Introdução
O esôfago, órgão que conduz os alimentos da faringe até o estômago, possui relações anatômicas de grande complexidade. Sua origem cervical, passando pelo tórax e atingindo o abdome, proporciona contato com órgãos vitais, cujo manejo cirúrgico representa um desafio a qualquer cirurgião.
A correta indicação da cirurgia esofágica é considerada hoje um dos principais fatores de sucesso para o tratamento cirúrgico implementado. O conhecimento morfofuncional desse órgão e a interpretação dos exames complementares que traduzem o funcionamento ou a disfunção esofágica devem ser de conhecimento e familiaridade do cirurgião que se propõe a executar a cirurgia esofágica. A endoscopia digestiva alta (EDAendoscopia digestiva alta), a radiografia contrastada (esôfago-estômago-duodenografia [EED] /videoesofagograma) e a manometria são alguns dos exames indispensáveis para a avaliação esofágica.
Em condições benignas, a esofagectomia tem sua indicação em condições restritas, de grave disfunção esofágica, com diferentes etiologias, por exemplo, no megaesôfago avançado com dolicomegaesôfago (grau IV), alguns casos de doenças reumatológicas e estenoses (cáusticas ou pépticas).
Cada vez mais, a indicação da esofagectomia em condições benignas tem sido substituída por tratamentos menos invasivos, sobretudo, com os avanços endoscópicos, como no caso de estenoses. O desempenho clínico do paciente e a avaliação pré-operatória são fundamentais e determinantes para a indicação ou não da esofagectomia proposta, sobretudo, em condições de malignidade.
Este capítulo tem como objetivo apresentar um breve resumo da evolução minimamente invasiva e dos aspectos atuais da esofagectomia realizada em um dos principais serviços de cirurgia do esôfago da América Latina.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- compreender a evolução da cirurgia minimamente invasiva;
- descrever as vantagens e desvantagens da cirurgia laparoscópica gastrintestinal;
- identificar os passos técnicos da esofagectomia por toracoscopia com linfadenectomia estendida;
- avaliar as limitações ao tratamento minimamente invasivo.