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MANEJO DA COLELITÍASE E DA COLECISTITE AGUDA

Autores: Carlos Roberto Naufel Junior, Kelre Wannlen Campos Silva Araújo , Igor Luna Peixoto
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Introdução

A colelitíase é uma das afecções abdominais mais comuns, constituindo-se em importante problema de saúde, com diversos tipos de complicações associadas, sendo as mais prevalentes a colecistite aguda calculosa (CAC), a coledocolitíase e a pancreatite aguda. No Brasil, a prevalência de casos de colelitíase na população geral é de 9,3%, demandando cerca de 60 mil internações por ano no Sistema Único de Saúde (SUS).1

A incidência de cálculos biliares vem aumentando progressivamente nas últimas décadas, e a tendência é continuar crescendo nos próximos anos, devido à dieta rica em carboidratos e lipídeos, ao sedentarismo, à obesidade e ao aumento da expectativa de vida.1 A maioria dos pacientes portadores de litíase biliar é assintomática, porém, essa doença pode acarretar complicações significativas, com variável morbidade e mortalidade, como CAC, empiema, gangrena ou perfuração da vesícula biliar, íleo biliar, pancreatite aguda, colangite aguda e coledocolitíase, entre outras.2–4

A CAC é uma doença inflamatória da parede da vesícula biliar, geralmente causada pela obstrução do fluxo de saída biliar devido à presença de cálculos, e configura-se como a principal complicação da colelitíase.5

Entre 20 e 30% dos pacientes com cálculos da vesícula biliar sintomáticos desenvolverão CAC ou alguma complicação relacionada em algum momento de suas vidas.2,6 No entanto, a incidência de colecistite aguda parece estar diminuindo, devido à maior aceitação pelos pacientes da colecistectomia laparoscópica como tratamento para cálculos biliares sintomáticos ou mesmo naqueles assintomáticos, em situações específicas.7

No Brasil, cerca de 95% dos casos de colecistite aguda ocorrem como consequência de litíase biliar e 5% por outras causas menos frequentes, as chamadas colecistites agudas acalculosas (CAAs).8 Estas últimas são condições bem menos frequentes, em que a vesícula biliar está inflamada na ausência de cálculos biliares. Pode ser causada por isquemia, alterações da motilidade da vesícula biliar, lesão química direta, infecção por microrganismos, protozoários e parasitas, doença do colágeno ou reações alérgicas.2

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • diagnosticar e manejar os pacientes com colelitíase e suas principais complicações;
  • analisar os principais meios diagnósticos de colelitíase;
  • indicar o tratamento mais adequado para cada caso.

Esquema conceitual

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