Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar as principais indicações para realização de um exame de ressonância magnética cardíaca (RMC) nas cardiomiopatias;
- avaliar as limitações e as vantagens do método de RMC na análise de cardiomiopatias;
- reconhecer os padrões de imagem no estudo de RMC das diferentes cardiomiopatias;
- explicar os critérios de estratificação de risco e as informações que podem ser obtidas pelo estudo de RMC nas cardiomiopatias.
Esquema conceitual
Introdução
O conceito da ressonância nuclear magnética foi descrito por Bloch e colaboradores em 1946.1 Desde então, passou a ser utilizada como ferramenta em diversas áreas do conhecimento, destacando-se na medicina diagnóstica como um importante meio de estudo complementar, quando não, uma definidora de conduta. Sendo de utilização diversa entre as especialidades, seu uso é cada vez mais frequente na cardiologia.
Entre as principais informações obtidas no exame de RMC, estão as seguintes:
- avaliação da anatomia cardíaca e dos grandes vasos;
- avaliação da função ventricular (técnica geométrica de Simpson);
- análise de isquemia miocárdica (perfusão com indução de estresse medicamentoso);
- avaliação tecidual por meio de
- sequências de pulso (por exemplo, presença de edema miocárdico);
- técnica de realce tardio (presença e quantificação de fibrose miocárdica).
Há ainda outras técnicas utilizadas em casos mais específicos, como as seguintes:
- mapeamento de fluxo na avaliação de lesões valvares (estimativa de estenoses e insuficiências);
- T2* (T2 estrela) na avaliação da hemosiderose cardíaca;
- mapas paramétricos ponderados em T1 e T2 na análise do volume extracelular caracterizado nas doenças de depósito (por exemplo, amiloidose, doença de Fabry).
Neste capítulo serão apresentadas as aplicações práticas da RMC em diversas cardiomiopatias, desde sua indicação até sua análise e efeitos prognósticos de acordo com os achados.