Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os sintomas que levam a suspeitar de subluxação atlantoaxial;
- diagnosticar subluxação atlantoaxial;
- listar os diferentes tipos de tratamento cirúrgico para estabilização de subluxação atlantoaxial;
- descrever os cuidados pós-operatórios (POs) necessários para um bom resultado do tratamento de subluxação atlantoaxial.
Esquema conceitual
Introdução
Patologias da articulação atlantoaxial ocorrem tanto em animais jovens como em adultos, mas os jovens de raças de pequeno porte (Yorkshire Terrier, Chihuahua, Poodle, Pomerânia etc.) são particularmente propensos e, na maioria das vezes, tais patologias ocorrem em animais com menos de 1 ano. Em adultos, geralmente, devem-se a um trauma, embora haja um problema subjacente de instabilidade, assintomático, desde a juventude. Em gatos, são pouco frequentes.1
Distúrbios da articulação atlantoaxial englobam um processo que pode assumir vários graus de gravidade, desde ligeira instabilidade que causa subluxação até luxação grave, com verdadeiro perigo de vida para o paciente, que pode morrer abruptamente como consequência de uma compressão da medula espinhal grave que cursa com tetraplegia e parada respiratória. Em casos menos graves, vê-se ataxia leve e déficits proprioceptivos de intensidade variável.1
Anatomia da articulação atlantoaxial
A articulação atlantoaxial é peculiar, completamente diferente das demais articulações vertebrais e até mesmo de qualquer outra articulação, em razão, fundamentalmente, da especial anatomia de duas vértebras,2 o atlas (C1), mostrado na Figura 1, e o áxis (C2), na Figura 2.
FIGURA 1: Vista caudal do atlas da espécie canina, em que as superfícies articulares com o áxis podem ser vistas. Arco dorsal (1); arco ventral (2); tubérculo ventral (3); asa (4); forame vertebral lateral (5); ligamento transverso (6); fóvea articular caudal (7). // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
FIGURA 2: Vista lateral do áxis da espécie canina, em que se pode ver a conformação do dente axial. Processo espinhoso (1); processo odontoide (2); processo articular cranial (3); processo articular caudal (4); processo transverso (5); corpo vertebral (6). // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
A articulação atlantoaxial permite uma amplitude de movimento muito grande entre ambas as vértebras, em razão das características da relação ou conexão entre as superfícies articulares do atlas e do áxis (C1-C2),3 como se vê na Figura 3.
FIGURA 3: Radiografia da posição normal da articulação atlantoaxial da espécie canina. Observe-se a posição do processo espinhoso do áxis, cobrindo o arco dorsal do atlas. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Algumas características da articulação atlantoaxial são:
- carece de disco intervertebral;
- permite a rotação entre o atlas e o áxis, que equivale à rotação da cabeça;
- C1 gira sobre o dente de C2;
- possibilidade de flexão limitada;
- importância fundamental dos ligamentos na estabilidade de C1-C2.
A Figura 4 apresenta os ligamentos de fixação para estabilidade de C1-C2.
FIGURA 4: Esquema dos ligamentos de fixação entre C1-C2. Ligamento apical (1); ligamentos alares (2); ligamento transverso (3). // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Etiologia
A instabilidade entre C1-C2 decorre, sempre, de uma das três situações seguintes:1
- agenesia ou hipoplasia do dente;
- fratura ou separação do dente;
- falha ou ruptura dos ligamentos (apical, alares e transverso do dente e atlantoaxial dorsal).
Embora, às vezes, o desencadeante da subluxação atlantoaxial seja um esforço excessivo ou trauma, na maioria dos casos, subjaz algum tipo de anomalia congênita ou do desenvolvimento na base do problema.4
As Figuras 5A–C ilustram as causas de instabilidade entre C1-C2.
FIGURA 5: Diferentes causas de subluxação atlantoaxial. A) Agenesia do processo odontoide; B) fratura do processo odontoide; C) ruptura dos ligamentos que fixam a articulação atlantoaxial. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Sintomatologia
A apresentação de um paciente jovem da raça tipo toy com déficits neurológicos muito acentuados já é um indicativo para suspeitar de subluxação atlantoaxial, embora possa apresentar-se em raças maiores. Não obstante, nas raças de pequeno porte, não se relatam por parte dos tutores antecedentes traumáticos, enquanto nas raças de grande porte, quase com 100% de probabilidade, os tutores mencionam queda de grande altura ou atropelamento.2
Quanto aos sintomas de subluxação atlantoaxial, pode-se dizer que são variáveis, dependendo do grau de penetração do dente do áxis no canal vertebral e do tempo transcorrido desde os primeiros sintomas.2
Os sintomas mais comuns que devem fazer pensar na presença de subluxação atlantoaxial são2
- dor cervical, presente na imensa maioria dos pacientes, que pode ser muito intensa;
- déficits neurológicos variáveis, dependendo do grau de compressão. Essa é uma área em que a amplitude do canal vertebral permite muita folga na medula e lesões radiologicamente significativas nem sempre se traduzem em compressão grave. Em casos leves, às vezes, apenas se detectam déficits proprioceptivos;
- fraqueza ou paresia grave nos casos de maior compressão;
- lateralização das lesões e, portanto, dos sinais neurológicos é frequente, talvez porque a amplitude do canal e as características anatômicas da articulação permitam compressões laterais;
- a sintomatologia pode ser também mais acentuada no bípede anterior ou posterior.
Na subluxação atlantoaxial, a tetraplegia é muito rara e, quando se apresenta, costuma ser acompanhada de paralisia dos músculos respiratórios.2
A Figura 6 apresenta um caso leve de subluxação atlantoaxial, com déficits proprioceptivos detectados.
FIGURA 6: Paciente acometido por subluxação atlantoaxial, com grande hipomotilidade dos membros posteriores, enquanto mantinha certa motilidade dos anteriores. Observe-se a feição de tristeza do cão. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
A Figura 7 apresenta um caso de subluxação atlantoaxial com fraqueza ou paresia grave, que se dá em situações de maior compressão.
FIGURA 7: Paciente acometido por subluxação atlantoaxial mostra impossibilidade de se levantar; apenas levantava a cabeça e mordia seus membros anteriores, em razão disso, os tutores colocavam curativos nele. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
ATIVIDADES
1. Sobre a denominação dos ligamentos que fixam o processo odontoide do áxis ao atlas, assinale a alternativa correta.
A) Cranial, alar e transverso.
B) Cranial, laterais e posterior.
C) Apical, alares e caudal.
D) Apical, alares e transverso.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
Como ilustrado na Figura 4, o esquema de fixação do processo odontoide do áxis ao atlas compreende ligamento apical, ligamentos alares e ligamento transverso.
Resposta correta.
Como ilustrado na Figura 4, o esquema de fixação do processo odontoide do áxis ao atlas compreende ligamento apical, ligamentos alares e ligamento transverso.
A alternativa correta é a "D".
Como ilustrado na Figura 4, o esquema de fixação do processo odontoide do áxis ao atlas compreende ligamento apical, ligamentos alares e ligamento transverso.
2. Sobre em que tipos de raças caninas ocorre subluxação atlantoaxial com mais frequência, assinale a alternativa correta.
A) Raças pequenas tipo toy.
B) Raças de médio porte.
C) Raças de grande porte.
D) Raças tipo toy e de médio porte.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".
Subluxação atlantoaxial ocorre com mais frequência em raças pequenas tipo toy, já que no restante das raças é ocasional e decorrente de traumas.
Resposta correta.
Subluxação atlantoaxial ocorre com mais frequência em raças pequenas tipo toy, já que no restante das raças é ocasional e decorrente de traumas.
A alternativa correta é a "A".
Subluxação atlantoaxial ocorre com mais frequência em raças pequenas tipo toy, já que no restante das raças é ocasional e decorrente de traumas.
Diagnóstico
Para o diagnóstico de subluxação atlantoaxial, o exame clínico deve ser extremamente cuidadoso e jamais se deve flexionar a articulação atlantoaxial na suspeita de um problema nesse nível, pois tal manobra pode agravar, até fatalmente, a situação do paciente.5
Os sinais neurológicos sempre indicam lesão no segmento cervical anterior (fraqueza muscular e sinais de neurônio motor superior nos membros anteriores e posteriores) e a dor sentida à palpação, frequentemente, sinaliza instabilidade entre C1-C2.5
Diante da suspeita de lesão atlantoaxial, a radiologia simples adquire especial relevância para realizar o diagnóstico diferencial com processos como meningomielite, doença do disco cervical, discospondilite, neoplasias ou traumas,6 como mostram as Figuras 8A e B.
FIGURA 8: Comparação da A) posição do dente do áxis normal com sua B) posição na subluxação atlantoaxial, indicada pela seta. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
O diagnóstico radiológico é determinante de lesão atlantoaxial, não sendo necessária, habitualmente, a mielografia,6 como se vê nas Figuras 9A e B.
FIGURA 9: A) Observa-se como o processo espinhoso do áxis não cobre nenhuma parte do arco dorsal do atlas, o que é indicativo de subluxação da articulação atlantoaxial. B) Flexionou-se a cabeça e o processo odontoide do áxis praticamente entrou em contato com a porção ventral do arco dorsal do atlas. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Muitos clínicos preferem realizar todas as radiografias sob anestesia geral, para evitar movimentos perigosos causados pela relutância do paciente. Se ele estiver tranquilo, pode-se realizar a projeção lateral sem anestesia, mas sempre existe certo risco.6
Para avaliar a ocorrência de lesão atlantoaxial, em geral, a anestesia é preferível no caso de fraturas ou se o animal for agitado e se mexe. Quando se realizam radiografias sob anestesia geral, deve-se tomar cuidados extremos para que a posição das vértebras cervicais não exceda os limites fisiológicos.6
A projeção lateral evidencia a subluxação, sobretudo se se exerce uma ligeira flexão da cabeça, mas deve-se estar ciente do perigo que acarreta uma flexão excessiva, como mostra a Figura 10. A projeção ventrodorsal é adequada para revelar malformações do processo odontoide ou fraturas dele.6
FIGURA 10: Radiografia sem contraste feita sob anestesia geral. Realizou-se uma flexão excessiva e a compressão na medula espinhal ao nível da articulação atlantoaxial é evidente. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Se a mielografia for requerida, a punção será realizada ao nível lombar, e nunca na cisterna magna; igualmente se forem necessárias amostras de líquido cefalorraquidiano para análise.7
Quanto ao diagnóstico diferencial, é conveniente estabelecê-lo com displasia de occipital; se as radiografias em busca de subluxação atlantoaxial derem resultado negativo, é provável que a sintomatologia se deva à displasia de occipital, que se apresenta com a mesma sintomatologia e na mesma faixa de raças caninas, ou seja, em raças toy, sobretudo em Yorkshire Terrier.8
ATIVIDADES
3. Sobre o diagnóstico de subluxação atlantoaxial, assinale a alternativa correta.
A) Ao exame clínico, deve-se flexionar a articulação atlantoaxial se há suspeita de um problema nesse ponto.
B) A dor à palpação, comumente, sinaliza fraqueza muscular, o que é evidência de subluxação atlantoaxial.
C) Sinais neurológicos sempre indicam lesão no segmento cervical anterior (fraqueza muscular e sinais de neurônio motor superior nos membros anteriores e posteriores).
D) O exame clínico deve ser extremamente cuidadoso ao se flexionar a articulação atlantoaxial, pois tal manobra pode agravar, até fatalmente, a situação do paciente.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
No diagnóstico, o exame clínico deve ser muito cuidadoso e nunca se deve flexionar a articulação atlantoaxial na suspeita de um problema nesse nível, pois a flexão pode agravar, até fatalmente, a condição do paciente. A dor à palpação, comumente, sinaliza instabilidade de C1-C2.
Resposta correta.
No diagnóstico, o exame clínico deve ser muito cuidadoso e nunca se deve flexionar a articulação atlantoaxial na suspeita de um problema nesse nível, pois a flexão pode agravar, até fatalmente, a condição do paciente. A dor à palpação, comumente, sinaliza instabilidade de C1-C2.
A alternativa correta é a "C".
No diagnóstico, o exame clínico deve ser muito cuidadoso e nunca se deve flexionar a articulação atlantoaxial na suspeita de um problema nesse nível, pois a flexão pode agravar, até fatalmente, a condição do paciente. A dor à palpação, comumente, sinaliza instabilidade de C1-C2.
4. Sobre o uso de radiografia para o diagnóstico de subluxação atlantoaxial, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
Como o diagnóstico radiológico não é determinante de lesão atlantoaxial, é necessária, habitualmente, a mielografia.
Mesmo se o paciente estiver tranquilo, deve-se realizar a projeção lateral com anestesia, pois sempre há possibilidade de movimentação e, portanto, risco para o animal.
A projeção lateral evidencia a subluxação, sobretudo se se exerce uma leve flexão da cabeça, mas deve-se estar ciente do perigo que acarreta uma flexão excessiva.
A projeção ventrodorsal é adequada para revelar malformações do processo odontoide ou fraturas dele.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — F — F
B) F — V — F — V
C) V — F — V — F
D) F — F — V — V
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
A primeira afirmativa é falsa porque o diagnóstico radiológico é determinante de lesão atlantoaxial, não sendo necessária, habitualmente, a mielografia. A segunda afirmativa é falsa porque, se o paciente estiver tranquilo, pode-se realizar a projeção lateral sem anestesia, mas sempre existe certo risco.
Resposta correta.
A primeira afirmativa é falsa porque o diagnóstico radiológico é determinante de lesão atlantoaxial, não sendo necessária, habitualmente, a mielografia. A segunda afirmativa é falsa porque, se o paciente estiver tranquilo, pode-se realizar a projeção lateral sem anestesia, mas sempre existe certo risco.
A alternativa correta é a "D".
A primeira afirmativa é falsa porque o diagnóstico radiológico é determinante de lesão atlantoaxial, não sendo necessária, habitualmente, a mielografia. A segunda afirmativa é falsa porque, se o paciente estiver tranquilo, pode-se realizar a projeção lateral sem anestesia, mas sempre existe certo risco.
5. Observe as afirmativas sobre o diagnóstico diferencial de subluxação atlantoaxial.
I. Radiologia simples tem especial importância na realização do diagnóstico diferencial com condições como meningomielite, doença do disco cervical, discospondilite, neoplasias ou traumas.
II. É adequado estabelecer o diagnóstico diferencial com displasia de occipital.
III. Em radiografias para buscar subluxação atlantoaxial com resultado negativo, provavelmente a sintomatologia se deva à displasia de occipital, que ocorre com a mesma sintomatologia e no mesmo rol de raças, isto é, cães de grande porte.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A afirmativa III está incorreta porque, se as radiografias para investigar subluxação atlantoaxial derem resultado negativo, é provável os sintomas de devam à displasia de occipital, a qual ocorre com a mesma sintomatologia e no mesmo espectro de raças caninas, isto é, em raças toy.
Resposta correta.
A afirmativa III está incorreta porque, se as radiografias para investigar subluxação atlantoaxial derem resultado negativo, é provável os sintomas de devam à displasia de occipital, a qual ocorre com a mesma sintomatologia e no mesmo espectro de raças caninas, isto é, em raças toy.
A alternativa correta é a "B".
A afirmativa III está incorreta porque, se as radiografias para investigar subluxação atlantoaxial derem resultado negativo, é provável os sintomas de devam à displasia de occipital, a qual ocorre com a mesma sintomatologia e no mesmo espectro de raças caninas, isto é, em raças toy.
Tratamento cirúrgico
O tratamento conservador da subluxação atlantoaxial, em geral, não é aconselhado, pois, ao haver, na maioria dos casos, incluindo os traumáticos, um distúrbio congênito ou do desenvolvimento, a melhora que proporciona costuma ser passageira. No entanto, Denny afirma que os casos decorrentes de traumas podem responder bem ao confinamento em jaula e coleira por 3 ou 4 semanas e anti-inflamatórios nos primeiros dias.9
Na experiência do autor do capítulo, o método conservador de tratamento da subluxação atlantoaxial não dá os resultados esperados nem desejados. Do ponto de vista do autor, é necessário o tratamento cirúrgico para estabilizar a articulação.1
As possibilidades cirúrgicas para subluxação atlantoaxial podem ser resumidas nos seguintes métodos:1
- abordagem dorsal e colocação da cerclagem dorsal;
- abordagem ventral
- fixação por parafusos;
- fixação por cimento ósseo;
- fixação por meio de placas bloqueadas pré-moldadas.
Abordagem dorsal e colocação da cerclagem dorsal
Abordagem dorsal e colocação de cerclagem dorsal na subluxação atlantoaxial consistem na limitação dos movimentos de flexão da articulação por meio de uma faixa de fio ortopédico que passa sob o arco dorsal do atlas e se fixa em perfurações realizadas na porção cranial do processo espinhoso do áxis.10
Essa é uma técnica praticamente em desuso em casos de subluxação por ruptura dos ligamentos de fixação, pois as manobras cirúrgicas necessárias para realizá-la podem provocar maior compressão sobre a medula espinhal e agravar a deterioração neurológica do paciente.10 Não obstante, pode-se praticar abordagem dorsal e colocação de cerclagem dorsal em casos traumáticos de fratura do processo odontoide do áxis.
Abordagem dorsal
Na abordagem dorsal da subluxação atlantoaxial, realiza-se uma incisão na porção cranial do pescoço no nível dorsal, que vai desde a porção posterior do occipital até a terceira ou quarta vértebras cervicais,11 conforme Figura 11.
FIGURA 11: Incisão cutânea na nuca, desde o occipital até a terceira vértebra cervical. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Continua-se com a separação bilateral da musculatura do processo espinhoso do áxis até que todo o processo seja exposto,11 conforme Figura 12.
FIGURA 12: Dissecção da musculatura em ambos os lados do processo espinhoso do áxis. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Depois, desce-se na incisão, separando a musculatura que está inserida nas asas do atlas, até deixar à vista o atlas, o áxis e a articulação atlantoaxial,11 conforme Figura 13.
FIGURA 13: Dissecção da musculatura ao nível do A) atlas e do B) áxis, deixando visível a articulação atlantoaxial. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Cerclagem dorsal
Realiza-se, na cerclagem dorsal com broca, uma dupla perfuração no processo espinhoso do áxis, que servirá, posteriormente, para a amarração dupla da cerclagem,1 como se vê na Figura 14.
FIGURA 14: Perfurações realizadas no processo espinhoso do áxis. Deve-se utilizar sempre um guia para evitar danificar a musculatura. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Passa-se um laço de fio cirúrgico da articulação atlantoaxial até a articulação do occipital com o atlas, por onde emergirá. O laço deve estar completamente preso ao arco dorsal do atlas,1 conforme Figura 15.
FIGURA 15: Laço de fio cirúrgico preparado para ser passado pela articulação atlantoaxial. Pode-se ver as duas perfurações no processo espinhoso do áxis. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Com a ajuda de pinças cirúrgicas, faz-se emergir o laço pela articulação entre o occipital e o atlas, voltando-a sobre si mesma até a articulação atlantoaxial,1 conforme Figura 16.
FIGURA 16: Gira-se a alça da cerclagem de aço para a parte de trás, depois de emergir pela parte cranial do atlas. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Visualizada a alça da cerclagem, corta-se no centro e, depois de passar cada uma das pontas através de uma das perfurações do processo espinhoso do áxis, estará preparada uma cerclagem dupla, em que se dará um nó em um dos lados do áxis,1 como se observa nas Figuras 17 e 18.
FIGURA 17: A alça da cerclagem já cruzou até a parte posterior; deve-se cortar o laço para obter uma cerclagem dupla. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
FIGURA 18: Uma vez dividido o laço, procede-se a passar cada uma das pontas pelas perfurações do processo espinhoso do áxis e dar o nó com as pontas iniciais, que ficavam de um lado do processo. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
ATIVIDADES
6. Sobre o tratamento da subluxação atlantoaxial, é correto afirmar que
A) o tratamento conservador é muito eficaz.
B) será necessário o tratamento cirúrgico.
C) nem o tratamento conservador, nem o cirúrgico são eficazes.
D) tanto o tratamento conservador quanto o cirúrgico dão bons resultados.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
O tratamento conservador da subluxação atlantoaxial não oferece bons resultados; no entanto, o tratamento cirúrgico tem alta taxa de bons resultados.
Resposta correta.
O tratamento conservador da subluxação atlantoaxial não oferece bons resultados; no entanto, o tratamento cirúrgico tem alta taxa de bons resultados.
A alternativa correta é a "B".
O tratamento conservador da subluxação atlantoaxial não oferece bons resultados; no entanto, o tratamento cirúrgico tem alta taxa de bons resultados.
7. Sobre a abordagem dorsal e colocação de cerclagem dorsal na subluxação atlantoaxial, assinale a alternativa correta.
A) É uma técnica usualmente aplicada em casos de subluxação por ruptura dos ligamentos de fixação, pois as manobras cirúrgicas necessárias para realizá-la minimizam a deterioração neurológica do paciente.
B) As manobras cirúrgicas necessárias para essa técnica diminuem a compressão sobre a medula espinhal, evitando dor no PO.
C) É uma técnica contraindicada para casos traumáticos de fratura do processo odontoide do áxis.
D) Consiste em limitar os movimentos de flexão da articulação com uma faixa de fio ortopédico que passa sob o arco dorsal do atlas e se prende em perfurações feitas na porção cranial do processo espinhoso do áxis.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
A técnica de abordagem dorsal e colocação de cerclagem dorsal na subluxação atlantoaxial visa limitar os movimentos de flexão da articulação com uma faixa de fio ortopédico que passa sob o arco dorsal do atlas e se prende em perfurações feitas na porção cranial do processo espinhoso do áxis. É um procedimento praticamente em desuso em casos de subluxação por ruptura dos ligamentos de fixação, porque as manobras cirúrgicas dele podem causar maior compressão na medula espinhal e agravar a degradação neurológica do paciente. Ainda assim, pode-se utilizar a técnica em casos traumáticos de fratura do processo odontoide do áxis.
Resposta correta.
A técnica de abordagem dorsal e colocação de cerclagem dorsal na subluxação atlantoaxial visa limitar os movimentos de flexão da articulação com uma faixa de fio ortopédico que passa sob o arco dorsal do atlas e se prende em perfurações feitas na porção cranial do processo espinhoso do áxis. É um procedimento praticamente em desuso em casos de subluxação por ruptura dos ligamentos de fixação, porque as manobras cirúrgicas dele podem causar maior compressão na medula espinhal e agravar a degradação neurológica do paciente. Ainda assim, pode-se utilizar a técnica em casos traumáticos de fratura do processo odontoide do áxis.
A alternativa correta é a "D".
A técnica de abordagem dorsal e colocação de cerclagem dorsal na subluxação atlantoaxial visa limitar os movimentos de flexão da articulação com uma faixa de fio ortopédico que passa sob o arco dorsal do atlas e se prende em perfurações feitas na porção cranial do processo espinhoso do áxis. É um procedimento praticamente em desuso em casos de subluxação por ruptura dos ligamentos de fixação, porque as manobras cirúrgicas dele podem causar maior compressão na medula espinhal e agravar a degradação neurológica do paciente. Ainda assim, pode-se utilizar a técnica em casos traumáticos de fratura do processo odontoide do áxis.
Abordagem ventral
Na abordagem ventral da subluxação atlantoaxial, coloca-se o paciente em decúbito dorsal com o pescoço completamente esticado e bem fixado à mesa, para que não se desvie lateralmente,11 como se vê na Figura 19A. Realiza-se uma incisão desde o espaço intermandibular até a altura da terceira vértebra cervical, o que permitirá acessar a porção anterior da coluna cervical e, portanto, a articulação atlantoaxial. Secciona-se o músculo esternotireóideo para poder acessar os corpos das vértebras cervicais,11 conforme Figura 19B.
FIGURA 19: A) Posicionamento do paciente para a abordagem ventral da articulação atlantoaxial. B) Depois de localizar a traqueia e a laringe, procede-se com a secção do músculo esternotireóideo. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
É muito importante, ao se aprofundar no pescoço em busca da articulação atlantoaxial, respeitar a vascularização da glândula tireoide, como se vê nas Figuras 20A e B. Separando o músculo longuíssimo do pescoço, a articulação atlantoaxial, na qual se trabalhará, será encontrada.1
FIGURA 20: A) Localização da vascularização da glândula tireoide com vistas a preservá-la durante a dissecção. B) Aprofundamento na musculatura cervical ventral e localização da articulação atlantoaxial em seu aspecto ventral. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Fixação por parafusos
No sistema de fixação por parafusos, trata-se de provocar a artrodese das articulações ventrais do atlas e do áxis, fixando o processo articular cranial do áxis (rever Figura 2) à fóvea articular caudal do atlas (rever Figura 1), bilateralmente.10
Como em todas as artrodeses, o primeiro passo é a remoção da cartilagem articular de ambas as superfícies, para produzir a fusão óssea,10 conforme Figura 21.
FIGURA 21: Curetagem das superfícies articulares do atlas e do áxis para provocar artrodese. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Posteriormente, procede-se à fixação de ambas as superfícies com parafusos corticais, seguindo os passos habituais, perfuração com perfurador e broca do orifício para a posição do parafuso e, finalmente, a colocação do parafuso,10 como mostram as Figuras 22A e B, e 23.
FIGURA 22: A) Perfuração das superfícies articulares previa à colocação do parafuso e B) começo da fixação com um parafuso. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
FIGURA 23: Parafuso do primeiro lado totalmente colocado, fixando a articulação atlantoaxial. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
O passo se repetirá na área contralateral. Desta forma, as duas vértebras ficarão unidas por dois parafusos, um de cada lado da articulação atlantoaxial, fixando os processos articulares craniais do áxis às fóveas articulares caudais do atlas,1 conforme Figura 24.
FIGURA 24: Os dois parafusos estão fixados em ambos os lados da articulação atlantoaxial, provocando a artrodese nesse nível. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Uma vez colocados os parafusos, depois da intervenção, pode-se realizar uma radiografia de controle, para visualizar a correta situação dos parafusos em ambas as articulações, como se observa na Figura 25.
FIGURA 25: Comprovação radiológica da colocação dos parafusos destinados à artrodese. Pode-se observar como ambos atravessam as superfícies articulares sem afetar o canal vertebral. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
O método de fixação por parafusos é eficaz, mas não se pode esquecer que, em muitas ocasiões, trata-se de pacientes jovens e muito pequenos. Isso faz com que, para alguns pacientes, não haja parafusos pequenos o suficiente para realizar a técnica, e, além disso, em outras situações, podem romper-se as superfícies a fixar com a passagem da broca, já que a superfície de apoio para o guia é mínima.1
Fixação por cimento ósseo
Como no caso da fixação por parafusos, a abordagem de fixação da articulação com cimento ósseo é realizada por ventral, mostrada na Figura 26, acessando o corpo do áxis e o arco ventral do atlas (rever Figuras 19A e B a 20A e B). É necessário, também, para provocar uma boa fusão, retirar a cartilagem articular das articulações12 (rever Figura 21).
FIGURA 26: Abordagem e preparação para realizar a fixação da articulação com cimento ósseo. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Como em todos os casos em que se utiliza cimento ósseo para criar fixação, deve-se realizar um molde que sirva como sustento para o cimento; esse molde é feito com peças de aço, que podem ser parafusos de traumatologia ou mesmo agulhas de Kirschner. Nesse caso, as peças de aço devem ser fixadas em ambas as vértebras.1
Os parafusos permitem a fixação do cimento graças às cabeças deles, que devem ser deixadas expostas para que o cimento adira a elas,1 conforme Figura 27.
FIGURA 27: Utilização de parafusos para fixação da articulação com cimento ósseo. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
A preferência do autor do capítulo é pela utilização de agulhas de Kirschner, já que não necessitam da passagem da broca e, ao dobrá-las formando hastes, criam uma base muito sólida para o assentamento do cimento. Normalmente, começa-se pela colocação de duas agulhas no corpo do áxis,1 como mostra a Figura 28.
FIGURA 28: Colocação de duas agulhas cruzadas no corpo do áxis para iniciar o processo de moldagem. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Posteriormente, introduzem-se outras duas agulhas nas asas do atlas, de forma que já se terá preparada a fixação em ambas as vértebras, conforme Figura 29.
FIGURA 29: Pode-se ver as quatro agulhas colocadas, duas no corpo do áxis e duas nas asas do atlas. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Então, é preciso dobrar as agulhas para que formem uma base sólida para o cimento. Esse é o momento mais delicado, já que as agulhas devem ser dobradas com força adequada para que não se altere a articulação e não se provoquem deslocamentos das vértebras que possam danificar a medula espinhal,1 como se vê na Figura 30.
FIGURA 30: Pode-se ver as agulhas já dobradas formando a base na qual o cimento ósseo se fixará. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Pode-se, então, sobre essa base, colocar o cimento ósseo. A quantidade deve ser adequada, de modo que não seja excessiva, mas dê a solidez suficiente ao conjunto, como se observa na Figura 31.
FIGURA 31: Imagem intraoperatória da colocação do cimento ósseo para a artrodese da articulação. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Sempre é conveniente realizar a radiografia lateral da articulação, que servirá para ver a correta colocação dela e se o cimento afeta outras estruturas,13 conforme Figura 32.
FIGURA 32: Radiografia lateral depois da intervenção. Vê-se a correta colocação da articulação e que o cimento não afeta outras estruturas adjacentes. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Fixação por meio de placas bloqueadas pré-moldadas
Para a fixação da articulação com placas bloqueadas pré-moldadas, atualmente, dispõe-se, no mercado, de placas específicas para subluxação atlantoaxial, bloqueadas e pré-moldadas, apresentadas nas Figuras 33A e B.
FIGURA 33: Placa específica para subluxação atlantoaxial, bloqueada e pré-moldada. A) Vista a partir de caudal. B) Vista a partir de cranial. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
As placas bloqueadas são aquelas que, além de possibilitarem o rosqueamento do parafuso ao osso, elas próprias têm uma rosca, assim como o parafuso, o qual fica rosqueado à placa, dando uma estabilidade adicional.14
Serem pré-moldadas significa que as placas têm os orifícios direcionados de tal forma que os dois parafusos cranianos são orientados até as asas do atlas para se ancorarem nas fóveas articulares dessa vértebra, e os dois posteriores, até o corpo do áxis, onde ficarão ancorados,14 conforme Figura 34.
FIGURA 34: Neste esquema, vê-se a direção pré-moldada da orientação dos parafusos. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Essas placas são fabricadas e comercializadas pela empresa Beta Implants®, do grupo Arbinova. Elas são vendidas em vários tamanhos, para adaptarem-se às diferentes raças caninas.
Para a colocação das placas bloqueadas pré-moldadas, é necessário seguir as diretrizes já descritas nas duas técnicas anteriores (parafusos e cimento ósseo), ou seja, uma abordagem ventral (rever Figuras 19A e B a 20A e B) e a retirada da cartilagem articular das superfícies articulares de ambas as vértebras (rever Figura 21).
A partir desse momento, deposita-se a placa sobre a superfície ventral de ambas as vértebras e procede-se com guia e broca específicos para realizar as perfurações dos parafusos e a colocação deles. Destaca-se que essas placas precisam de pouco instrumental para cada um dos tamanhos delas, bastando a guia que é rosqueada na placa para orientar a broca, as brocas de diâmetro adequado e a chave de fenda específica,14 apresentadas na Figura 35.
FIGURA 35: Instrumentos específicos para placas de Beta Implants®. Broca (acima), guia roscada (centro) e chave de fenda (abaixo). // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Atualmente, essa é a técnica cirúrgica de escolha do autor do capítulo, já que a abordagem é simples e a colocação das placas bloqueadas pré-moldadas, muito simples, pois elas vêm preparadas para serem postas de forma imediata. Normalmente, os tamanhos se adaptam a todas as raças tipo toy, mas também há modelos para raças de porte médio.
Caso nenhum dos tamanhos das placas se adapte às necessidades do médico veterinário, enviando radiografias do caso, ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), a empresa Beta Implants® realiza a fabricação específica e envia junto com os parafusos necessários para sua colocação.
A Beta Implants® tem um aplicativo que ajuda o médico veterinário na escolha do tamanho adequado das placas; escaneando as radiografias a 100%, o aplicativo informa qual é o tamanho que ele deve utilizar.
Os resultados da fixação da articulação com placas bloqueadas pré-moldadas devem, como nos casos anteriores, ser comprovados mediante as radiografias correspondentes, conforme Figura 36.
FIGURA 36: Radiografias laterais e ventrodorsais de três casos de subluxação atlantoaxial resolvidos com a colocação de placas bloqueadas e pré-moldadas. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
ATIVIDADES
8. Sobre como deve ser realizada a fixação com parafusos da subluxação atlantoaxial, assinale a alternativa correta.
A) Por abordagem dorsal se as facetas articulares dorsais forem fixadas.
B) Por abordagem dorsal, embora os parafusos sejam direcionados ventralmente.
C) Por abordagem ventral, fixando as articulações ventrais.
D) Por abordagem ventral ou dorsal, é indiferente.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A fixação com parafusos deve ser feita por abordagem ventral, fixando as articulações ventrais, já que não existem facetas articulares dorsais e não se pode acessar as ventrais por dorsal.
Resposta correta.
A fixação com parafusos deve ser feita por abordagem ventral, fixando as articulações ventrais, já que não existem facetas articulares dorsais e não se pode acessar as ventrais por dorsal.
A alternativa correta é a "C".
A fixação com parafusos deve ser feita por abordagem ventral, fixando as articulações ventrais, já que não existem facetas articulares dorsais e não se pode acessar as ventrais por dorsal.
9. Na fixação ventral com cimento ósseo, considerando o material com que a base metálica, preferencialmente, deve ser feita, assinale a alternativa correta.
A) Com parafusos esponjosos.
B) Com parafusos corticais.
C) Com pregos de Steinmann.
D) Com agulhas de Kirschner.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
Na fixação ventral com cimento ósseo, deve-se usar agulhas de Kirschner preferencialmente, pois os parafusos dão uma fixação pior do cimento e os pregos de Steinmann são muito grossos.
Resposta correta.
Na fixação ventral com cimento ósseo, deve-se usar agulhas de Kirschner preferencialmente, pois os parafusos dão uma fixação pior do cimento e os pregos de Steinmann são muito grossos.
A alternativa correta é a "D".
Na fixação ventral com cimento ósseo, deve-se usar agulhas de Kirschner preferencialmente, pois os parafusos dão uma fixação pior do cimento e os pregos de Steinmann são muito grossos.
10. Considerando as placas para subluxação atlantoaxial, assinale a alternativa correta.
A) As placas não bloqueadas oferecem maior estabilidade porque há que ancorar os parafusos em duas corticais.
B) As placas bloqueadas oferecem maior estabilidade, já que os parafusos podem ser ancorados em uma ou duas corticais, mas estão sempre ancorados na placa.
C) Tanto as placas não bloqueadas quanto as bloqueadas oferecem a mesma estabilidade.
D) A utilização de placas é o pior sistema de ancoragem para a subluxação atlantoaxial.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
Atualmente, utilizam-se as placas bloqueadas tanto em fraturas como em cirurgia vertebral.
Resposta correta.
Atualmente, utilizam-se as placas bloqueadas tanto em fraturas como em cirurgia vertebral.
A alternativa correta é a "B".
Atualmente, utilizam-se as placas bloqueadas tanto em fraturas como em cirurgia vertebral.
Pós-operatório
É frequente que a situação de dor intensa se mantenha nos primeiros dias do PO, por isso o paciente será medicado com analgésicos. Carprofeno ou meloxicam, e outros anti-inflamatórios não esteroides (Aines) podem ser úteis para não deprimir a respiração.15
Embora se recomende a aplicação de tala cervicotorácica para imobilizar o pescoço, mostrada na Figura 37, comprova-se que, em cães braquicefálicos e em alguns de pequeno porte, pode provocar crises dispneicas, por isso, nesses pacientes, não se usa a tala rotineiramente; caso se aplique a técnica de fusão ventral, não costuma ser necessária.16
FIGURA 37: Tala cervicotorácica, que evita a mobilidade da articulação. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Passado 1 mês do PO com a imobilização rígida, propõe-se um curativo mais leve, conforme mostrado na Figura 38.
FIGURA 38: Retira-se o curativo rígido e mantém-se um curativo mais leve, facilitando a mobilidade do paciente. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
No primeiro mês de PO de subluxação atlantoaxial, deve-se limitar a mobilidade ao mínimo.16
A partir da liberação do paciente, é conveniente não usar coleira para seus passeios, mas substituí-la por arneses que contenham o animal a partir do peito.17
ATIVIDADES
11. Considerando o PO de subluxação atlantoaxial, assinale a alternativa correta
A) Sempre se deve utilizar órtese rígida no PO.
B) Nunca se deve utilizar órtese rígida no PO.
C) Pode-se evitar órtese rígida nas estabilizações ventrais.
D) Pode-se evitar o órtese rígida nas estabilizações dorsais.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
Pode-se evitar órtese rígida nas estabilizações ventrais, já que as fixações ventrais são mais estáveis, sobretudo se forem realizadas com placas bloqueadas.
Resposta correta.
Pode-se evitar órtese rígida nas estabilizações ventrais, já que as fixações ventrais são mais estáveis, sobretudo se forem realizadas com placas bloqueadas.
A alternativa correta é a "C".
Pode-se evitar órtese rígida nas estabilizações ventrais, já que as fixações ventrais são mais estáveis, sobretudo se forem realizadas com placas bloqueadas.
12. Sobre o PO de subluxação atlantoaxial, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
É comum que a dor intensa se mantenha nos primeiros dias do PO, por isso o paciente será medicado com analgésicos.
Carprofeno, meloxicam e Aines são contraindicados no PO, pois deprimem a respiração.
Ainda que haja recomendação de aplicação de tala cervicotorácica para imobilizar o pescoço, em cães braquicefálicos e em alguns de pequeno porte, pode provocar crises dispneicas, por isso, não se usa tala neles rotineiramente.
A partir da alta do paciente, não convém usar coleira para passeios, devendo-se trocá-la por arneses, que controlam o animal a partir do peito.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — V
B) F — F — V — V
C) F — V — F — F
D) V — V — F — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".
A segunda afirmativa é falsa porque carprofeno ou meloxicam e Aines podem ser úteis para não deprimir a respiração no PO de subluxação atlantoaxial.
Resposta correta.
A segunda afirmativa é falsa porque carprofeno ou meloxicam e Aines podem ser úteis para não deprimir a respiração no PO de subluxação atlantoaxial.
A alternativa correta é a "A".
A segunda afirmativa é falsa porque carprofeno ou meloxicam e Aines podem ser úteis para não deprimir a respiração no PO de subluxação atlantoaxial.
Casos clínicos
Serão apresentados três casos clínicos considerando a subluxação atlantoaxial, os quais devem ser analisados para, depois, responder às atividades propostas sobre eles.
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1 |
Apresenta-se na clínica Cuca, Yorkshire Terrier de 1,2kg, 9 meses de idade, com ataxia dos membros anteriores, déficit de propriocepção nesses mesmos membros e dor à palpação do pescoço. Leva-se o cão para caminhar na rua e ele se recusa a se mover, mas é possível observar como o membro anterior esquerdo se desvia para medial e, além disso, não chega a apoiar os coxins, como se vê na Figura 39.
FIGURA 39: Pode-se observar na caminhada na rua que o membro anterior esquerdo está deslocado em direção medial e que o apoio é com a ponta dos dedos. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Em razão da idade e da raça, decide-se fazer uma radiografia lateral do colo do pescoço, apresentada na Figura 40.
FIGURA 40: Radiografia laterolateral do pescoço de Cuca. Não se realizou manobra de flexão ou extensão. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
ATIVIDADES
13. Qual é o diagnóstico do caso clínico 1? Por quê?
Confira aqui a resposta
No caso clínico 1, o diagnóstico é de subluxação atlantoaxial. Nele, o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem sequer uma parte do arco dorsal do atlas, quando, pelo menos, 75% dele deveriam estar cobertos, tal como mostram as radiografias de indivíduos normais.
Resposta correta.
No caso clínico 1, o diagnóstico é de subluxação atlantoaxial. Nele, o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem sequer uma parte do arco dorsal do atlas, quando, pelo menos, 75% dele deveriam estar cobertos, tal como mostram as radiografias de indivíduos normais.
No caso clínico 1, o diagnóstico é de subluxação atlantoaxial. Nele, o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem sequer uma parte do arco dorsal do atlas, quando, pelo menos, 75% dele deveriam estar cobertos, tal como mostram as radiografias de indivíduos normais.
14. No caso clínico 1, é necessário fazer radiografias em flexão do pescoço?
Confira aqui a resposta
No caso clínico 1, não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para diagnosticar, e provocar flexão poderia produzir mais danos que benefícios para o diagnóstico.
Resposta correta.
No caso clínico 1, não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para diagnosticar, e provocar flexão poderia produzir mais danos que benefícios para o diagnóstico.
No caso clínico 1, não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para diagnosticar, e provocar flexão poderia produzir mais danos que benefícios para o diagnóstico.
15. Qual seria o tratamento mais adequado no caso clínico 1?
Confira aqui a resposta
Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 1, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal. Dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, pois o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
Resposta correta.
Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 1, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal. Dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, pois o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 1, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal. Dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, pois o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
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2 |
Chega à consulta Ramón, Yorkshire Terrier de 1 ano de idade e 1,5kg, mostrado na Figura 41. Os tutores relatam que ele nunca caminhou bem, mas que há 3 dias não quer se levantar e eles têm que lhe dar comida na mão e bebida em uma pequena mamadeira. O paciente não tem antecedentes de trauma.
FIGURA 41: Ramón permanece deitado e não faz tentativa alguma de se mover. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Na exploração clínica, observou-se que o paciente apresenta sensibilidade nas extremidades, mas a musculatura se mantém flácida. Ao palpar sua cabeça, sente dor nos giros laterais. Decidiu-se não fazer movimentos de extensão e flexão. Ele apresenta dor à palpação na porção cranial do pescoço.
Realizou-se uma radiografia laterolateral do pescoço do paciente, apresentada na Figura 42.
FIGURA 42: Radiografia laterolateral do pescoço de Ramón. Não se realizou manobra de flexão ou extensão. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
ATIVIDADES
16. Qual é o diagnóstico do paciente do caso clínico 2? Justifique.
Confira aqui a resposta
O diagnóstico do paciente do caso clínico 2 é subluxação atlantoaxial. O processo espinhoso do áxis não cobre nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria, no mínimo, estarem cobertos 75% dele, assim como se vê em radiografias de indivíduos normais.
Resposta correta.
O diagnóstico do paciente do caso clínico 2 é subluxação atlantoaxial. O processo espinhoso do áxis não cobre nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria, no mínimo, estarem cobertos 75% dele, assim como se vê em radiografias de indivíduos normais.
O diagnóstico do paciente do caso clínico 2 é subluxação atlantoaxial. O processo espinhoso do áxis não cobre nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria, no mínimo, estarem cobertos 75% dele, assim como se vê em radiografias de indivíduos normais.
17. Deve-se fazer radiografias em flexão do pescoço no paciente do caso clínico 2?
Confira aqui a resposta
Não se deve forçar nem mesmo levemente a flexão no paciente do caso clínico 2, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para fazer o diagnóstico, além de que a flexão poderia causar mais danos que benefícios para o diagnóstico.
Resposta correta.
Não se deve forçar nem mesmo levemente a flexão no paciente do caso clínico 2, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para fazer o diagnóstico, além de que a flexão poderia causar mais danos que benefícios para o diagnóstico.
Não se deve forçar nem mesmo levemente a flexão no paciente do caso clínico 2, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para fazer o diagnóstico, além de que a flexão poderia causar mais danos que benefícios para o diagnóstico.
18. Qual seria o tratamento mais adequado no caso clínico 2?
Confira aqui a resposta
Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 2, a recomendação é evitar o tratamento por cerclagem dorsal. No âmbito dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, considerando que o risco de fratura é alto. Os tratamentos de escolha seriam ou artrodese com cimento ósseo, ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
Resposta correta.
Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 2, a recomendação é evitar o tratamento por cerclagem dorsal. No âmbito dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, considerando que o risco de fratura é alto. Os tratamentos de escolha seriam ou artrodese com cimento ósseo, ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 2, a recomendação é evitar o tratamento por cerclagem dorsal. No âmbito dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, considerando que o risco de fratura é alto. Os tratamentos de escolha seriam ou artrodese com cimento ósseo, ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
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3 |
Um colega veterinário encaminha para consulta Trixie, um cão de pequeno porte, sem raça definida, de 1,5 ano de idade e 2,5kg de peso. O paciente é capaz de mover os membros anteriores, mas não quer mover os membros posteriores, apesar de ter sensibilidade e massa muscular normal.
Ao exame clínico, percebe-se a expressão de tristeza e dor do paciente, mostrada na Figura 43, sendo que a palpação indica dor na porção mais cranial do pescoço. O cão não tem antecedente de trauma, embora os tutores relatem que, antes, colocavam-no no sofá e ele descia sozinho, mas agora é incapaz de descer.
FIGURA 43: Trixie na consulta; os membros posteriores recolhidos e os anteriores alongados, com tentativas de se levantar, mas sem conseguir. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Por ser um cão pequeno e pela dor cervical que se observou, decidiu-se fazer uma radiografia lateral do pescoço, para saber se havia hérnia de disco ou a possibilidade de fratura vertebral. A radiografia obtida é apresentada na Figura 44.
FIGURA 44: Radiografia laterolateral do pescoço de Trixie. Não se forçou flexão ou extensão. // Fonte: Arquivo de imagens do autor.
ATIVIDADES
19. Qual é o diagnóstico do caso clínico 3? Justifique sua conclusão.
Confira aqui a resposta
Subluxação atlantoaxial é o diagnóstico do caso clínico 3, porque o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria estar coberto em 75% pelo menos, conforme evidenciam radiografias de indivíduos normais.
Resposta correta.
Subluxação atlantoaxial é o diagnóstico do caso clínico 3, porque o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria estar coberto em 75% pelo menos, conforme evidenciam radiografias de indivíduos normais.
Subluxação atlantoaxial é o diagnóstico do caso clínico 3, porque o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria estar coberto em 75% pelo menos, conforme evidenciam radiografias de indivíduos normais.
20. Deve-se solicitar radiografia em flexão do pescoço no caso clínico 3?
Confira aqui a resposta
Como não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, não se deve solicitar radiografia em flexão ao paciente do caso clínico 3, pois a radiografia lateral em repouso é suficiente para o diagnóstico. Flexionar poderia resultar em mais dano que benefícios para o diagnóstico.
Resposta correta.
Como não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, não se deve solicitar radiografia em flexão ao paciente do caso clínico 3, pois a radiografia lateral em repouso é suficiente para o diagnóstico. Flexionar poderia resultar em mais dano que benefícios para o diagnóstico.
Como não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, não se deve solicitar radiografia em flexão ao paciente do caso clínico 3, pois a radiografia lateral em repouso é suficiente para o diagnóstico. Flexionar poderia resultar em mais dano que benefícios para o diagnóstico.
21. Qual seria o tratamento mais adequado o caso clínico 3?
Confira aqui a resposta
No caso clínico 3, por se tratar de paciente pequeno, no rol dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, porque o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada. Ainda, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal.
Resposta correta.
No caso clínico 3, por se tratar de paciente pequeno, no rol dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, porque o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada. Ainda, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal.
No caso clínico 3, por se tratar de paciente pequeno, no rol dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, porque o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada. Ainda, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal.
Conclusão
O diagnóstico de subluxação atlantoaxial é relativamente simples e, em geral, não requer técnicas diagnósticas especiais, apenas radiografias laterais. Se radiografias de flexão forem necessárias para o diagnóstico, que essa flexão seja leve e não se force o deslocamento do processo odontoide em direção dorsal.
A técnica de abordagem dorsal e cerclagem pode ser eficaz em pacientes de portes médio e grande com fraturas do processo odontoide, mas não é conveniente em raças pequenas, para as quais são preferíveis as técnicas de abordagem ventral.
A colocação de placas bloqueadas pré-moldadas é a técnica menos prejudicial e com resultados muito bons em comparação com as outras técnicas, nas quais influem muito mais o fator humano e a destreza do cirurgião.
Atividades: Respostas
Comentário: Como ilustrado na Figura 4, o esquema de fixação do processo odontoide do áxis ao atlas compreende ligamento apical, ligamentos alares e ligamento transverso.
Comentário: Subluxação atlantoaxial ocorre com mais frequência em raças pequenas tipo toy, já que no restante das raças é ocasional e decorrente de traumas.
Comentário: No diagnóstico, o exame clínico deve ser muito cuidadoso e nunca se deve flexionar a articulação atlantoaxial na suspeita de um problema nesse nível, pois a flexão pode agravar, até fatalmente, a condição do paciente. A dor à palpação, comumente, sinaliza instabilidade de C1-C2.
Comentário: A primeira afirmativa é falsa porque o diagnóstico radiológico é determinante de lesão atlantoaxial, não sendo necessária, habitualmente, a mielografia. A segunda afirmativa é falsa porque, se o paciente estiver tranquilo, pode-se realizar a projeção lateral sem anestesia, mas sempre existe certo risco.
Comentário: A afirmativa III está incorreta porque, se as radiografias para investigar subluxação atlantoaxial derem resultado negativo, é provável os sintomas de devam à displasia de occipital, a qual ocorre com a mesma sintomatologia e no mesmo espectro de raças caninas, isto é, em raças toy.
Comentário: O tratamento conservador da subluxação atlantoaxial não oferece bons resultados; no entanto, o tratamento cirúrgico tem alta taxa de bons resultados.
Comentário: A técnica de abordagem dorsal e colocação de cerclagem dorsal na subluxação atlantoaxial visa limitar os movimentos de flexão da articulação com uma faixa de fio ortopédico que passa sob o arco dorsal do atlas e se prende em perfurações feitas na porção cranial do processo espinhoso do áxis. É um procedimento praticamente em desuso em casos de subluxação por ruptura dos ligamentos de fixação, porque as manobras cirúrgicas dele podem causar maior compressão na medula espinhal e agravar a degradação neurológica do paciente. Ainda assim, pode-se utilizar a técnica em casos traumáticos de fratura do processo odontoide do áxis.
Comentário: A fixação com parafusos deve ser feita por abordagem ventral, fixando as articulações ventrais, já que não existem facetas articulares dorsais e não se pode acessar as ventrais por dorsal.
Comentário: Na fixação ventral com cimento ósseo, deve-se usar agulhas de Kirschner preferencialmente, pois os parafusos dão uma fixação pior do cimento e os pregos de Steinmann são muito grossos.
Comentário: Atualmente, utilizam-se as placas bloqueadas tanto em fraturas como em cirurgia vertebral.
Comentário: Pode-se evitar órtese rígida nas estabilizações ventrais, já que as fixações ventrais são mais estáveis, sobretudo se forem realizadas com placas bloqueadas.
Comentário: A segunda afirmativa é falsa porque carprofeno ou meloxicam e Aines podem ser úteis para não deprimir a respiração no PO de subluxação atlantoaxial.
RESPOSTA: No caso clínico 1, o diagnóstico é de subluxação atlantoaxial. Nele, o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem sequer uma parte do arco dorsal do atlas, quando, pelo menos, 75% dele deveriam estar cobertos, tal como mostram as radiografias de indivíduos normais.
RESPOSTA: No caso clínico 1, não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para diagnosticar, e provocar flexão poderia produzir mais danos que benefícios para o diagnóstico.
RESPOSTA: Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 1, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal. Dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, pois o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
RESPOSTA: O diagnóstico do paciente do caso clínico 2 é subluxação atlantoaxial. O processo espinhoso do áxis não cobre nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria, no mínimo, estarem cobertos 75% dele, assim como se vê em radiografias de indivíduos normais.
RESPOSTA: Não se deve forçar nem mesmo levemente a flexão no paciente do caso clínico 2, já que a radiografia lateral em repouso é suficiente para fazer o diagnóstico, além de que a flexão poderia causar mais danos que benefícios para o diagnóstico.
RESPOSTA: Por se tratar de paciente pequeno, no caso clínico 2, a recomendação é evitar o tratamento por cerclagem dorsal. No âmbito dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, considerando que o risco de fratura é alto. Os tratamentos de escolha seriam ou artrodese com cimento ósseo, ou fixação com placa bloqueada pré-moldada.
RESPOSTA: Subluxação atlantoaxial é o diagnóstico do caso clínico 3, porque o processo espinhoso do áxis não chega a cobrir nem ao menos uma parte do arco dorsal do atlas, quando deveria estar coberto em 75% pelo menos, conforme evidenciam radiografias de indivíduos normais.
RESPOSTA: Como não é necessário forçar nem sequer ligeiramente a flexão, não se deve solicitar radiografia em flexão ao paciente do caso clínico 3, pois a radiografia lateral em repouso é suficiente para o diagnóstico. Flexionar poderia resultar em mais dano que benefícios para o diagnóstico.
RESPOSTA: No caso clínico 3, por se tratar de paciente pequeno, no rol dos tratamentos ventrais, deve-se evitar a fixação com parafusos, porque o risco de fratura é alto. Os dois tratamentos de escolha seriam artrodese com cimento ósseo ou fixação com placa bloqueada pré-moldada. Ainda, deve-se evitar o tratamento por cerclagem dorsal.
Referências
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10. Seim HB. Surgery of the cervical spine. In: Fossum T. Small animal surgery. St Louis: Mosby; 2002. p. 1213-68.
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17. Zilberschtein J, Sánchez-Valverde MA. Fisioterapia y rehabilitación en veterinaria. Murcia: DM; 2014.
Referência recomendada
Sánchez-Valverde MA. Traumatismos de la columna vertebral. Murcia: DM; 2014.
Titulações do autor
DON MIGUEL ANGEL SÁNCHEZ-VALVERDE GARCÍA // Especialista em Cirurgia Animal Aplicada e Experimental e em Traumatologia e Ortopedia. Professor de Cirurgia Veterinária da Faculdade de Veterinária da Universidad de Murcia (Espanha). Membro Fundador do Colégio Latino-Americano de Cirurgia Veterinária (Claciv).
Como citar a versão impressa deste documento
Sánchez-Valverde MA. Subluxação atlantoaxial: sintomatologia, diagnóstico e tratamento cirúrgico. In: Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais; Roza MR, Oliveira ALA, organizadores. PROMEVET Pequenos Animais: Programa de Atualização em Medicina Veterinária: Ciclo 10. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2024. p. 9–46. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 1).