Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- conceituar otite média com efusão (OME);
- descrever o quadro clínico da doença;
- analisar exames complementares que ajudam na condução do quadro clínico da OME;
- identificar a melhor proposta terapêutica para o quadro;
- reconhecer as possíveis sequelas da OME.
Esquema conceitual
Introdução
A OME, também conhecida como otite média serosa, é um quadro que se caracteriza pela presença de secreção dentro da orelha média sem sinais ou sintomas de inflamação e/ou infecção aguda e pela presença da membrana timpânica (MT) íntegra. O diagnóstico é realizado por meio da suspeita clínica e confirmado pelo exame físico e/ou exames complementares.
A história clínica relatada pelos pais e/ou professores se caracteriza como atraso do desenvolvimento escolar, dificuldade de aprendizado, uso de televisões em volumes acima do habitual, alterações de comportamento (irritabilidade, isolamento social) e atraso no desenvolvimento da fala. A criança pode relatar, ainda, sensação de “ouvido tapado” ou “água em ouvido”.
O diagnóstico é complementado com otoscopia simples e otoscopia pneumática, em que se percebem diminuição da mobilidade da MT e presença de líquido em orelha média. Em casos duvidosos, recomenda-se realizar timpanometria para auxiliar no diagnóstico. Na maioria das situações, percebe-se a resolução espontânea.
A OME pode ser classificada com critério temporal em aguda (<3 semanas), subaguda (de 3 semanas a 3 meses) ou crônica (>3 meses).1 Há diversas terminologias utilizadas para descrever a característica do líquido observado, como:1
- otite média serosa;
- otite média secretora;
- otite média mucoide;
- otite média catarral;
- otite média crônica com efusão;
- otite média não supurativa.