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CONDUTA NOS ABSCESSOS ANORRETAIS

Autores: Andréa Povedano, Eduardo Cortez Vassallo
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Introdução

As supurações anorretais são problemas frequentes nos serviços de atenção primária e de cirurgia de urgência. Assim como em outros abscessos, a base do tratamento é a drenagem cirúrgica imediata. O abscesso anorretal não tratado ou tratado de forma inadequada favorece a ocorrência de recidivas e sepse perineal, condição extremamente grave e de alta morbidade.

O abscesso anorretal drenado de forma inadequada pode, ainda, originar fístulas anais crônicas, muitas vezes complexas, de difícil tratamento e diretamente relacionadas à ocorrência de incontinência anal permanente. Por isso, o conhecimento dos aspectos clínicos e princípios do tratamento dos abscessos anorretais torna-se imprescindível à formação do médico cirurgião geral.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • distinguir a gravidade das supurações anorretais;
  • identificar os sinais e sintomas necessários para o diagnóstico da doença;
  • definir métodos de imagem de forma criteriosa no diagnóstico da doença;
  • aplicar os princípios do tratamento cirúrgico.

Esquema conceitual

A real incidência dos abscessos anorretais é desconhecida. Uma parcela dos pacientes acometidos, a exemplo de outras doenças anorretais, não procura atendimento médico pelos mais diversos motivos (medo, vergonha, crenças, dificuldade de acesso ao sistema de saúde, etc.).1 Alguns pacientes sem comorbidades e com quadro de pouca gravidade podem melhorar com automedicação e medidas caseiras não farmacológicas (como banhos de assento, por exemplo). Outros, ainda, são tratados empiricamente na rede de atenção básica de saúde, ficando fora das estatísticas de incidência.2–5

Nos Estados Unidos e na Suécia, estimam-se taxas de incidência anual de 1 a 2 casos de abscessos anais para cada 10.000 habitantes.Os homens são duas a quatro vezes mais acometidos que as mulheres.2–5

O lipopolissacarídeo (LPS), componente da parece celular bacteriana, ativa proteínas da membrana plasmática, aumentando a produção de fator de necrose tumoral alfa (TNFa), fenômeno mediado por testosterona e inibido por estrogênio. Talvez isso explique a grande diferença da incidência de abscessos anorretais entre os gêneros.6

Tabagismo, obesidade, diabetes melito (DMdiabetes melito), estados de imunossupressão e presença de doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn) são os fatores predisponentes mais relacionados ao desenvolvimento de abscessos anais.2,7

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