Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a importância do trabalho em equipe para os cuidados em saúde;
- considerar as diferenças entre as dimensões disciplinares e profissionais;
- identificar os principais facilitadores e entraves ao desenvolvimento do trabalho em equipe;
- analisar a relevância dos aspectos relacionais como tecnologia para o trabalho multiprofissional.
Esquema conceitual
Introdução
Há tempos, discute-se que o trabalho dos profissionais na área da saúde não se restringe mais ao saber técnico-científico. Verifica-se uma complexidade importante, uma vez que hoje há uma sobrevida maior das pessoas, com comorbidades associadas,1 maior desenvolvimento tecnológico, maior expectativa de pacientes e familiares e um cenário no qual se busca cada vez mais diminuir os gastos em saúde.2
Ademais, observa-se que, além de condutas, técnicas e procedimentos, há o envolvimento de relações e vínculos entre as pessoas (profissionais, pacientes e familiares), as quais têm suas próprias histórias, crenças, culturas e valores.2
Especificamente em cuidados paliativos (CPs), compreende-se que o cuidado ao paciente e à família (unidade de cuidado) ao longo do adoecimento e a tomada de decisões não envolvem somente o conhecimento do diagnóstico, o provável prognóstico e as chances de sucesso com determinadas intervenções, mas também desejos e preferências do indivíduo.2
Nesse contexto, é de suma relevância a discussão sobre o trabalho em equipe, como ele se estrutura, como se organiza e sua dinâmica relacional, corroborando com o movimento da Organização Mundial da Saúde, que, em 2010, publicou o Marco para ação interprofissional e prática colaborativa.3
Esse documento em questão traz a necessidade de reorganizar a rede de atenção na área da saúde e a formação dos profissionais, em uma prática que tenha como ênfase a colaboração entre os diferentes profissionais.3