Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer as metodologias utilizadas em ensaios hormonais;
- discutir os principais interferentes encontrados nos imunoensaios em uso;
- identificar as bases dos principais interferentes encontrados nos imunoensaios para facilitar sua suspeição e resolução.
Esquema conceitual
Introdução
A endocrinologia moderna iniciou nos anos de 1960 do século passado com a descrição e a paulatina introdução na rotina diagnóstica dos imunoensaios. Esses ensaios, fundamentados na interação antígeno–anticorpo, com sua sensibilidade e especificidade, propiciaram uma revolução na endocrinologia, em outras áreas de conhecimento e na prática médica. Com a sua utilização crescente, na medida de praticamente todos os hormônios, ocorreu com os imunoensaios o fenômeno comum a todas as novas metodologias: a constatação de suas limitações e problemas.
Inicialmente, os imunoensaios utilizados eram somente do tipo competitivo, com base em anticorpos policlonais produzidos em animais contra preparações de hormônios de pureza não ideal, utilização de marcadores radioativos — radioimunoensaios (RIEs) —, métodos de separação não ideais, tempos de reação longos e com intenso trabalho manual. De tal sorte, durante algumas décadas, os ensaios se limitavam a laboratórios de referência ou de pesquisa.
A introdução de anticorpos poli e monoclonais produzidos contra antígenos puros, marcadores alternativos (não radioativos), métodos de separação em fase sólida e utilização de plataformas de automação trouxeram as metodologias para a rotina diagnóstica diária.
Atualmente, sua ampla disponibilidade, rapidez e baixo custo transformaram os imunoensaios em ferramentas essenciais para o diagnóstico e o seguimento das endocrinopatias; o reconhecimento de suas limitações tornou-se obrigatório para uma correta interpretação dos resultados obtidos.