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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ATUAL DA CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA

Autores: Marcelo Imbroinise Bittencourt, Ricardo Mourilhe Rocha
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • empregar corretamente os critérios para o diagnóstico e classificação da cardiomiopatia hipertrófica (CMH);
  • identificar o tratamento correto da CMH de acordo com os diferentes perfis de apresentação clínica.

Esquema conceitual

Introdução

A CMH é a forma mais comum de cardiomiopatia hereditária. Caracteriza-se por hipertrofia inexplicável (não justificada por outras doenças cardíacas ou sistêmicas) do ventrículo esquerdo (VE) com fração de ejeção preservada. Trata-se de uma doença heterogênea do ponto de vista genotípico e morfológico, o que impacta na sua história natural.

A CMH é uma doença global, e atualmente sua prevalência passa por uma revisão. No passado, a maioria dos dados apontava para uma prevalência em cerca de 1 em 500 (0,2%). No entanto, impulsionada por avanços relevantes na medicina cardiovascular — incluindo o emprego de testes genéticos (inclusive em estudos populacionais) e diagnóstico por imagem com alta tecnologia —, a prevalência revisitada foi estimada em torno de 0,6% (maior que 1/500).1 Sua presença é semelhante em ambos os sexos e nos diversos grupos étnicos.

Os aspectos morfológicos que caracterizam a CMH (hipertrofia miocitária, desarranjo muscular e fibrose) acabam por levar a fenômenos como os seguintes:

 

  • hipercontratilidade;
  • disfunção diastólica;
  • obstrução intraventricular;
  • isquemia;
  • arritmias.

Essa fisiopatologia está por trás das principais síndromes clínicas que podem ocorrer na história natural de um paciente com CMH.

A etiologia genética foi documentada em cerca de 60 a 70% dos casos, sendo as formas sarcoméricas as mais comuns, como será visto mais adiante.

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