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CRISE CONVULSIVA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Autores: Guilherme Gozzoli Podolsky-Gondim, Frederico Nakane Nakano
epub-BR-PROMEDE-C5V1_Artigo2

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer a prevalência e o impacto da epilepsia no Brasil e no mundo;
  • identificar as principais características e manifestações de crises convulsivas no âmbito pré-hospitalar;
  • orientar familiares e demais solicitantes sobre as medidas iniciais possíveis para um indivíduo leigo proceder ao testemunhar um paciente com crise convulsiva;
  • realizar as intervenções clínicas no âmbito pré-hospitalar para uma vítima de suspeita de crise convulsiva;
  • definir o estado de mal epiléptico (EME) e as condutas específicas para essa entidade;
  • identificar os principais diagnósticos diferenciais e condutas adicionais até a remoção para o departamento de emergência de referência.

Esquema conceitual

Introdução

Com uma prevalência estimada em torno de 1% da população mundial, a epilepsia afeta diretamente mais de 70 milhões de pessoas. É uma das doenças neurológicas mais prevalentes em todo o mundo.1

No Brasil, os poucos dados epidemiológicos disponíveis indicam uma prevalência aproximada dessa doença de 1,2 a 1,8%, com estimativas sugerindo ao menos 1,8 milhões de pessoas no país com epilepsia ativa.2,3 Considerando os dados apresentados e levando-se em conta que a prevalência de uma crise convulsiva em algum momento da vida é de aproximadamente 5%, estima-se que mais de 9 milhões de brasileiros apresentem tal manifestação pelo menos uma vez na vida.3

Independentemente do diagnóstico pregresso ou não de epilepsia, os acionamentos dos serviços pré-hospitalares indicam uma incidência elevada de chamados por crises convulsivas. Nos Estados Unidos da América (EUA), um levantamento de 87.203 chamados em Cleveland, Ohio, demonstrou que 3.967 (5% do total) correspondiam à crise convulsiva como o motivo de acionamento.4 No Reino Unido, outro levantamento focado na população pediátrica indicou uma prevalência um pouco maior, com 8% de todos os chamados nessa faixa etária correspondendo à queixa de crise convulsiva.5

Tendo esse cenário em vista, discutem-se os múltiplos aspectos envolvidos no atendimento pré-hospitalar (APH) do paciente com suspeita de crise convulsiva: do acionamento telefônico e contato inicial com o solicitante, passando pela avaliação inicial com a chegada da equipe de APH, por medidas gerais e farmacológicas até se chegar finalmente a raciocínio clínico em diferentes situações hipotéticas, ilustradas por casos clínicos.

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