Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a vulnerabilidade social vivenciada por crianças brasileiras;
- descrever as peculiaridades das crianças que vivem em contexto de vulnerabilidade social, como comunidades quilombolas, cárcere e rua;
- refletir sobre os desafios para a prestação de cuidado à criança em situação de vulnerabilidade social;
- indicar ações de enfermagem direcionadas à criança em situação de vulnerabilidade social.
Esquema conceitual
Introdução
A vulnerabilidade social traz em seu bojo um complexo campo conceitual constituído por diferentes concepções e dimensões, que podem se voltar para o enfoque econômico, ambiental, de saúde, de direitos, entre outros. Apesar de ter sido abordada ao longo dos anos em diferentes áreas de saber, essa temática ainda está em construção.
Os condicionantes da vulnerabilidade social constituem um conjunto complexo e multifacetado de fatores emergentes do contexto, em razão da ausência ou da precarização de recursos materiais capazes de garantir a sobrevivência (variáveis de exclusão social que impedem que parte da população satisfaça suas necessidades).1 Esse cenário implica a aquisição de recursos simbólicos e materiais que contribuam para o acesso a bens, serviços e mobilidade social.
A atenção à saúde da criança pertencente a grupos populacionais situados em posições socialmente subalternizadas (comunidades quilombolas, cárceres e rua, por exemplo) pressupõe o enfrentamento de contradições e dinâmicas complexas que extrapolam o setor da saúde. Nesse contexto, no capítulo, será abordada a situação de vulnerabilidade social vivenciada por crianças e serão discutidos o cuidado a esses indivíduos, bem como suas repercussões para o processo saúde–doença.