- Introdução
As convulsões no período neonatal constituem, por excelência, a expressão clínica de uma disfunção do sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central). Manifesta-se por alterações das funções neurológicas motora ou autonômica ou por uma combinação de ambas. Nem sempre é fácil diagnosticá-las, e podem passar despercebidas, principalmente no recém-nascido pré-termo (RNPTrecém-nascido pré-termo).
A ocorrência de convulsões no período neonatal está associada a um aumento significativo da morbidade e da mortalidade do RNPTrecém-nascido pré-termo.1
Em contraste com crianças maiores, os recém-nascidos (RNrecém-nascidos) podem apresentar quadros indefinidos, com padrão pouco organizado e difícil de reconhecer em virtude do desenvolvimento anatômico, bioquímico e fisiológico no período neonatal.
As convulsões podem ser o único sinal de disfunção do SNCsistema nervoso central no RNrecém-nascido. São definidas clinicamente como alterações paroxísticas, estereotipadas e anormais da função neurológica, que ocorrem nos primeiros 28 dias após o nascimento ou antes de 44 semanas de idade gestacional no RNPTrecém-nascido pré-termo.1,2 Sua ocorrência é maior no período neonatal do que em qualquer outra fase da vida em virtude do número de insultos que se originam ou atingem nessa fase o sistema nervoso central imaturo e que podem resultar em convulsão.
A persistência de um distúrbio convulsivo interfere nas medidas de suporte ao RNrecém-nascido , alterando suas funções vitais, e pode, direta ou indiretamente, lesar o cérebro.1,2
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:
- avaliar a importância da compreensão sobre os distúrbios convulsivos no período neonatal;
- identificar as diferentes formas de apresentação das crises convulsivas em RNrecém-nascidos;
- compreender o tratamento para este distúrbio;
- entender como a epilepsia influencia o prognóstico neuromotor dos RNrecém-nascidos acometidos.
- Esquema conceitual