Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- analisar o conceito e os princípios dos cuidados paliativos perinatais;
- avaliar a demanda e a oferta de cuidados paliativos pediátricos no Brasil e no mundo;
- identificar as condições elegíveis para cuidados paliativos perinatais;
- realizar a abordagem não farmacológica e farmacológica dos principais sintomas em cuidados paliativos perinatais;
- identificar os fatores relacionados ao prognóstico em cuidados paliativos pediátricos;
- propor estratégias de cuidados paliativos oferecidos ao concepto e à sua família antes do nascimento;
- determinar os limites de viabilidade neonatal;
- desenvolver o raciocínio clínico e as estratégias para a realização de um plano de cuidados em cuidados paliativos perinatais.
Esquema conceitual
Introdução
A neonatologia, com seus avanços tecnológicos e científicos ao longo das últimas décadas, alcançou o potencial de oferecer melhorias no resultado de cuidados de recém-nascidos (RNs) que antes morriam por agravos do período neonatal, especialmente, por prematuridade extrema.1-3
Além disso, a neonatologia tem o potencial de melhorar o resultado de condições que cursavam com comprometimento neurológico importante, entre outras afecções do período neonatal, de modo que os RNs permaneçam vivos, devido a suporte tecnológico e expertise profissional. Contudo, as doenças limitantes da vida, que podem ser diagnosticadas desde o período intrauterino, ameaçam a sobrevida ou mesmo podem levar à morte precoce, após o nascimento.1-3
Entre os objetivos do cuidado paliativo perinatal (CPPN), está o desenvolvimento de um relacionamento de confiança entre a família e a equipe por meio de uma comunicação adequada e compassiva, a fim de guiá-los no processo de tomada de decisão e cuidado. Esse relacionamento, por si só, tem o potencial de cuidar da família durante o desenrolar dos fatos associados à vida e à morte do bebê.3,4
Após o nascimento, o cuidado paliativo (CP) visa, ainda, ao estabelecimento de condições que tragam conforto e bem-estar ao bebê, oferecendo intervenções que suportem a qualidade de vida, tanto do paciente como de sua família. Os pais ou responsáveis precisam de apoio e orientação adequada para equilibrar a experiência dual de se preservar a esperança, enquanto vivenciam a possibilidade da morte.3,4