Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar as características clínicas da diabetes mellitus: tipo MODY;
- reconhecer as principais causas genéticas de MODY e seus fenótipos;
- discutir o tratamento mais efetivo para os diferentes subtipos de MODY.
Esquema conceitual
Introdução
MODY — acrônimo de maturity-onset diabetes of the young — é um grupo clinicamente heterogêneo de formas monogênicas de diabete mellitus (DM), resultante de mutações em heterozigose em genes envolvidos no desenvolvimento ou na função das células β pancreáticas; caracteriza-se por: 1
- início precoce do diabetes — usualmente antes dos 25 a 30 anos de idade;
- ausência de autoanticorpos contra antígenos pancreáticos;
- ausência de sinais de resistência à insulina;
- persistência da secreção endógena de insulina.
Este grupo é a forma monogênica mais comum de diabetes; até o presente, variantes patogênicas em 14 genes foram associadas com o fenótipo MODY.
Originalmente, no que se refere à nomenclatura dos subtipos de MODY, foi utilizada a ordem em que o locus/gene causal foi descrito na literatura (MODY 1, MODY 2, e assim por diante). Entretanto, conforme mais genes foram sendo identificados, uma nomenclatura mais útil foi aplicada, com a abreviação do gene envolvido após o termo MODY, entre eles:
- HNF4A (MODY1);
- GCK (MODY 2);
- HNF1A (MODY 3);
- PDX1 (MODY 4);
- HNF1B (MODY 5);
- NEUROD1 (MODY 6);
- KLF11 (MODY 7);
- CEL (MODY 8);
- PAX4 (MODY 9);
- INS (MODY10);
- BLK (MODY 11);
- ABCC8 (MODY 12);
- KCNJ11 (MODY 13);
- APPL1 (MODY 14).
Há ainda uma porcentagem de pacientes com o fenótipo clássico de MODY que não apresentam mutações nesses genes mencionados, provavelmente pela presença de loci ainda não identificados. A eles, refere-se como MODY X. Esses subtipos de MODY diferem em idade de apresentação, padrão de hiperglicemia, resposta ao tratamento e manifestações extrapancreáticas, sendo importante o diagnóstico genético.