do início do procedimento, realizando as marcações dermográficas previamente.

IV. Após a exérese do neoplasma, a troca dos instrumentais não é necessária, basta higienizar com álcool 70% e utilizá-los para a síntese do defeito.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a III e a IV.

C) Apenas a II, a III e a IV.

D) Apenas a I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


Após a exérese do neoplasma, a troca dos instrumentais é fundamental para evitar a contaminação do campo operatório. É recomendada a troca dos instrumentais, das luvas e do campo cirúrgico.

Resposta correta.


Após a exérese do neoplasma, a troca dos instrumentais é fundamental para evitar a contaminação do campo operatório. É recomendada a troca dos instrumentais, das luvas e do campo cirúrgico.

A alternativa correta é a "D".


Após a exérese do neoplasma, a troca dos instrumentais é fundamental para evitar a contaminação do campo operatório. É recomendada a troca dos instrumentais, das luvas e do campo cirúrgico.

8. A TC complementa a radiografia-padrão, e não a substitui, sendo essencial, em todos os casos, a realização de radiografias, uma vez que esse último método fornece uma informação global da região estudada. Assinale a alternativa que aborda de forma completa as indicações e as desvantagens da TC.

A) Está indicada para o planejamento do tratamento. Necessita de anestesia geral.

B) Está indicada para o estudo de lesões em esqueleto apendicular. Possui custo oneroso.

C) Avalia a extensão da lesão, especialmente em cavidade oral, nasal, faringe caudal e órbita, favorecendo o planejamento cirúrgico adequado. Apresenta custo oneroso e a necessidade de anestesiar o paciente.

D) Está indicada para o planejamento cirúrgico. Tem custo oneroso.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A TC é um método diagnóstico avançado que fornece informações úteis para a definição da área e da extensão da lesão, especialmente em cavidade oral, nasal, faringe caudal e órbita, favorecendo o planejamento cirúrgico. A principal desvantagem da TC é o custo oneroso e a difícil acessibilidade ao exame, uma vez que poucos lugares possuem centros especializados com o equipamento. Além disso, outro fator limitante é a necessidade de anestesia geral do paciente para a realização do exame.

Resposta correta.


A TC é um método diagnóstico avançado que fornece informações úteis para a definição da área e da extensão da lesão, especialmente em cavidade oral, nasal, faringe caudal e órbita, favorecendo o planejamento cirúrgico. A principal desvantagem da TC é o custo oneroso e a difícil acessibilidade ao exame, uma vez que poucos lugares possuem centros especializados com o equipamento. Além disso, outro fator limitante é a necessidade de anestesia geral do paciente para a realização do exame.

A alternativa correta é a "C".


A TC é um método diagnóstico avançado que fornece informações úteis para a definição da área e da extensão da lesão, especialmente em cavidade oral, nasal, faringe caudal e órbita, favorecendo o planejamento cirúrgico. A principal desvantagem da TC é o custo oneroso e a difícil acessibilidade ao exame, uma vez que poucos lugares possuem centros especializados com o equipamento. Além disso, outro fator limitante é a necessidade de anestesia geral do paciente para a realização do exame.

9. Qual é a finalidade da linfadenectomia na cirurgia oncológica?

Confira aqui a resposta

Na cirurgia oncológica, a finalidade da linfadenectomia é avaliar o linfonodo quanto a seu envolvimento com células neoplásicas e a invasão linfática — tal avaliação possui um papel fundamental no estadiamento clínico.

Resposta correta.


Na cirurgia oncológica, a finalidade da linfadenectomia é avaliar o linfonodo quanto a seu envolvimento com células neoplásicas e a invasão linfática — tal avaliação possui um papel fundamental no estadiamento clínico.

Na cirurgia oncológica, a finalidade da linfadenectomia é avaliar o linfonodo quanto a seu envolvimento com células neoplásicas e a invasão linfática — tal avaliação possui um papel fundamental no estadiamento clínico.

Modalidades cirúrgicas

A cirurgia é descrita como a primeira medida terapêutica para interromper o crescimento do câncer — anteriormente, era realizada logo no primeiro momento, sem exames prévios, e tampouco se conhecia o comportamento biológico da lesão. Com o avanço tecnológico e científico, instituíram-se exames diagnósticos como a citologia e a biópsia, a fim de conhecer o comportamento da lesão e de executar o tratamento cirúrgico adequado.1,3

O tratamento cirúrgico das neoplasias apresenta inúmeros benefícios, como:2,3

  • poder alcançar a cura de muitos neoplasmas;
  • não apresentar efeito carcinogênico;
  • não promover resistência biológica;
  • auxiliar no estadiamento clínico e cirúrgico.

Todavia, apresenta algumas limitações, como:2,3

  • elevar os riscos de morbidade do paciente;
  • causar deformidades anatômicas e funcionais em virtude do procedimento mutilador;
  • não ser capaz de promover a cura em casos com metástase já instalada.

Embora a cirurgia seja um opção terapêutica com ampla indicação, principalmente para neoplasmas localizados, é importante salientar que procedimentos desnecessários em pacientes terminais são contraindicados, uma vez que elevam o risco de óbito e não alteram o curso da doença.3

Atualmente, com as inúmeras ferramentas diagnósticas pré-operatórias, como a citologia e a biópsia guiada por USG, a TC e até mesmo a RM, muitos procedimentos que anteriormente eram realizados com fins diagnósticos, como no caso da laparotomia exploratória, hoje são pouco executados.1-3

Diagnóstica

A cirurgia diagnóstica é utilizada com o intuito de obtenção de material para a análise histopatológica, imuno-histoquímica e molecular, nem sempre sendo empregada com fins terapêuticos, mas é uma ferramenta importante para auxiliar no diagnóstico.3,13

Atualmente, existem diversos exames utilizados para fins diagnósticos, e a indicação, as vantagens e as desvantagens de cada um se devem a sua finalidade — para a triagem de uma lesão, para avaliar características de malignidade ou não e para diferenciar processos infecciosos de inflamatórios; ou para avaliar o prognóstico ou o planejamento terapêutico e cirúrgico.3,13 Os métodos de obtenção podem ser a citologia aspirativa com agulha fina (CAAF) ou agulha grossa (Tru-cut) ou a biópsia incisional ou excisional.

Citologia

A citologia por CAAF é um exame fácil, prático, de baixo custo e pouco invasivo, e apresenta sensibilidade de 89% e especificidade de 100%. Pode ser realizada para fins diagnósticos e obtida em inúmeros locais, conforme apresentado no Quadro 1.

QUADRO 1

ESQUEMA ILUSTRATIVO DAS DIVERSAS MODALIDADE DE DIAGNÓSTICO E LOCAIS DE COLETA DE MATERIAL PARA CITOLOGIA

DIAGNÓSTICO

COLETA DE AMOSTRAS CITOLÓGICAS

  • Avaliação de tumorações
  • Desordens:
    • neoplásicas
    • hiperplásicas
    • inflamatórias
    • degenerativas
  • Linfonodos
  • Cavidades corporais
  • Massas em órgãos
  • Massas em tecido cutâneo ou subcutâneo

// Fonte: Elaborado pela autora.

A citologia é um método de diagnóstico citológico, empregado em lesões superficiais, e geralmente dispensa o uso de equipamentos de imagem para sua coleta, porém, em lesões profundas em cavidades, o uso de USG é imprescindível.

Para a realização da citologia, são necessários:

  • lâminas com ponta fosca para identificar o material;
  • a realização da limpeza prévia com álcool 70% e gaze;
  • a espera para que a área esteja seca;
  • em torno de 3 lâminas para cada lesão e 1 para realizar o squash (CAAF);
  • agulhas 20 x 5,5mm e seringa de 10mL (CAAF );
  • um citoaspirador;
  • a antissepsia do neoplasma com clorexidina degermante e álcool 70%.
  • o uso de luvas de procedimento.

Biópsia

A biópsia consiste em um procedimento cirúrgico realizado para obter tecido ou fluido de um organismo vivo, permitindo, posteriormente, sua avaliação microscópica e o diagnóstico.1,3

Os principais objetivos da biópsia são diferenciar uma doença neoplásica de uma não neoplásica e neoplasmas benignos de malignos; estabelecer o tipo histológico do tumor e o estadiamento tumoral; monitorar resultados do tratamento; e auxiliar no planejamento cirúrgico.1,3

Para realizar uma biópsia, é fundamental o conhecimento de alguns conceitos:

  • o número de amostras pode influenciar no diagnóstico, sendo indicado no mínimo 3 fragmentos, obtendo área central, periferia e transição — deve-se evitar áreas de necrose e inflamadas;
  • a coleta deve ser o mais delicada possível;
  • a biópsia não substitui o exame clínico completo e detalhado;
  • complicações cirúrgicas como a contaminação de tecidos adjacentes e o controle de hemorragia e do espaço morto devem ser evitadas;
  • o procedimento não pode alterar ou modificar o tratamento definitivo, ou seja, o local da coleta deve permanecer acessível para posterior ressecção em bloco.

A realização da biópsia é contraindicada quando o reconhecimento do tipo tumoral não modifica a terapia, como no caso de nódulos cutâneos pequenos, os quais podem ser submetidos à exérese com amplas margens, ou nos casos em que o procedimento de biópsia é tão difícil ou arriscado quanto a cirurgia.1-3,13

Biópsia incisional

A biópsia incisional permite a obtenção de amostra por meio de incisões que envolvem o tecido tumoral e o normal adjacente — o fragmento é obtido por meio de lâmina de bisturi ou rote (Figuras 6A–D). Sua indicação é principalmente em lesões de origem dérmica e epidérmica, bem como nos casos em que a citologia não foi possível de obter material adequado (lesões ulceradas e/ou necróticas).1-3,13

FIGURA 6: Esquema ilustrativo dos locais para a coleta de fragmento em uma biópsia incisional. A) Coleta de fragmento na cavidade oral utilizando Punch. B) Coleta de fragmento de pele utilizando Punch. C) Aspecto do leito cirúrgico após a incisão com rote. D) Fragmento cutâneo obtido por meio do Punch. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

Conforme o aspecto do tumor, tecido e localização, outros métodos podem ser utilizados para a realização da biópsia, como a agulha Tru-cut guiada por ultrassom. Essa técnica é capaz de fornecer uma quantidade de material considerável, e, em alguns casos, é possível até se estabelecer o grau histopatológico da lesão.1–3,13 O profissional deve ter experiência para realizar o exame, a fim de se obter sucesso na coleta e segurança para o paciente. Biópsias endoscópicas ou laparoscópicas são indicadas para lesões intra-abdominais ou intratorácicas.

Biópsia excisional

A biópsia excisional é empregada com o intuito de diagnóstico e de tratamento, uma vez que a lesão é removida e, nesse caso, sempre se deve respeitar as margens de segurança (Figura 7) — por menor que a lesão seja, sempre deve ser tratada como uma neoplasia maligna.3 Caso, durante o procedimento, seja avaliado que as margens ficaram comprometidas, é importante o acompanhamento do paciente, bem como o emprego de outras modalidades de tratamento, como a quimioterapia e a radioterapia, ou mesmo a reintervenção, para a ampliação das margens.

FIGURA 7: Imagem fotográfica demonstrando a realização de biópsia excisional com margens de segurança. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

Terapêutica

A cirurgia terapêutica consiste na modalidade de tratamento curativo, visando à exérese do neoplasma e à cura do paciente, promovendo o aumento da sobrevida. Todavia, para o sucesso da cirurgia, alguns pontos são importantes de serem avaliados antes do procedimento, como:1-3,5

  • o conhecimento específico do tipo do neoplasma;
  • a definição de margens cirúrgicas (Figuras 8A–D);
  • a necessidade de terapia neodjuvante/citorredutora prévia por meio de quimioterapia, adjuvante no transcirúrgico, como a eletroquimioterapia, ou após a cirurgia, com o uso da radioterapia e da quimioterapia;
  • a avaliação da extensão da lesão, para o planejamento correto do procedimento, bem como da necessidade do uso de técnicas de cirurgia plástica reparadora (Figura 9).

FIGURA 8: Imagem fotográfica demonstrando a realização do planejamento da cirurgia oncológica. A) Planejamento cirúrgico utilizando TC. B) Aspecto macroscópico da lesão de carcinoma de glândulas ceruminosas em região da orelha esquerda estendendo rostralmente, até o zigomático, cauldalmente, até a altura de C2-3 e, medialmente, promovendo compressão nasal e da orofaringe. C) Exérese do neoplasma com amplas margens de segurança. D) Retalho de padrão subdérmico rotacional para o fechamento do defeito. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

FIGURA 9: Imagem fotográfica demonstrando a realização do planejamento da cirurgia oncológica com a associação de cirurgia plástica reparadora para a obtenção de margem de segurança. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

Durante o preparo do paciente para a cirurgia, deve-se avaliar o aspecto macroscópico do tumor. No caso de lesão ulcerada, é recomendado protegê-la, a fim de evitar a contaminação do leito cirúrgico; de evitar a manipulação do neoplasma, pois, dependendo de sua característica, pode resultar em complicações pré e trans cirúrgicas,2 decorrentes de uma reação anafilática; e de realizar o planejamento cirúrgico. Ou seja, as técnicas de cirurgia plástica reparadora devem ser avaliadas antes do início do procedimento,5 realizando-se as marcações dermográficas previamente.

No momento da cirurgia, outros cuidados são adotados, como o uso de instrumentais corretos que não ocasionem lesões e perfurações no neoplasma. Além disso, a hemostasia venosa eferente deve ser executada rapidamente, assim como deve-se respeitar uma distância de no mínimo 5mm para as ligaduras dos vasos integrantes aos neoplasmas, pois essa manobra previne a formação de microtrombos, e efetuar a troca de luvas, do pano de campo e dos instrumentos cirúrgicos após a exérese do neoplasma.1,2

Após a exérese do neoplasma, as margens devem ser identificadas com colorações especiais para o efeito antes de serem enviadas para a análise histopatológica — pode-se utilizar os diferentes kits comerciais, como, por exemplo, tinta nankin, no entanto, essa marcação também pode ser feita através da utilização de suturas.4 A importância da demarcação das margens é permitir que o patologista analise corretamente todas as margens e verifique presença de células neoplásicas nas margens, classificando-as como livres, exíguas ou comprometidas.

O cuidado com o planejamento cirúrgico é fundamental por parte do oncologista, o qual deve sempre avaliar previamente ao procedimento se a ressecção é viável, se a cirurgia proporcionará algum benefício ao paciente, se existe a possibilidade de outra opção terapêutica além da cirurgia. Após sua avaliação minuciosa, deve conversar e esclarecer todo o caso com o tutor, a fim de deixá-lo ciente de sua conduta.

Na cirurgia oncológica, a primeira intervenção é sempre a melhor opção de cura para o paciente. Dessa forma, um bom planejamento cirúrgico, margens amplas e a cirurgia plástica reparadora são fatores considerados no sucesso do tratamento.

Paliativa

A cirurgia paliativa tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes sem alterar o curso da doença — com esse procedimento, não é possível se atingir a cura, uma vez que já existe uma metástase. As indicações desse procedimento são principalmente para promover conforto ao paciente, aliviando dor, hemorragia e obstruções nos sistemas digestório, urinário e respiratório, como nos casos de:1-4

  • neoplasias ulceradas com metástases (Figuras 10A e B);
  • neoplasias ósseas como o osteossarcoma;
  • neoplasias orais para alívio do desconforto;
  • hemangiossarcoma esplênicos que podem romper e ocasionar complicações hemodinâmicas.

FIGURA 10: Imagem fotográfica demonstrando a realização do procedimento cirúrgico paliativo em carcinoma mamário ulcerado com metástase pulmonar em cadela. A) Neoplasia mamária em mama torácica e mama inguinal. B) Aspecto final da mastectomia regional. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

Deve-se sempre avaliar os riscos do procedimento e os benefícios que serão atribuídos. É importante salientar que a modalidade paliativa pode alterar a evolução da doença, porém melhora a qualidade de vida.

Ademais, o procedimento cirúrgico paliativo pode também ser indicado como citorredução, com a finalidade de potencializar outras modalidades terapêuticas, como a radioterapia e a quimioterapia. Nesse caso, existe a necessidade de reduzir o número de células neoplásicas e, posteriormente, de associar outra modalidade terapêutica.3 Os tratamentos que podem ser associados à terapia citorredutora são a terapia adjuvante:

  • pós-cirúrgica — na qual se utiliza a radioterapia ou a quimioterapia para erradicar células neoplásicas;
  • intra-operatória — que consiste na aplicação de radioterapia e eletroquimioterapia no leito cirúrgico;
  • pré-cirúrgica — indicada nos casos que visam à redução prévia para facilitar a exérese tumoral e, após, realiza-se a terapia adjuvante.

Profilática

A modalidade preventiva ou profilática consiste em realizar o procedimento cirúrgico antes do início do desenvolvimento do neoplasma.1-3

Estudos demonstram os benefícios das cirurgias profiláticas podendo prevenir ou reduzir o surgimento de alguns neoplasmas, como a realização da ovário-histeractomia precoce para a prevenção de neoplasias mamárias; a orquiectomia em cães criptorquidas visando à redução dos tumores de células de Sertoli e os seminomas; a orquiectomia em adenomas de células hepatoides; e a exérese de lesões pré-neoplásicas como ceratoses actínicas e pólipos.1-3

Emergencial

A modalidade cirúrgica emergencial requer uma intervenção imediata. As complicações decorrentes do neoplasma que promovem a ocorrência do quadro emergencial são as perfurações, as rupturas, as hemorragias, as obstruções, as aderências e os tamponamentos. Na rotina, a maior incidência de emergência cirúrgica oncológica é proveniente dos hemangiossarcomas esplênicos (Figura 11) e hepáticos. A ruptura ocasiona hemorragia intensa, necessitando de uma intervenção cirúrgica emergencial.1-3,13,15

FIGURA 11: Imagem fotográfica do procedimento de esplenectomia para exérese de sarcoma estromal esplênico. Note-se o aspecto do baço, com foco de ruptura na região do corpo. // Fonte: Arquivo de imagens da autora.

As neoplasias intratorácicas também apresentam indicações emergenciais nos casos de efusões pericárdicas e tamponamento. Outras indicações incluem neoplasias que causem obstruções, seja no trato urinário, no respiratório ou no digestório.1-3,13,15

ATIVIDADES

10. Assinale a alternativa que apresenta os benefícios do tratamento cirúrgico das neoplasias.

A) Promover resistência biológica e eliminar os riscos de morbidade do paciente.

B) Alcançar a cura dos neoplasmas com efeito carcinogênico.

C) Auxiliar no estadiamento clínico e cirúrgico e promover a cura em casos com metástase já instaladas.

D) Promover resistência biológica e auxiliar no estadiamento clínico e cirúrgico.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


O tratamento cirúrgico das neoplasias apresenta benefícios como poder alcançar a cura de muitos neoplasmas, não apresentar efeito carcinogênico, não promover resistência biológica e auxiliar no estadiamento clínico e cirúrgico, o que é crucial para um manejo adequado do paciente com câncer.

Resposta correta.


O tratamento cirúrgico das neoplasias apresenta benefícios como poder alcançar a cura de muitos neoplasmas, não apresentar efeito carcinogênico, não promover resistência biológica e auxiliar no estadiamento clínico e cirúrgico, o que é crucial para um manejo adequado do paciente com câncer.

A alternativa correta é a "D".


O tratamento cirúrgico das neoplasias apresenta benefícios como poder alcançar a cura de muitos neoplasmas, não apresentar efeito carcinogênico, não promover resistência biológica e auxiliar no estadiamento clínico e cirúrgico, o que é crucial para um manejo adequado do paciente com câncer.

11. Discorra sobre a diferença entre a biópsia incisional e a excisional.

Confira aqui a resposta

A biópsia excisional é empregada com o intuito diagnóstico e no tratamento, uma vez que a lesão é removida e, nesse caso, sempre deve-se respeitar as margens de segurança, por menor que a lesão seja, deve-se sempre tratá-la como uma neoplasia maligna. Logo, a biópsia incisional consiste na obtenção de amostra por meio de incisões que envolvem o tecido tumoral e o normal adjacente. O fragmento é obtido por meio de lâmina de bisturi ou punch. Sua indicação é principalmente em lesões de origem dérmica e epidérmica, bem como casos que a citologia não foi possível de obter material adequado (lesões ulceradas e/ou necróticas).

Resposta correta.


A biópsia excisional é empregada com o intuito diagnóstico e no tratamento, uma vez que a lesão é removida e, nesse caso, sempre deve-se respeitar as margens de segurança, por menor que a lesão seja, deve-se sempre tratá-la como uma neoplasia maligna. Logo, a biópsia incisional consiste na obtenção de amostra por meio de incisões que envolvem o tecido tumoral e o normal adjacente. O fragmento é obtido por meio de lâmina de bisturi ou punch. Sua indicação é principalmente em lesões de origem dérmica e epidérmica, bem como casos que a citologia não foi possível de obter material adequado (lesões ulceradas e/ou necróticas).

A biópsia excisional é empregada com o intuito diagnóstico e no tratamento, uma vez que a lesão é removida e, nesse caso, sempre deve-se respeitar as margens de segurança, por menor que a lesão seja, deve-se sempre tratá-la como uma neoplasia maligna. Logo, a biópsia incisional consiste na obtenção de amostra por meio de incisões que envolvem o tecido tumoral e o normal adjacente. O fragmento é obtido por meio de lâmina de bisturi ou punch. Sua indicação é principalmente em lesões de origem dérmica e epidérmica, bem como casos que a citologia não foi possível de obter material adequado (lesões ulceradas e/ou necróticas).

12. Sobre as biópsias, marque V (verdadeiro) ou F (falso).

Na colheita da amostra, devem-se buscar as áreas de necrose e áreas inflamadas, pois são as melhores para serem avaliadas.

O número de amostras pode influenciar o diagnóstico, sendo indicados no mínimo 3 fragmentos, obtendo-se as áreas central, periférica e de transição.

A coleta deve ser o mais delicada possível.

Deve-se evitar complicações cirúrgicas como a contaminação de tecidos adjacentes, realizando-se o controle de hemorragia e do espaço morto.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) F — V — V — V

C) V — F — F — V

D) F — V — F — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Na colheita da amostra, deve-se evitar as áreas de necrose e as áreas inflamadas, pois são ruins de serem avaliadas, podendo não fornecer informações sobre o neoplasma.

Resposta correta.


Na colheita da amostra, deve-se evitar as áreas de necrose e as áreas inflamadas, pois são ruins de serem avaliadas, podendo não fornecer informações sobre o neoplasma.

A alternativa correta é a "B".


Na colheita da amostra, deve-se evitar as áreas de necrose e as áreas inflamadas, pois são ruins de serem avaliadas, podendo não fornecer informações sobre o neoplasma.

13. A cirurgia terapêutica é descrita como a primeira medida terapêutica para interromper o crescimento do câncer — anteriormente, era realizada logo no primeiro momento, sem exames prévios, e tampouco se conhecia o comportamento biológico da lesão. Com o avanço tecnológico e científico, instituíram-se exames diagnósticos para auxiliar no conhecimento do neoplasma e para realizar o planejamento terapêutico. Observe as afirmativas relacionadas aos conhecimentos sobre a cirurgia terapêutica.

I. O tratamento cirúrgico das neoplasias apresenta inúmeros benefícios, como poder alcançar a cura de muitos neoplasmas; não apresenta efeito carcinogênico; não promove resistência biológica; auxilia no estadiamento clínico e cirúrgico.

II. A cirurgia terapêutica apresenta algumas limitações, como elevar os riscos de morbidade do paciente; causar deformidades anatômicas e funcionais em virtude do procedimento mutilador; não ser capaz de promover a cura em casos com metástase já instalada.

III. A cirurgia terapêutica pode ser empregada em todos os tipos de neoplasmas, e, se não estiverem disponíveis meios de diagnóstico, é recomendado fazer a cirurgia somente pelo aspecto macroscópico da lesão.

IV. A citologia e as biópsias são utilizadas com o objetivo de conhecer o comportamento da lesão e de executar o tratamento cirúrgico adequado.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a III e a IV.

C) Apenas a I, a II e a IV.

D) Apenas a I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A cirurgia terapêutica não pode ser empregada em todos os tipos de neoplasmas — principalmente em neoplasias do sistema hematopoiético, caso em que não é recomendada. Além disso, se não estiverem disponíveis meios de diagnóstico, não se recomenda fazer a cirurgia somente pelo aspecto macroscópico da lesão — sempre precisa-se conhecer o tipo histológico para o adequado planejamento cirúrgico.

Resposta correta.


A cirurgia terapêutica não pode ser empregada em todos os tipos de neoplasmas — principalmente em neoplasias do sistema hematopoiético, caso em que não é recomendada. Além disso, se não estiverem disponíveis meios de diagnóstico, não se recomenda fazer a cirurgia somente pelo aspecto macroscópico da lesão — sempre precisa-se conhecer o tipo histológico para o adequado planejamento cirúrgico.

A alternativa correta é a "C".


A cirurgia terapêutica não pode ser empregada em todos os tipos de neoplasmas — principalmente em neoplasias do sistema hematopoiético, caso em que não é recomendada. Além disso, se não estiverem disponíveis meios de diagnóstico, não se recomenda fazer a cirurgia somente pelo aspecto macroscópico da lesão — sempre precisa-se conhecer o tipo histológico para o adequado planejamento cirúrgico.

14. Sobre cirurgia paliativa, assinale a alternativa correta.

A) A cirurgia paliativa visa à exérese do neoplasma e à cura do paciente, promovendo o aumento da sobrevida.

B) A cirurgia paliativa tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, sem alterar o curso da doença, ou seja, com esse procedimento, não é possível atingir a cura, uma vez que já existe uma metástase.

C) A cirurgia paliativa consiste em realizar o procedimento cirúrgico antes do início do desenvolvimento do neoplasma, e estudos demonstram os benefícios.

D) A cirurgia paliativa permite a obtenção de amostra por meio de incisões que envolvem o tecido tumoral e o normal adjacente.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


A cirurgia paliativa tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes sem alterar o curso da doença. Com esse procedimento, não é possível atingir a cura, uma vez que já existe uma metástase. As indicações desse procedimento são principalmente para promover conforto ao paciente, aliviando dor, hemorragia e obstruções nos sistemas digestório, urinário e respiratório, como nos casos de neoplasias ulceradas com metástases, de neoplasias ósseas como o osteossarcoma, de neoplasias orais, para alívio do desconforto, e de hemangiossarcoma.

Resposta correta.


A cirurgia paliativa tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes sem alterar o curso da doença. Com esse procedimento, não é possível atingir a cura, uma vez que já existe uma metástase. As indicações desse procedimento são principalmente para promover conforto ao paciente, aliviando dor, hemorragia e obstruções nos sistemas digestório, urinário e respiratório, como nos casos de neoplasias ulceradas com metástases, de neoplasias ósseas como o osteossarcoma, de neoplasias orais, para alívio do desconforto, e de hemangiossarcoma.

A alternativa correta é a "B".


A cirurgia paliativa tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes sem alterar o curso da doença. Com esse procedimento, não é possível atingir a cura, uma vez que já existe uma metástase. As indicações desse procedimento são principalmente para promover conforto ao paciente, aliviando dor, hemorragia e obstruções nos sistemas digestório, urinário e respiratório, como nos casos de neoplasias ulceradas com metástases, de neoplasias ósseas como o osteossarcoma, de neoplasias orais, para alívio do desconforto, e de hemangiossarcoma.

15. Sobre os tratamentos que podem ser associados à terapia citorredutora, correlacione a primeira e a segunda colunas.

1 Terapia adjuvante pós-cirúrgica

2 Terapia adjuvante intraoperatória

3 Terapia adjuvante pré-cirúrgica

Está indicada nos casos que visam à redução prévia para facilitar a exérese tumoral e, após, realiza-se a terapia adjuvante.

Consiste em aplicar radioterapia e eletroquimioterapia no leito cirúrgico.

Utiliza a radioterapia ou a quimioterapia para erradicar células neoplásicas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 3 — 2 — 1

B) 1 — 3 — 2

C) 2 — 1 — 3

D) 3 — 1 — 2

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Os tratamentos que podem ser associados à terapia citorredutora são a terapia adjuvante pós-cirúrgica — utiliza-se a radioterapia ou a quimioterapia para erradicar células neoplásicas; a terapia adjuvante intra-operatória — consiste em aplicar radioterapia, eletroquimioterapia no leito cirúrgico; e a terapia adjuvante pré-cirúrgica — indicada nos casos em que se visa à redução prévia para facilitar a exérese tumoral, e, após, realiza-se a terapia adjuvante.

Resposta correta.


Os tratamentos que podem ser associados à terapia citorredutora são a terapia adjuvante pós-cirúrgica — utiliza-se a radioterapia ou a quimioterapia para erradicar células neoplásicas; a terapia adjuvante intra-operatória — consiste em aplicar radioterapia, eletroquimioterapia no leito cirúrgico; e a terapia adjuvante pré-cirúrgica — indicada nos casos em que se visa à redução prévia para facilitar a exérese tumoral, e, após, realiza-se a terapia adjuvante.

A alternativa correta é a "A".


Os tratamentos que podem ser associados à terapia citorredutora são a terapia adjuvante pós-cirúrgica — utiliza-se a radioterapia ou a quimioterapia para erradicar células neoplásicas; a terapia adjuvante intra-operatória — consiste em aplicar radioterapia, eletroquimioterapia no leito cirúrgico; e a terapia adjuvante pré-cirúrgica — indicada nos casos em que se visa à redução prévia para facilitar a exérese tumoral, e, após, realiza-se a terapia adjuvante.

16. A modalidade cirúrgica emergencial requer uma intervenção imediata. As complicações decorrentes do neoplasma que promovem a ocorrência do quadro emergencial são as perfurações, as rupturas, as hemorragias, as obstruções, as aderências e os tamponamentos. Assinale a alternativa correta sobre o neoplasma que mais comumente resulta em cirurgia emergencial.

A) Na rotina, a maior incidência de emergência cirúrgica oncológica é proveniente dos hemangiossarcomas esplênicos.

B) A maior incidência de emergência cirúrgica oncológica é proveniente de lipomas e lipossarcomas.

C) Na rotina, a maior incidência de emergência cirúrgica oncológica é proveniente dos linfomas.

D) Na rotina, a maior incidência de emergência cirúrgica oncológica é proveniente dos carcinomas espinocelulares.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Nos casos de cirurgias emergenciais oncológicas, a maior incidência na rotina são provenientes dos hemangiossarcomas esplênicos.

Resposta correta.


Nos casos de cirurgias emergenciais oncológicas, a maior incidência na rotina são provenientes dos hemangiossarcomas esplênicos.

A alternativa correta é a "A".


Nos casos de cirurgias emergenciais oncológicas, a maior incidência na rotina são provenientes dos hemangiossarcomas esplênicos.

Um tutor levou ao hospital veterinário um cão, fêmea, de 2,5kg, inteira, de 14 anos, relatando a presença de uma lesão na mama, com evolução de 3 anos, não tendo feito nenhum atendimento prévio. Relata que a paciente estava com vacinas e vermífugos desatualizados e que não estava administrando medicação para dor. Ao exame físico, foram verificados, durante a auscultação, presença de sopro grau III, creptação pulmonar, tempo de preenchimento capilar (TPC 2’’) e mucosa rósea e normotérmica, e, à palpação, abdome rígido e ausência de algia.

Na inspeção, foram encontradas uma lesão em glândula mamária inguinal direita mensurando 5cm x 5cm x 2cm, de aspecto nodular, não aderida e firme, e, na glândula mamária torácica cranial, outra lesão, mensurando 6,7cm x 5cm x 2,5cm, de aspecto em placa, aderida e firme.

ATIVIDADES

17. Quais exames devem ser solicitados para a paciente, o que deve ser avaliado nos exames e qual deve ser o planejamento de tratamento?

Confira aqui a resposta

No caso relatado, a paciente apresenta neoplasia mamária. Faz-se necessária a realização dos exames complementares: hematológicos e bioquímicos para a avaliação do estado geral, bem como da presença de síndrome paraneoplásica. Além disso, antes de planejar o tratamento, os exames de radiografia do tórax e USG de abdome são importantes para avaliar a presença de metástase. A TC é complementar, sozinha não é indicada, e os exames de eletrocardiograma e ecocardiograma são necessários, devido às alterações na ausculta durante o exame físico, que podem indicar cardiopatia, bem como metástase. Após avaliar os exames — e se houver metástase —, a paciente pode ser submetida ao procedimento cirúrgico paliativo de nodulectomia, não visando à cura, apenas ao conforto e à qualidade de vida. Por fim, ao avaliar a lesão, a paciente provavelmente tem dor, sendo fundamental o controle do quadro álgico.

Resposta correta.


No caso relatado, a paciente apresenta neoplasia mamária. Faz-se necessária a realização dos exames complementares: hematológicos e bioquímicos para a avaliação do estado geral, bem como da presença de síndrome paraneoplásica. Além disso, antes de planejar o tratamento, os exames de radiografia do tórax e USG de abdome são importantes para avaliar a presença de metástase. A TC é complementar, sozinha não é indicada, e os exames de eletrocardiograma e ecocardiograma são necessários, devido às alterações na ausculta durante o exame físico, que podem indicar cardiopatia, bem como metástase. Após avaliar os exames — e se houver metástase —, a paciente pode ser submetida ao procedimento cirúrgico paliativo de nodulectomia, não visando à cura, apenas ao conforto e à qualidade de vida. Por fim, ao avaliar a lesão, a paciente provavelmente tem dor, sendo fundamental o controle do quadro álgico.

No caso relatado, a paciente apresenta neoplasia mamária. Faz-se necessária a realização dos exames complementares: hematológicos e bioquímicos para a avaliação do estado geral, bem como da presença de síndrome paraneoplásica. Além disso, antes de planejar o tratamento, os exames de radiografia do tórax e USG de abdome são importantes para avaliar a presença de metástase. A TC é complementar, sozinha não é indicada, e os exames de eletrocardiograma e ecocardiograma são necessários, devido às alterações na ausculta durante o exame físico, que podem indicar cardiopatia, bem como metástase. Após avaliar os exames — e se houver metástase —, a paciente pode ser submetida ao procedimento cirúrgico paliativo de nodulectomia, não visando à cura, apenas ao conforto e à qualidade de vida. Por fim, ao avaliar a lesão, a paciente provavelmente tem dor, sendo fundamental o controle do quadro álgico.

Conclusão

O tratamento do paciente com câncer é complexo, sendo necessário um planejamento terapêutico detalhado, incluindo, para tanto, o conhecimento biológico do neoplasma, a habilidade cirúrgica oncológica e de plastias e os exames de imagem para a avaliação da extensão do neoplasma, bem como a pesquisa de metástase.

Para submeter o paciente com câncer à cirurgia, deve-se sempre avaliar se o procedimento será capaz de melhorar a qualidade de vida do animal, se promoverá aumento da sobrevida, se poderá alcançar a cura e se serão respeitados os aspectos funcionais e estéticos do paciente. Deve-se lembrar sempre da importância dos princípios da cirurgia oncológica e que a primeira intervenção deve ser bem planejada, para promover o sucesso do tratamento.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: D

Comentário: Os avanços importantes no âmbito da cirurgia oncológica incluem a busca do cirurgião em se qualificar para realizar os procedimentos oncológicos, o avanço das ferramentas diagnósticas na identificação do câncer e o crescimento das pesquisas, com novos medicamentos no combate do câncer.

Atividade 2 // Resposta: B

Comentário: O câncer é uma doença que tem como característica principal o crescimento e a proliferação desordenada de células, sendo a maior causa de morte em humanos e de morte ou eutanásia em animais por todo mundo. Diversos fatores estão relacionados com o surgimento do câncer, entre eles, a predisposição à doença, fatores imunológicos e ambientais, a alimentação, o estilo de vida, a obesidade e doenças cardiovasculares prévias.

Atividade 3

RESPOSTA: Para realizar uma cirurgia oncológica, alguns princípios devem ser obedecidos, como: utilização de técnica cirúrgica asséptica; prevenção de traumas em excesso; divulsão cuidadosa, para não provocar contaminação do campo operatório com células neoplásicas; hemostasia meticulosa; obtenção de margens amplas e livres de células neoplásicas; obliteração do espaço morto; síntese do tecido sem tensão; e reconstrução do tecido com técnicas de cirurgia plástica. A obtenção de margens amplas faz parte do planejamento das cirurgias curativas, a dimensão das margens e a profundidade são mensuradas conforme o tipo histológico (dado obtido após a biópsia) e, para a localização da neoplasma, geralmente utiliza-se uma margem entre 2cm e 5cm. Com relação à profundidade, muitas vezes, são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. A troca de instrumentais e a utilização de luvas e de campo operatório são muito importantes para se evitar a contaminação do leito cirúrgico com células neoplásicas residuais, assim como a hemostasia meticulosa, sendo essa etapa fundamental durante a exérese de neoplasmas. Podem ser obtidos bons resultados com eletrocautério, porém, em alguns locais, faz-se necessária a ligadura de vasos calibrosos. A obliteração do espaço morto deve ser realizada com o intuito de prevenir complicações pós-operatórias como a formação de seroma e deiscência da sutura. Pode-se utilizar sutura de walking para reduzir o espaço morto e aliviar a tensão nos tecidos, favorecendo o fechamento da ferida, e utilizar técnicas de cirurgia plástica reparadora para promover o fechamento da ferida.

Atividade 4 // Resposta: B

Comentário: Quando se fala de margem de segurança, geralmente, utiliza-se de 2cm a 5cm. Em relação à profundidade, muitas vezes são utilizados tecidos como pontos de referência, como, por exemplo, planos fasciais. Todavia, nos felinos, como apresentam uma tendência a lesões mais agressivas, é recomendada a exérese de dois planos fasciais diferentes, a fim de se alcançar a margem adequada e a margem de 2cm e 5cm marginal.

Atividade 5 // Resposta: C

Comentário: A obliteração do espaço morto é realizada para prevenir complicações pós-operatórias, como a formação de seroma e a deiscência da sutura. Isso é importante para promover uma cicatrização adequada e reduzir o risco de infecções.

Atividade 6 // Resposta: A

Comentário: Realizar a pesquisa de metástase antes de qualquer procedimento cirúrgico é importante para executar um plano de tratamento adequado com base na extensão e na localização da lesão e para evitar a disseminação do câncer para outros órgãos, contribuindo para uma abordagem mais eficaz e para a melhoria do prognóstico do paciente.

Atividade 7 // Resposta: D

Comentário: Após a exérese do neoplasma, a troca dos instrumentais é fundamental para evitar a contaminação do campo operatório. É recomendada a troca dos instrumentais, das luvas e do campo cirúrgico.

Atividade 8 // Resposta: C

Comentário: A TC é um método diagnóstico avançado que fornece informações úteis para a definição da área e da extensão da lesão, especialmente em cavidade oral, nasal, faringe caudal e órbita, favorecendo o planejamento cirúrgico. A principal desvantagem da TC é o custo oneroso e a difícil acessibilidade ao exame, uma vez que poucos lugares possuem centros especializados com o equipamento. Além disso, outro fator limitante é a necessidade de anestesia geral do paciente para a realização do exame.

Atividade 9

RESPOSTA: Na cirurgia oncológica, a finalidade da linfadenectomia é avaliar o linfonodo quanto a seu envolvimento com células neoplásicas e a invasão linfática — tal avaliação possui um papel fundamental no estadiamento clínico.

Atividade 10 // Resposta: D

Comentário: O tratamento cirúrgico das neoplasias apresenta benefícios como poder alcançar a cura de muitos neoplasmas, não apresentar efeito carcinogênico, não promover resistência biológica e auxiliar no estadiamento clínico e cirúrgico, o que é crucial para um manejo adequado do paciente com câncer.

Atividade 11

RESPOSTA: A biópsia excisional é empregada com o intuito diagnóstico e no tratamento, uma vez que a lesão é removida e, nesse caso, sempre deve-se respeitar as margens de segurança, por menor que a lesão seja, deve-se sempre tratá-la como uma neoplasia maligna. Logo, a biópsia incisional consiste na obtenção de amostra por meio de incisões que envolvem o tecido tumoral e o normal adjacente. O fragmento é obtido por meio de lâmina de bisturi ou punch. Sua indicação é principalmente em lesões de origem dérmica e epidérmica, bem como casos que a citologia não foi possível de obter material adequado (lesões ulceradas e/ou necróticas).

Atividade 12 // Resposta: B

Comentário: Na colheita da amostra, deve-se evitar as áreas de necrose e as áreas inflamadas, pois são ruins de serem avaliadas, podendo não fornecer informações sobre o neoplasma.

Atividade 13 // Resposta: C

Comentário: A cirurgia terapêutica não pode ser empregada em todos os tipos de neoplasmas — principalmente em neoplasias do sistema hematopoiético, caso em que não é recomendada. Além disso, se não estiverem disponíveis meios de diagnóstico, não se recomenda fazer a cirurgia somente pelo aspecto macroscópico da lesão — sempre precisa-se conhecer o tipo histológico para o adequado planejamento cirúrgico.

Atividade 14 // Resposta: B

Comentário: A cirurgia paliativa tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes sem alterar o curso da doença. Com esse procedimento, não é possível atingir a cura, uma vez que já existe uma metástase. As indicações desse procedimento são principalmente para promover conforto ao paciente, aliviando dor, hemorragia e obstruções nos sistemas digestório, urinário e respiratório, como nos casos de neoplasias ulceradas com metástases, de neoplasias ósseas como o osteossarcoma, de neoplasias orais, para alívio do desconforto, e de hemangiossarcoma.

Atividade 15 // Resposta: A

Comentário: Os tratamentos que podem ser associados à terapia citorredutora são a terapia adjuvante pós-cirúrgica — utiliza-se a radioterapia ou a quimioterapia para erradicar células neoplásicas; a terapia adjuvante intra-operatória — consiste em aplicar radioterapia, eletroquimioterapia no leito cirúrgico; e a terapia adjuvante pré-cirúrgica — indicada nos casos em que se visa à redução prévia para facilitar a exérese tumoral, e, após, realiza-se a terapia adjuvante.

Atividade 16 // Resposta: A

Comentário: Nos casos de cirurgias emergenciais oncológicas, a maior incidência na rotina são provenientes dos hemangiossarcomas esplênicos.

Atividade 17

RESPOSTA: No caso relatado, a paciente apresenta neoplasia mamária. Faz-se necessária a realização dos exames complementares: hematológicos e bioquímicos para a avaliação do estado geral, bem como da presença de síndrome paraneoplásica. Além disso, antes de planejar o tratamento, os exames de radiografia do tórax e USG de abdome são importantes para avaliar a presença de metástase. A TC é complementar, sozinha não é indicada, e os exames de eletrocardiograma e ecocardiograma são necessários, devido às alterações na ausculta durante o exame físico, que podem indicar cardiopatia, bem como metástase. Após avaliar os exames — e se houver metástase —, a paciente pode ser submetida ao procedimento cirúrgico paliativo de nodulectomia, não visando à cura, apenas ao conforto e à qualidade de vida. Por fim, ao avaliar a lesão, a paciente provavelmente tem dor, sendo fundamental o controle do quadro álgico.

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Referência recomendada

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Titulações da autora

JOSIANE MORAIS PAZZINI // Graduada em Medicina Veterinária pela Faculdade Doutor Francisco Maeda (Fafram). Especialista em Oncologia Veterinária de Pequenos Animais pela Faculdade Unyleya. Especialista em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pelo Instituto Qualittas. Mestra, Doutora e Pós-doutora em Cirurgia Reconstrutiva com ênfase na área de Oncologia Veterinária pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Doutorado Sanduíche no Laboratório de Patologia Veterinária do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto/Portugal. Docente do curso de Pós-graduação em Cirurgia Veterinária na área de Cirurgia Reparadora, Práticas Cirúrgicas, Oncologia de Cães e Gatos da Qualittás. Preceptora na Clínica Pública Meu Pet responsável pelo Serviço de Cirurgia de Tecidos Moles e Oncologia Clínica e Cirúrgica.

Como citar a versão impressa deste documento

Pazzini JM. Cirurgia oncológica em cães e gatos. In: Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais; Roza MR, Oliveira ALA, organizadores. PROMEVET Pequenos Animais: Programa de Atualização em Medicina Veterinária: Ciclo 10. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2024. p. 67–96. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 1).

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