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CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE E GERENCIAMENTO DE RISCOS NA TERAPIA INTENSIVA: PERSPECTIVAS PARA A ENFERMAGEM

Autores: Aline Oliveira Bevilaqua, Cassiana Gil Prates, Bruna Malaquias Arguelles da Costa
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever a importância da gestão de riscos para a cultura de segurança;
  • apontar a importância da cultura de segurança como fator indutor de um cuidado de saúde mais seguro e passível de intervenções;
  • contribuir com estratégias para a implementação e o gerenciamento eficaz de riscos assistenciais;
  • apresentar intervenções de enfermagem no gerenciamento assistencial do risco em terapia intensiva.

Esquema conceitual

Introdução

A segurança do paciente é considerada uma questão de saúde pública, uma vez que os danos causados durante a assistência têm implicações significativas na morbidade, na mortalidade e na qualidade de vida dos pacientes em todos os contextos de assistência à saúde. Além disso, afetam negativamente a imagem das instituições e dos profissionais de saúde, contribuindo para o aumento de custos e desperdícios na saúde.1

O relatório Errar é Humano: construindo um sistema de saúde mais seguro, publicado pelo Institute of Medicine em 1999, estabelece o marco do movimento mundial sobre segurança do paciente, pois estima um número alarmante de mortes em pacientes hospitalizados decorrente de falhas assistenciais nos hospitais americanos — cerca de 44.000 a 98.000 óbitos anualmente. No mundo, estima-se que ocorram 421 milhões de internações e 42,7 milhões de eventos adversos (EAs) a cada ano, sendo que dois terços desses eventos ocorrem em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.2

As unidades de terapia intensiva (UTIs) são consideradas ambientes críticos, altamente complexos, destinados à assistência de pacientes graves que necessitam de atendimento médico e de enfermagem ininterruptos, recursos humanos especializados, equipamentos específicos, além de acesso a tecnologias para diagnóstico e tratamento, com alto risco para a ocorrência de incidentes e EAs. Nesse cenário, um programa de gerenciamento de riscos eficaz e uma cultura de segurança fortalecida são necessários para garantir assistência segura e qualificada tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde e para a própria instituição.3

A prática de gerenciar riscos, definida como um processo estruturado de identificação e avaliação dos riscos e a incerteza a eles associada, possibilita o desenvolvimento de estratégias para enfrentá-los e a implementação das estratégias, incluindo atividades de prevenção e controle e aquelas dirigidas a diminuir seu impacto.4

Na busca dessa assistência segura e qualificada, a cultura de segurança, conceituada como o produto de valores, atitudes, percepções, competências e padrões de comportamentos individuais e de grupo, determina o compromisso, o estilo e a proficiência da administração de uma organização com a gestão da segurança.4 Com esse propósito, a enfermagem representa a maior categoria profissional no ambiente hospitalar, e sua representação na evolução das práticas de segurança do paciente é marcante, contribuindo para a gestão de riscos assistenciais e a construção de uma cultura justa, transparente e educativa.

Os enfermeiros são, em grande maioria, profissionais envolvidos com o maior número de horas no cuidado e assumem o protagonismo na busca pela segurança. O resultado positivo dessa atuação é consolidado quando os profissionais são encorajados e recompensados a identificar, notificar e resolver problemas de segurança. Esses profissionais desempenham papel de destaque na liderança de enfermagem na promoção da cultura de segurança.

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