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DESENVOLVIMENTO DA ENFERMAGEM GERONTOLÓGICA NO BRASIL

Autores: Denise Faucz Kletemberg, Maria Helena Lenardt, Maria Itayra Padilha
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  • Introdução

Contextualizada nos movimentos políticos e sociais mundiais sobre o envelhecimento humano, a partir de meados do século XX, a sociedade brasileira demonstrava crescente sensibilidade para com a velhice, distinguindo essa faixa etária em etapa particular da vida, o que acarretou fenômenos de grande repercussão social.1–3

Houve a mobilização de variados interesses, como da indústria e da mídia, ao perceberem os idosos como consumidores; dos governos, no sentido das políticas a serem implementadas; dos políticos, que olhavam para seu eleitorado; dos profissionais, que vislumbravam um potencial mercado de trabalho; dos gerontólogos, que se debruçaram sobre o problema social construído em busca de respostas, o que incluiu, de modo ainda periférico, a pesquisa científica.1–3

Na área da saúde, esse movimento repercutiu na construção de conhecimento especializado para o atendimento à crescente demanda da população idosa. Para a enfermagem, culminou no reconhecimento, pelo Conselho Federal de Enfermagem (CofenConselho Federal de Enfermagem), da especialidade de gerontologia e geriatria, por meio da Resolução nº 260, de 12 de julho de 2001, definida como a que busca o desenvolvimento de pesquisas na linha do processo de envelhecimento humano.4

Essa busca pelo conhecimento é explicada por Eliot Freidson,5 estudioso da sociologia das profissões, como busca pelo poder profissional. Esse sociólogo defende que, para alcançar o reconhecimento social, as profissões buscam o conhecimento especializado na educação superior e a consequente autonomia de seu processo de trabalho e de sua constituição profissional.

Entretanto, apenas o conhecimento exclusivo não é capaz de respaldar o status da profissão, pois ele está alicerçado em outros constituintes, como autonomia, reserva de mercado, relações políticas com o poder econômico e o Estado, e a capacidade da profissão de convencer a população leiga da utilidade de seu trabalho.5

Para compreender esses constituintes no desenvolvimento da enfermagem gerontológica brasileira, faz-se necessária a reflexão sobre sua historicidade, uma vez que a revisão dessa realidade histórica fomenta a visão crítica dos constituintes sociopolíticos e culturais que entremearam a construção da especialidade, da identidade e da imagem profissional.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar os constituintes históricos na construção da especialidade da enfermagem gerontológica no Brasil;
  • refletir sobre a historicidade e a consolidação da enfermagem gerontológica no Brasil.

 

  • Esquema conceitual
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