Introdução
Nos diversos serviços de saúde, mais especificamente no âmbito hospitalar, as atividades de gestão do enfermeiro assumem significativa importância na articulação entre os profissionais da equipe e na organização do processo de trabalho.1 É da mais elementar justiça relevar, na história da enfermagem e, em particular, na gestão em enfermagem, Florence Nightingale.
Florence Nightingale demonstrou a importância da aplicação da ciência da administração nos hospitais. Desde então, a enfermagem tem absorvido funções de administração, quer em nível organizacional, quer em nível da unidade e da equipe.1
A atuação do enfermeiro como gestor de hospitais privados se encontra na responsabilidade de dirigir uma unidade assistencial ou de apoio. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o foco está na abrangência da atuação, englobando aspectos estratégicos e de articulação política. No entanto, o enfermeiro sempre será o responsável pelo gerenciamento da assistência de enfermagem prestada ao paciente e a sua família.2
Frente ao panorama de atuação do enfermeiro, impera a necessidade de discussão do tema para melhor compreender o papel do enfermeiro gestor em instituições de saúde. Dessa forma, serão descritas neste capítulo as competências encontradas na literatura relacionada a essa atuação do enfermeiro, entre elas:2
- liderança;
- motivação da equipe;
- relacionamento interpessoal e comunicação;
- efetividade interpessoal;
- gestão financeira e de recursos humanos;
- cuidados às pessoas (quadro funcional, pacientes e consigo mesmo);
- pensamento sistematizado, otimismo e resiliência.
Em relação às características que definem as competências gerenciais de uma equipe de alto desempenho nos serviços de enfermagem, entre outras, podem ser citadas:3
- liderança;
- alinhamento de propósitos;
- comunicação afetiva;
- visão comum do futuro;
- foco no cliente;
- talentos criativos;
- rapidez de respostas;
- responsabilidades e competências compartilhadas;
- senso de justiça;
- ética.
Todas as características apontadas são comuns a qualquer organização, independentemente de sua filosofia, estrutura ou estratégia organizacional.3
Para o desenvolvimento das competências, os sistemas de informação disponíveis oferecem uma infinidade de ferramentas. Cabe ao enfermeiro saber filtrá-las, extraindo delas o que há de melhor e o que interessa para a tomada de decisão quanto à melhoria das organizações de saúde e de ensino, qual seja sua área de atuação.3
Isso significa que o enfermeiro deverá ser capaz de transferir seus conhecimentos para a prática diária, desenvolver seu julgamento clínico, avaliar o resultado de suas ações, assim como assumir a responsabilidade dos resultados do planejamento da assistência.3
No processo de amadurecimento de competências, é necessário que as organizações de saúde forneçam apoio por meio do acompanhamento do crescimento e do investimento do capital humano.4 Para isso, impera a definição das políticas de recrutamento, capacitação e retenção de talentos. A escolha dos profissionais adequados por meio de programas institucionais diferenciados permite o desenvolvimento de pessoas que garantam o sucesso da instituição de saúde.3
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- refletir sobre a trajetória de desenvolvimento de competências do enfermeiro;
- identificar as competências essenciais ao profissional enfermeiro;
- reconhecer o papel do enfermeiro como gestor;
- identificar os desafios de desenvolvimento do enfermeiro no cenário atual.