Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- analisar qual teste molecular é o mais indicado ao paciente com nódulos tiroidianos;
- discutir, de maneira crítica, o resultado do teste molecular em pacientes com nódulos tiroidianos;
- propor um tratamento personalizado para o paciente com nódulos tiroidianos.
Esquema conceitual
Introdução
Os nódulos tiroidianos são frequentes e o seu impacto clínico consiste em excluir malignidade, sintomas locais de compressão e produção hormonal autônoma do tumor.1
Quando o objetivo é excluir malignidade, embora a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por ultrassonografia (USG) seja o método padrão-ouro,2 aproximadamente 20% das amostras não possuem as informações necessárias para um diagnóstico definitivo e são classificadas como amostras indeterminadas, ou seja, classes III — atipia de significado indeterminado (em inglês, atypia of undeterminate significance [AUS]) ou lesão folicular de significado indeterminado (em inglês, folicular lesion of undeterminate significance [FLUS]) — e IV (suspeito de neoplasia folicular) na classificação de Bethesda.3
Até recentemente, a maioria dos casos com citologia indeterminada era submetida à cirurgia diagnóstica. Pelo fato de apenas a minoria dos casos (10 a 40%) apresentar malignidade no pós-operatório,3 houve necessidade de se aprimorar o diagnóstico pré-operatório das amostras indeterminadas para reduzir as cirurgias desnecessárias e as consequentes despesas e riscos.
Com esse intuito, nas últimas décadas, vários grupos se dedicaram a caracterizar o perfil molecular dos nódulos tiroidianos, em especial dos carcinomas diferenciados de tiroide (CDTs). Essas informações foram introduzidas na prática clínica e diferentes testes moleculares foram desenvolvidos e vêm sendo comercializados.
Atualmente, esses testes moleculares já têm sua indicação recomendada pelas principais orientações de tratamento de nódulos de tiroide e já estão progredindo para individualizar os tratamentos, com base na informação genética encontrada. A seguir, será abordada a utilização dessa ferramenta diagnóstica e como utilizar as informações moleculares de forma prognóstica para guiar um tratamento mais individualizado.