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CLIMATÉRIO E TERAPIA HORMONAL NA PRÁTICA DO MÉDICO DE FAMÍLIA E COMUNIDADE

Autores: Renata Rosa de Carvalho, Taíse Rosa de Carvalho, Rafaela Caminha Vanin
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  • Introdução

A terapia hormonal (THterapia hormonal) com estrógeno está disponível desde a década de 1950, quando os estudos mostravam que o estrógeno aumentava os níveis de colesterol de lipoproteína de alta densidade (em inglês, high density lipoprotein [HDLlipoproteína de alta densidade]), diminuía níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (em inglês, low density lipoprotein [LDLlipoproteína de baixa densidade]) em humanos e que mulheres ooforectomizadas tinham mais eventos coronarianos. Em 1959, estudos de Oliver e Boyd propuseram que a prescrição de estrógeno preveniria doenças cardiovasculares em mulheres na pós-menopausa.1

Em 1998, a publicação do The Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study (HERSHeart and Estrogen/Progestin Replacement Study), um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, que tinha como objetivo determinar quando o tratamento com estrógenos conjugados (ECestrógeno conjugados) 0,625mg e acetato de medroxiprogesterona (AMPacetato de medroxiprogesterona) 2,5mg seria útil em reduzir eventos isquêmicos cardíacos em mulheres com doença coronariana, concluiu que a THterapia hormonal não reduzia o risco de novos eventos coronarianos em mulheres pós-menopáusicas que já apresentavam doença coronariana prévia.2

Nos anos seguintes, o término precoce e inesperado, em 2002, do estudo com ECestrógeno conjugados equinos e AMPacetato de medroxiprogesterona, realizado pela Women’s Health Initiative (WHIWomen’s Health Initiative), fez com que a THterapia hormonal, que era vista como uma intervenção de baixo risco com valor positivo imediato no alívio dos sintomas em mulheres na menopausa e com potencial de proteção contra doenças cardiovasculares, fosse fortemente criticada. Em vez de replicar os estudos anteriores, o WHIWomen’s Health Initiative testou se os benefícios observados nas mulheres que utilizavam THterapia hormonal precocemente na menopausa seriam encontrados anos depois, com a continuidade de uso.3

Após uma média de 5,2 anos de seguimento, o estudo foi interrompido, porque o risco de câncer de mama e demais riscos de doenças coronarianas excederam os benefícios. Os achados encontrados em 2002 mudaram dramaticamente as visões de risco e de benefícios do uso da THterapia hormonal com a alarmante interrupção do estudo. O medo de câncer de mama e a dúvida sobre os benefícios cardiovasculares fizeram com que a prescrição da THterapia hormonal despencasse em todo o mundo. As principais lições da WHIWomen’s Health Initiative foram que os efeitos (benéficos e maléficos) da THterapia hormonal variam de acordo com a idade de início do uso e duração do tratamento e que existem diferenças entre as terapias prescritas.3

Entender o climatério como uma etapa fisiológica do ciclo de vida da mulher, reconhecer quando os sintomas de menopausa devem ser tratados e individualizar a prescrição com conhecimento dos riscos e benefícios da terapêutica proposta são passos importantes na melhoria da qualidade de vida das mulheres climatéricas sintomáticas e na prevenção quaternária para essas pacientes.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • conceituar climatério;
  • reconhecer os principais sinais e sintomas do climatério;
  • definir a necessidade de solicitação de exames complementares para o diagnóstico da menopausa;
  • avaliar os riscos e benefícios da THterapia hormonal e, assim, eleger as mulheres que potencialmente se beneficiarão com o tratamento;
  • identificar as principais THterapia hormonals utilizadas para o tratamento de sintomas climatéricos.

 

  • Esquema conceitual
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