Entrar

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL NO CENÁRIO AMBULATORIAL

Autores: Elizeth Heldt , Maiko Marini, Andressa Behenck
epub_All_Artigo2
  • Introdução

O cenário ambulatorial é considerado um espaço de cuidado integrado à rede de atenção em saúde. Particularmente em relação à saúde mental, considerando a alta prevalência dos transtornos mentais, o enfermeiro tem buscado qualificar-se, ampliando o foco do cuidado da área intra-hospitalar para o atendimento extra-hospitalar, ou seja, em nível ambulatorial.1 De fato, essa modalidade de atendimento tem por objetivo reduzir as internações hospitalares e promover ações de saúde mental. Contudo, a participação do enfermeiro em nível ambulatorial tem se mostrado insuficiente frente às demandas.

A consulta de enfermagem é uma atividade garantida ao profissional enfermeiro para produção de cuidado em ambulatório e está respaldada pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFENConselho Federal de Enfermagem) nº 159, de 19 de abril de 1993.2 De maneira específica, a consulta de enfermagem em saúde mental tem por objetivo promover o cuidado ao paciente, com transtorno mental diagnosticado ou com resposta desadaptada ao estresse, e à sua família.

O instrumento de trabalho utilizado durante a consulta é o processo de enfermagem (PEprocesso de enfermagem),3 cuja operacionalização pode incluir a taxonomia da NANDA International, Inc. (NANDA-INANDA International, Inc.) para a identificação dos diagnósticos de enfermagem4 e a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NICClassificação das Intervenções de Enfermagem, do inglês Nursing Intervention Classification)5 para a escolha das intervenções, caracterizando, assim, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAESistematização da Assistência de Enfermagem).

A maioria dos estudos que avaliam a aplicabilidade da classificação da NANDA-INANDA International, Inc. na saúde mental se dá em nível de internação hospitalar.6 Entretanto, as características do atendimento ambulatorial são diferentes da internação hospitalar.

A diferença fundamental do atendimento ambulatorial e da internação hospitalar está no tempo de contato entre o enfermeiro e o paciente: na internação hospitalar, é de 24 horas; e, no ambulatório, o tempo de duração da consulta é breve. Outra diferença é a fase do cuidado: enquanto que, para os pacientes internados, o foco é nos sinais e sintomas agudos; para os pacientes ambulatoriais, a ênfase é na manutenção do bem-estar e na promoção da saúde.7

Um estudo sobre cuidado ambulatorial em saúde mental apontou que a utilização da SAESistematização da Assistência de Enfermagem na consulta possibilita ao enfermeiro conhecer e trabalhar em conjunto com o paciente e a família, para promover e manter a saúde integral.8 Portanto, a implementação de uma classificação diagnóstica na prática clínica ambulatorial em saúde mental permite aos enfermeiros nomear, com maior clareza, os focos de cuidado pelos quais são responsáveis. O presente artigo pretende abordar o diagnóstico de enfermagem em saúde mental no cenário ambulatorial com base na resposta desadaptada e nos sinais ou sintomas identificados na consulta de enfermagem.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • realizar o raciocínio clínico em consulta de enfermagem ambulatorial;
  • realizar o exame do estado mental (EEMexame do estado mental) em consulta de enfermagem ambulatorial;
  • definir os diagnósticos de enfermagem a partir das respostas desadaptadas e dos sinais e sintomas.
  • Esquema conceitual
×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login