Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- correlacionar acidente vascular cerebral (AVC) e cuidados paliativos;
- identificar conceitos e técnicas dos cuidados paliativos na rotina de atendimento da fase aguda do AVC;
- reconhecer as especificidades do AVC agudo para abordagem de cuidados paliativos.
Esquema conceitual
Introdução
O AVC, importante causa de morte e incapacidade no Brasil e no mundo,1 pode ser dividido em isquêmico (AVCi), por obstrução de um vaso sanguíneo, ou hemorrágico (AVCh), em linhas gerais, por extravasamento vascular.2 O tipo isquêmico é mais prevalente e representa cerca de 85% dos casos.3
Após o atendimento do paciente na unidade de emergência, o tratamento é dirigido para reabilitação, prevenção secundária e gerenciamento de cuidados. Até bem pouco tempo, não era encontrada orientação na literatura sobre a necessidade de cuidados paliativos na fase aguda.4
O AVC apresenta início súbito, e as sequelas podem ser permanentes tanto do ponto de vista físico quanto cognitivo; por isso, os pacientes podem manifestar um estágio crônico de recuperação e sobreviver por longos períodos.5
Além do impacto social, o AVC compromete a essência do ser humano, por prejudicar a cognição, a comunicação e a identidade. Há perda da capacidade de tomar decisões sobre o próprio tratamento e afirmar seus desejos, como a possibilidade de morte digna diante de uma doença incurável.6
A introdução tardia dos cuidados paliativos em pacientes com quadro neurológico agudo deve-se principalmente às incertezas quanto ao prognóstico e à preocupação da equipe de saúde em interromper prematuramente as intervenções modificadoras do curso da doença.6