Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

• reconhecer pacientes em coma;
• diferenciar as diferentes etiologias do coma;
• elaborar o atendimento do paciente em coma;
• orientar o tratamento específico de algumas situações que podem causar coma.

Esquema conceitual

Introdução

Coma é um estado de ausência de excitação, de consciência de si e do ambiente, com duração de mais de uma hora.

Os pacientes comatosos têm os olhos fechados, não falam e não despertam ao estímulo verbal, tátil ou doloroso.¹ Não há fixação ou perseguição visual, mesmo após a abertura manual dos olhos.² Embora a perda da consciência represente um pré-requisito para o coma, esses termos não são intercambiáveis. A perda da consciência irá caracterizar-se pela reação inadequada do indivíduo a um estímulo externo que se encontrará em estado amnestésico naquele episódio.³

Os dois componentes que separam a consciência da inconsciência são a excitação e a percepção. A vigília é um componente da excitação e pode ser avaliada pela presença de olhos abertos e respostas do tronco cerebral. A profundidade da vigília pode ser avaliada objetivamente usando medidas como a escala de coma de Glasgow (ECG).⁴ Völk e colaboradores encontraram que, de todos os pacientes admitidos com alteração aguda da consciência em um departamento de emergência (DE) de um hospital terciário na Alemanha, a taxa de mortalidade foi de 11%, e 59% deles receberam alta com ECG de 2 a 4.⁵

O coma prolongado é raro, uma vez que essa condição se resolve dentro de 2 a 4 semanas, a maioria, em geral, evoluindo para um estado vegetativo ou um estado mínimo de consciência.²

Diferentemente do que acontece em casos de parada cardiorrespiratória (PCR), politrauma, suspeita de meningite bacteriana ou acidente vascular cerebral (AVC), um protocolo de atendimento para os casos de alteração aguda da consciência não é comum na maioria dos serviços de saúde.