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INCLUSÃO DE PACIENTES, ACOMPANHANTES E FAMILIARES NA SEGURANÇA DO PACIENTE EM CENÁRIO DE ASSISTÊNCIA CRÍTICA

Autores: Ana Carolina Tanajura Figueiredo, Thayane Gusmão Pires de Oliveira, Léia Arcanjo Mendes, Bruna Figueiredo Manzo
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • conceituar participação e engajamento do paciente, acompanhante e familiar na segurança do paciente (SP);
  • resumir as políticas que sustentam a participação dos pacientes, acompanhantes e familiares na SP;
  • aprofundar o entendimento e a correlação entre o Cuidado Centrado no Paciente e na Família (CCPF) e a SP;
  • reconhecer as contribuições da participação dos pacientes, acompanhantes e familiares no cuidado em saúde;
  • identificar as contribuições do paciente, acompanhante e familiar na SP;
  • descrever as estratégias que buscam a superação dos desafios quanto à inclusão de pacientes, acompanhantes e familiares no cuidado em saúde.

Esquema conceitual

Introdução

A SP consiste em processos que objetivam a redução dos riscos e danos à saúde a um mínimo aceitável.1 Entre esses danos à saúde, estão os eventos adversos (EAs), os quais resultam em agravos clínicos ou levam o paciente a óbito.1 

A SP é um tema discutido no contexto da atenção em saúde desde 1999, com a publicação do relatório To err is Human,2 que aponta que os seres humanos estão sujeitos a EAs durante as atividades de trabalho no contexto da assistência em saúde. Ele elucida que esses eventos resultavam no aumento da taxa de mortalidade e dos custos com a assistência e em complicações clínicas na saúde do paciente.2

Uma revisão integrativa da literatura científica de 2019 revela que a porcentagem de EAs variou de 5,7 a 14,2%, sendo que 31 a 83% deles eram evitáveis.3 De modo similar ao relatório,2 esses dados indicam que, entre as consequências dos EAs, foram destacados a necessidade de novas intervenções clínicas não previstas e o aumento do tempo de hospitalização, da demanda de cuidados, dos gastos com a assistência em saúde e do número de óbito dos pacientes.3

Considerando que a unidade de terapia intensiva (UTI) tem como objetivo a preservação da vida humana em conjunto com a recuperação da saúde,4 o paciente que está internado nessa unidade passa por vários procedimentos de alta complexidade, o que, consequentemente, aumenta a exposição a variados riscos e EAs durante o período de internação.5 A gravidade desses riscos e EAs podem ser influenciada por fatores como histórico prévio de saúde e diagnóstico clínico que ocasionou a internação do paciente na UTI.6

Diante do cenário da UTI e dos dados sobre EAs, é necessário discutir e estabelecer medidas preventivas e protetivas aos pacientes hospitalizados em contexto crítico. Entre essas medidas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a participação dos pacientes, acompanhantes e familiares no cuidado em saúde uma estratégia fundamental para aumentar a SP.6

O CCPF é definido pelo princípio do compartilhamento da gestão e das ações de cuidado em saúde entre o paciente, o familiar e a equipe de profissionais de saúde.7 Nesse modelo de compartilhamento, os profissionais de saúde, os pacientes e seus acompanhantes têm responsabilidades sobre a escolha do tratamento e dos cuidados.7 

Entretanto, para que o compartilhamento da gestão e das ações de cuidado em saúde entre o paciente, o familiar e a equipe de profissionais de saúde ocorra de modo eficaz, a proposta do CCPF demanda engajamento do paciente e de seu familiar no cuidado.7 Compreende-se engajamento como a interação nas ações e decisões sobre o cuidado, que é realizado em conjunto com os profissionais de saúde.7

Neste capítulo, considerando os conceitos e as evidências científicas apresentados, o CCPF será discutido como estratégia para promoção da SP no contexto da assistência ao paciente crítico.

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