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MANEJO DA INFECÇÃO PELO HELICOBACTER PYLORI

Autor: Nilson Massakazu Ando
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  • Introdução

Existe uma relação direta entre pessoas com queixas dispépticas e a infecção pelo Helicobacter pylori (HPHelicobacter pylori). Os sintomas de dispepsia têm uma alta prevalência e representam uma causa importante das consultas na atenção primária à saúde (APSatenção primária à saúde), traduzindo-se em altos custos de natureza socioeconômica e um grande problema de saúde pública.1

O isolamento da bactéria HPHelicobacter pylori na mucosa gástrica ocorreu pela primeira vez no início dos anos 1980, desencadeando alterações em muitos princípios básicos da gastrenterologia.2 Embora a sua incidência pareça estar diminuindo, continua sendo uma infecção crônica de prevalência mundial, representando um importante fator relacionado ao desenvolvimento de sintomas dispépticos, úlcera péptica e malignidade gástrica. Diante disso, torna-se importante o conhecimento sobre a patogênese do HPHelicobacter pylori, possibilitando estratégias para a prevenção e o controle dessa infecção.2,3

Tanto a prevalência do HPHelicobacter pylori quanto a sua relação com as lesões precursoras do câncer gástrico apresentam distribuição variável em todo o mundo, estimando-se que cerca da metade da população mundial esteja infectada pelo HPHelicobacter pylori, sendo maior nos países em desenvolvimento.4,5 No Brasil, a prevalência do HPHelicobacter pylori tem sido relatada entre adultos e crianças em taxas que variam de 34% a 80%.4

Do total de infectados pelo HPHelicobacter pylori, somente uma minoria (<1%) desenvolve câncer gástrico, levantando a suspeita de que fatores como a expressão de produtos bacterianos específicos — que causam diversos graus de resposta inflamatória, com diferentes frequências de danos no ácido desoxirribonucleico (em inglês, deoxyribonucleic acid [DNA]) — possam estar relacionados à carcinogênese gástrica.6,7

O HPHelicobacter pylori pode ser diagnosticado por métodos endoscópicos ou não endoscópicos, sendo que a escolha da avaliação de uma determinada pessoa deve levar em conta uma variedade de fatores, incluindo a necessidade de endoscopia, probabilidade pré-teste de infecção, disponibilidade local e o custo dos testes.3

A erradicação do HPHelicobacter pylori, portanto, resulta em melhora nos sintomas dispépticos, melhora na cicatrização da úlcera péptica, diminuição na recorrência da úlcera péptica e de suas complicações, redução da mortalidade por complicações da úlcera péptica e do câncer gástrico.7 A primeira escolha para erradicação do HPHelicobacter pylori são os inibidores de bomba de prótons (IBPinibidor de bomba de prótonss), associados ao uso de antibióticos.8

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • desenvolver raciocínio clínico para o manejo da infecção e pelo HPHelicobacter pylori na prática da medicina de família e comunidade e APSatenção primária à saúde;
  • decidir quais exames complementares são mais adequados para a tomada de decisão no manejo da infecção pelo HPHelicobacter pylori;
  • referenciar adequadamente os casos de infecção por HPHelicobacter pylori que devem ser tratados nos setores secundários e/ou terciários.

 

  • Esquema conceitual
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