Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar pontos relevantes para a avaliação da habilidade funcional da pessoa idosa;
- avaliar a habilidade funcional da pessoa idosa;
- explicar os conceitos da capacidade intrínseca na pessoa idosa;
- realizar a triagem da capacidade intrínseca na pessoa idosa;
- identificar as necessidades de saúde e de assistência social da pessoa idosa;
- relacionar os determinantes ambientais e sociais e a habilidade funcional da pessoa idosa.
Esquema conceitual
Introdução
As abordagens dos profissionais de saúde para os idosos, durante muitos anos, tiveram como foco as condições clínicas e tinham por objetivos a identificação de um diagnóstico e o manejo dessa condição. No entanto, essa abordagem de atendimento tende a ignorar ou dar pouca importância para condições que afetam a saúde e a qualidade de vida dos idosos, como alterações cognitivas, de mobilidade e outros declínios na capacidade intrínseca do indivíduo.
Esse perfil de atendimento, voltado para o modelo biomédico, ocorre porque muitos profissionais de saúde não receberam orientação para reconhecer precocemente e manejar, de forma efetiva, a perda da capacidade intrínseca e a consequente perda da habilidade funcional.
Este capítulo apresenta as principais recomendações para o rastreio das alterações nas capacidades intrínsecas que impactam a habilidade funcional, com enfoque nas alterações relacionadas a diminuições na autonomia (composta pelas capacidades cognitivas e psicológicas) e na independência (incluindo as capacidades locomotora, visual e auditiva e a vitalidade).
A avaliação da habilidade funcional é, portanto, um dos pontos-chave para o envelhecimento saudável. Assim, os profissionais de saúde devem ter o conhecimento sobre testes e escalas que podem ser utilizados em um primeiro contato avaliativo.
Além disso, cabe ressaltar que, para o idoso ter habilidade funcional, ou seja, ter a capacidade para realizar suas tarefas cotidianas, é importante que tenha autonomia e independência. Nesse sentido, torna-se importante compreender que, para a manutenção da autonomia (capacidade de gerenciar-se, tomar decisões e planejar seus objetivos) e, consequentemente, da habilidade funcional, o idoso deve ter suas capacidades cognitiva e psicológica preservadas.
Neste capítulo serão abordados os testes avaliativos das capacidades cognitivas e psicológicas, bem como os fatores relacionados à independência (como as capacidades locomotora, visual, auditiva e de vitalidade), além dos fatores contextuais que impactam a habilidade funcional.