Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- caracterizar a fisiopatologia e o quadro clínico da tontura postural perceptual persistente (TPPP);
- reconhecer os critérios diagnósticos da TPPP com base em sinais e sintomas clínicos;
- identificar os achados sugestivos da TPPP nos exames complementares;
- estabelecer o diagnóstico diferencial entre TPPP e outras disfunções otoneurológicas;
- identificar as opções atuais de tratamento da TPPP.
Esquema conceitual
Introdução
Neste capítulo, será abordada a TPPP, uma desordem funcional caracterizada por tontura, instabilidade e vertigem não rotatória. A TPPP é exacerbada por postura em pé ou sentada, movimentação corporal ativa ou passiva e exposição a estímulos visuais em movimento ou complexos. Os sintomas persistem por 3 meses ou mais. Comorbidades psiquiátricas frequentemente a acompanham, embora não sejam essenciais para o diagnóstico.1
A TPPP é comumente precipitada por uma desordem vestibular, mas qualquer outra disfunção que cause sintomas de tontura pode desencadeá-la. Tipicamente, a desordem precipitante remite e ocorre compensação do déficit do equilíbrio; contudo, no paciente que evolui para TPPP, a readaptação é inadequada, e uma reação intensa e inapropriada a certos movimentos, posturas ou estímulos visuais é desencadeada.1
O diagnóstico se baseia na anamnese e no preenchimento dos critérios ditados no consenso de TPPP da Bárány Society. Exames complementares auxiliam no diagnóstico diferencial. O tratamento consiste na reabilitação vestibular com ênfase em exercícios optocinéticos (com ou sem o uso de realidade virtual), no uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) ou de inibidores seletivos da recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRSNs) e na terapia cognitiva comportamental (TCC). Podem ser associadas técnicas de relaxamento muscular progressivo e mindfulness.