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DELIRIUM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA – AVALIAÇÃO E MANEJO

Autores: Guilherme Cherene Barros de Souza, Danielle Fortuna de Almeida
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  • Introdução

A atuação do fisioterapeuta na unidade de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensiva) pediátrica e neonatal vem expandindo-se. Novos valores estão sendo agregados, e novas ferramentas de avaliação e manejo do paciente crítico estão sendo implementadas.

O confinamento em uma unidade “fechada” associado ao estresse gerado pelas sucessivas visitas clínicas acabam por expor o paciente a fatores desencadeantes do delirium. Outros fatores também são contribuintes, tais como privação do sono, ausência do cuidador e procedimentos dolorosos.

A identificação dos sinais e sintomas do delirium, especificamente neste nicho de pacientes (pediátrico e neonatal), é laboriosa e, por algumas vezes, falha. Tendo em vista tratar-se de pacientes com extensa faixa etária (dos 28 dias aos 17 anos), muitas vezes os sinais se confundem com momentos de distração do paciente. Este, frequentemente, realiza projeções intelectuais que o fazem se divertir e “desligar” do ambiente hostil.

Em unidades hospitalares, vivencia-se, com grande frequência, uma realidade de internações relacionadas a disfunções respiratórias que, em alguns casos, decorrem de piora progressiva do quadro clínico, evoluindo com insuficiência respiratória aguda e consequente intubação orotraqueal e assistência de um ventilador mecânico.

De acordo com as normas recomendadas pelas associações médicas, nesse cenário, são prescritas medicações analgésicas e sedativas. Esse grupo de fármacos atua em prol da ética e da segurança na assistência ventilatória. A sedação tem a finalidade de sustentar a conduta médica de escolha, de acordo com o grau de comprometimento clínico do doente, favorecendo, em determinado momento, o seu conforto e bem-estar.

A literatura médica atual recomenda a utilização inicialmente das medicações da família dos benzodiazepínicos e opioides, que são infundidos em caráter intravenoso. Conforme a melhora do paciente, ocorrem diminuições nos parâmetros do ventilador mecânico. São projetados e executados períodos progressivos de desmame da sedação e analgesia, visando uma substituição dos fármacos ofertados de via intravenosa para via oral.

A participação do paciente com uma respiração cada vez mais espontânea e a progressiva agitação psicomotora fazem com que seja necessária a utilização de uma escala para definição da síndrome de abstinência, a escala Withdrawal Assessment Tool (WAT-1escala Withdrawal Assessment Tool). Os sinais e sintomas estratificados de forma global e dinâmica conduzem a situações mais brandas ou mais graves.

Quando o escore está abaixo de 3 pontos, é definido um intervalo de avaliações de 12/12 horas. Entre 3 e 5 pontos, o intervalo será de 6/6 horas. E se for maior do que 5 pontos, faz-se resgate com morfina.

A atuação fundamental do fisioterapeuta nas UTIunidade de terapia intensivas pediátrica e neonatal ocorre realizando assistência na análise de sinais e sintomas e deliberando com a equipe multidisciplinar, sob as garantias de um possível suporte ventilatório não invasivo.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 

  • definir o que é delirium em crianças na UTIunidade de terapia intensiva pediátrica;
  • diferenciar sinais e sintomas de delirium e síndrome de abstinência;
  • conhecer os principais escores para avaliação de delirium (Cornell) e abstinência (WAT-1escala Withdrawal Assessment Tool);
  • conhecer o tratamento da síndrome de abstinência;
  • identificar a atuação do fisioterapeuta no manejo do paciente com abstinência.
  • Esquema conceitual
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